Contribuição da biópsia pulmonar a céu aberto na avaliação de pneumopatias difusas e agudas em unidade de terapia intensiva pediátrica
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Data de Publicação: | 2002 |
Outros Autores: | , , , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Jornal de Pneumologia |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-35862002000100007 |
Resumo: | Introdução: Os dados clínico-laboratoriais convencionais raramente fornecem o diagnóstico em pneumopatias difusas. O objetivo deste estudo foi avaliar o papel da biópsia pulmonar a céu aberto no que se refere ao seu potencial diagnóstico, ao impacto dos resultados sobre a conduta clínica e à incidência de complicações do procedimento. Material e métodos: No período de janeiro/1987 a janeiro/1997, 29 biópsias pulmonares foram realizadas em crianças com pneumopatias difusas, em insuficiência respiratória aguda, sem etiologia e sem resposta à terapêutica empírica prévia. Foram excluídos os recém-nascidos, crianças com pneumopatias crônicas prévias e crianças com coagulopatia ou choque intratáveis. Todas as biópsias foram realizadas através de microtoracotomia no pulmão mais acometido ao exame radiológico. O fragmento de tecido pulmonar foi analisado por meio de culturas e de exames de microscopia ótica, eletrônica e imunofluorescência. Resultados: O processamento do material da biópsia forneceu pelo menos um diagnóstico histopatológico em todas as crianças estudadas (100%) e em 20 (68,9%) obteve-se um diagnóstico etiológico. Os principais diagnósticos histopatológicos foram: pneumonite intersticial não específica com fibrose variável em 18 casos; bronquiolite em oito casos e hipertensão pulmonar em três casos. Nos diagnósticos etiológicos, os principais agentes foram: citomegalovírus em seis crianças; Pneumocystis carinii em três; adenovírus em três e infecção pelo vírus respiratório sincicial em três casos. Os resultados geraram mudanças no tratamento em 20 casos (68,9%). As principais alterações de conduta foram a introdução de corticoterapia em 14 pacientes e a revisão da antibioticoterapia em seis. Sete casos (24,1%) apresentaram complicações, que foram resolvidas, e nenhum óbito foi relacionado ao procedimento. Conclusão: Conclui-se que a biópsia pulmonar a céu aberto é um procedimento que, mesmo invasivo, deve ser considerado na avaliação de crianças com pneumopatias difusas graves, sem etiologia definida, sem resposta à terapêutica previamente instituída e em insuficiência respiratória. |
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Contribuição da biópsia pulmonar a céu aberto na avaliação de pneumopatias difusas e agudas em unidade de terapia intensiva pediátricaBiópsia pulmonarInsuficiência respiratóriaDoença pulmonar agudaCriançasIntrodução: Os dados clínico-laboratoriais convencionais raramente fornecem o diagnóstico em pneumopatias difusas. O objetivo deste estudo foi avaliar o papel da biópsia pulmonar a céu aberto no que se refere ao seu potencial diagnóstico, ao impacto dos resultados sobre a conduta clínica e à incidência de complicações do procedimento. Material e métodos: No período de janeiro/1987 a janeiro/1997, 29 biópsias pulmonares foram realizadas em crianças com pneumopatias difusas, em insuficiência respiratória aguda, sem etiologia e sem resposta à terapêutica empírica prévia. Foram excluídos os recém-nascidos, crianças com pneumopatias crônicas prévias e crianças com coagulopatia ou choque intratáveis. Todas as biópsias foram realizadas através de microtoracotomia no pulmão mais acometido ao exame radiológico. O fragmento de tecido pulmonar foi analisado por meio de culturas e de exames de microscopia ótica, eletrônica e imunofluorescência. Resultados: O processamento do material da biópsia forneceu pelo menos um diagnóstico histopatológico em todas as crianças estudadas (100%) e em 20 (68,9%) obteve-se um diagnóstico etiológico. Os principais diagnósticos histopatológicos foram: pneumonite intersticial não específica com fibrose variável em 18 casos; bronquiolite em oito casos e hipertensão pulmonar em três casos. Nos diagnósticos etiológicos, os principais agentes foram: citomegalovírus em seis crianças; Pneumocystis carinii em três; adenovírus em três e infecção pelo vírus respiratório sincicial em três casos. Os resultados geraram mudanças no tratamento em 20 casos (68,9%). As principais alterações de conduta foram a introdução de corticoterapia em 14 pacientes e a revisão da antibioticoterapia em seis. Sete casos (24,1%) apresentaram complicações, que foram resolvidas, e nenhum óbito foi relacionado ao procedimento. Conclusão: Conclui-se que a biópsia pulmonar a céu aberto é um procedimento que, mesmo invasivo, deve ser considerado na avaliação de crianças com pneumopatias difusas graves, sem etiologia definida, sem resposta à terapêutica previamente instituída e em insuficiência respiratória.Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia2002-01-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-35862002000100007Jornal de Pneumologia v.28 n.1 2002reponame:Jornal de Pneumologiainstname:Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia da Universidade de São Paulo (SBPT-USP)instacron:USP10.1590/S0102-35862002000100007info:eu-repo/semantics/openAccessBOUSSO,ALBERTBALDACCI,EVANDRO ROBERTOFERNANDES,JOSÉ CARLOSFERNANDES,IRACEMA DE CÁSSIA OLIVEIRACORDEIRO,ANDRÉA MARIA GOMESOTOCH,JOSÉ PINHATAEJZENBERG,BERNARDOOKAY,YASSUHIKOpor2002-11-05T00:00:00Zoai:scielo:S0102-35862002000100007Revistahttps://www.scielo.br/j/jpneu/gridPUBhttp://www.scielo.br/oai/scielo-oai.phpjpneumo@terra.com.br0102-35861678-4642opendoar:2002-11-05T00:00Jornal de Pneumologia - Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia da Universidade de São Paulo (SBPT-USP)false |
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