O retratamento da tuberculose no município do Recife, 1997: uma abordagem epidemiológica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: CAMPOS,HERMIRA MARIA AMORIM
Data de Publicação: 2000
Outros Autores: ALBUQUERQUE,MARIA DE FATIMA MILITÃO DE, CAMPELO,ANTÔNIO ROBERTO LEITE, SOUZA,WAYNER, BRITO,ANA M.
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Jornal de Pneumologia
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-35862000000500003
Resumo: Objetivo: Este estudo descreve as características e analisa o acompanhamento de casos de retratamento ocorridos em residentes no município do Recife, no ano de 1997, com o objetivo de avaliar a importância deste grupo de doentes para a vigilância da tuberculose nos sistemas locais de saúde. Casuística e métodos: Foi realizado um estudo transversal com uma amostra de 240 casos de retratamento que representaram 16,2% dos casos de tuberculose notificados à Secretaria Estadual de Saúde do Estado de Pernambuco, em 1997. Resultados: O abandono do tratamento anterior foi o principal motivo para o retratamento (55,8%), seguido por casos de recidiva da doença (39,2%). Os doentes eram predominantemente do sexo masculino, com idade entre 30 e 49 anos, com baixa ou nenhuma escolaridade, e apresentavam um predomínio da forma pulmonar. Chama a atenção que 42,7% dos casos de retratamento tinham história de dois ou mais tratamentos anteriores. Em relação ao desfecho do retratamento, 52,5% dos casos apresentaram resultado desfavorável. Entre estes, 44,2% dos indivíduos abandonaram o esquema terapêutico e 39,6% deles fizeram-no até o primeiro mês. Os casos que voltaram a tratar-se após recidiva apresentaram maior percentual de desfecho favorável de retratamento (64%) quando comparados com os casos que voltaram a tratar-se após falência ou abandono do tratamento anterior e esta diferença foi estatisticamente significante (chi² = 19,55; p < 0,01). Entre os casos da forma pulmonar de tuberculose, 27,1% reiniciaram a quimioterapia sem realizar a pesquisa do bacilo de Koch no escarro e apenas 5% realizaram cultivo com teste de sensibilidade. Encontrou-se ainda que 30,2% dos casos voltaram a tratar-se apenas com as drogas do esquema I. Conclusões: Os resultados encontrados apontam para a necessidade de implementar as atividades de assistência e seguimento dos casos de retratamento de tuberculose, de forma rotineira, no âmbito dos serviços de saúde. O tratamento com drogas adequadas e o acompanhamento dos doentes até a cura são métodos simples e baratos para prevenir o aparecimento de cepas de bacilos resistentes às drogas. Devem, portanto, ser entendidos como estratégias de fortalecimento do sistema de vigilância epidemiológica à tuberculose no nível local.
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