Avaliação evolutiva da espirometria na fibrose cística
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Data de Publicação: | 2001 |
Outros Autores: | , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Jornal de Pneumologia |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-35862001000300002 |
Resumo: | Objetivo do estudo: Avaliar o padrão da evolução dos fluxos e volumes pulmonares dinâmicos dos pacientes com fibrose cística (FC), assim como analisar a relação entre a gravidade do comprometimento ventilatório com a idade, sexo, genótipo e colonização pulmonar. Material e método: Na Unidade de Pneumologia Infantil e Serviço de Pneumologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, foram avaliadas 243 espirometrias de 52 pacientes portadores de FC maiores de quatro anos realizadas no período de 1987 a 1999. Do prontuário médico foram extraídas informações sobre idade ao diagnóstico, pesquisa genética, colonização brônquica e os valores absolutos e percentuais para fluxos e volumes da melhor espirometria de cada ano. Resultados: A idade dos pacientes variou de quatro a 26 anos (média = 13,04 ± 4,82). Dos 52 pacientes, 49 (94%) tiveram pelo menos uma cultura de escarro com P. aeruginosa, 45 (86%) com S. aureus e 13 (25%) com B. cepacia. Na avaliação inicial dos quatro aos seis anos (n = 40), os valores médios da CVF e do VEF1 foram de 114,24% e 112,25%, respectivamente. A média da CVF manteve-se acima do normal até os 18 anos, quando apresentou queda súbita para 67,2% (p = 0,0002). A média do VEF1 atingiu valores abaixo de 80% aos dez anos, estando em 50% aos 18 anos (p < 0,00001). A relação VEF1/CVF%, índice mais sensível de obstrução, mostrou-se diminuída já na primeira avaliação, sendo 85% entre os quatro e seis anos, com declínio lento progressivo, chegando a 63% aos 18 anos. Os valores médios do FEF50, FEF75 e FMEF inicialmente foram normais (94%, 80% e 90%, respectivamente), mostraram queda maior e mais precoce, estatisticamente significativa, atingindo valores médios aos 18 anos de 37%, 12,5% e 19%, respectivamente. Embora houvesse tendência para fluxos terminais mais baixos para as meninas, as diferenças não tiveram valor estatístico. Também não foram detectadas correlações estatisticamente significativas entre a função pulmonar e o germe colonizador da via aérea ou o genótipo. Conclusão: O padrão evolutivo das alterações funcionais pulmonares encontrado nos pacientes está de acordo com o descrito na literatura, onde predomina o distúrbio ventilatório obstrutivo com redução precoce dos fluxos terminais e acometimento tardio da CVF. |
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