Estresse, ciclo reprodutivo e sensibilidade cardíaca às catecolaminas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2002 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | RBCF. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas (Online) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/rbcf/article/view/43795 |
Resumo: | O estresse representa a resposta do organismo a estímulos aversivos ou a situações desconhecidas, cuja finalidade é a adaptação do indivíduo à nova condição. O agente estressante pode ser físico, químico, emocional e social. Diferentes estressores estão presentes no cotidiano dos seres humanos e podem favorecer o desenvolvimento de doenças degenerativas e acelerar o processo de envelhecimento, afetando o funcionamento de todo o organismo. Os principais mediadores da reação de estresse são as catecolaminas (norepinefrina e a epinefrina) liberadas pelo sistema nervoso simpático e pela medula da glândula supra-renal, e os glicocorticóides liberados pelo córtex da supra-renal. As catecolaminas e os glicocorticóides iniciam eventos celulares que promovem mudanças adaptativas em células e tecidos, com a função de proteger o organismo e garantir a sua sobrevivência. Essa resposta a agentes estressores pode ser modificada pelas características do estímulo estressor e do indivíduo. Entre estas merecem destaque a idade, o sexo e, em fêmeas, a fase do ciclo reprodutivo. As variações nos níveis dos esteróides sexuais estradiol e progesterona, características do ciclo reprodutivo, modulam a secreção de CRH, ACTH e glicocorticóides que ocorrem na reação de estresse e estão envolvidos nas diferenças de resposta entre homens e mulheres. Vários estudos demonstraram que a exposição a estímulos estressores pode induzir alterações de sensibilidade às catecolaminas no tecido cardíaco, as quais têm sido relacionadas com processos adaptativos. Estas alterações incluem mudanças na atividade dos sistemas de metabolização das catecolaminas, na afinidade ou no número dos adrenoceptores, no acoplamento entre o receptor e a proteína G e em processos enzimáticos, que medeiam etapas intracelulares após a ativação do receptor. O estudo de tais alterações pode auxiliar na compreensão das alterações cardíacas observadas na espécie humana após exposição à água e à natação. |
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Estresse, ciclo reprodutivo e sensibilidade cardíaca às catecolaminasStress, reproductive cycle and cardiac sensitivity to cathecolaminesStressCatecholaminesReproductive cycleHeartEstresseCatecolaminasCiclo reprodutivoCoraçãoO estresse representa a resposta do organismo a estímulos aversivos ou a situações desconhecidas, cuja finalidade é a adaptação do indivíduo à nova condição. O agente estressante pode ser físico, químico, emocional e social. Diferentes estressores estão presentes no cotidiano dos seres humanos e podem favorecer o desenvolvimento de doenças degenerativas e acelerar o processo de envelhecimento, afetando o funcionamento de todo o organismo. Os principais mediadores da reação de estresse são as catecolaminas (norepinefrina e a epinefrina) liberadas pelo sistema nervoso simpático e pela medula da glândula supra-renal, e os glicocorticóides liberados pelo córtex da supra-renal. As catecolaminas e os glicocorticóides iniciam eventos celulares que promovem mudanças adaptativas em células e tecidos, com a função de proteger o organismo e garantir a sua sobrevivência. Essa resposta a agentes estressores pode ser modificada pelas características do estímulo estressor e do indivíduo. Entre estas merecem destaque a idade, o sexo e, em fêmeas, a fase do ciclo reprodutivo. As variações nos níveis dos esteróides sexuais estradiol e progesterona, características do ciclo reprodutivo, modulam a secreção de CRH, ACTH e glicocorticóides que ocorrem na reação de estresse e estão envolvidos nas diferenças de resposta entre homens e mulheres. Vários estudos demonstraram que a exposição a estímulos estressores pode induzir alterações de sensibilidade às catecolaminas no tecido cardíaco, as quais têm sido relacionadas com processos adaptativos. Estas alterações incluem mudanças na atividade dos sistemas de metabolização das catecolaminas, na afinidade ou no número dos adrenoceptores, no acoplamento entre o receptor e a proteína G e em processos enzimáticos, que medeiam etapas intracelulares após a ativação do receptor. O estudo de tais alterações pode auxiliar na compreensão das alterações cardíacas observadas na espécie humana após exposição à água e à natação.Stress is an organic answer to aversive stimulus or unknown situations to provide the adaptation of host to the new condition. The stressor can be a physical, chemical, emotional and social agent. Different stressors are present in human daily life and can be involved in degenerative diseases and lead to a fast aging process disturbing the body physiology. The main mediators of the stress reaction are the catecholamines (norepinephrine and epinephrine) released by the sympathetic nervous system and by the adrenal medulla, and the glucocorticoids released by the adrenal cortex. The catecholamines and glucocorticoids act in the cells and tissues inducing adaptive changes in order to protect the organism and allow its survival. This response to stressors can be modified by the host and stressor characteristics. Among the host ones, age, gender, and in females, the reproductive cycle are relevant. The variations in the levels of sexual steroids estradiol and progesterone, related to the reproductive cycle, modulate the secretion of CRH, ACTH and glucocorticoids during the stress reaction and are involved in the different responses between men and women. Many studies have shown that the exposure to stressors may induce alterations in the sensitivity to catecholamines in the heart, which are related to adaptive processes. These alterations include changes in the activity of the metabolizing system of catecholamines, in the affinity or number of adrenoceptors, in the coupling between the receptor and G protein, and in enzymes mediating intracellular processes after the receptor activation. The study of these alterations may be helpful to the understanding of the cardiac effects of the water activities and swimming in humans.Universidade de São Paulo. Faculdade de Ciências Farmacêuticas2002-09-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionArtigo avaliado pelos Paresapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/rbcf/article/view/4379510.1590/S1516-93322002000300004Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas; v. 38 n. 3 (2002); 273-289Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas; Vol. 38 Núm. 3 (2002); 273-289Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas; Vol. 38 No. 3 (2002); 273-2891809-45621516-9332reponame:RBCF. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/rbcf/article/view/43795/47417Tanno, Ana PaulaMarcondes, Fernanda Kleininfo:eu-repo/semantics/openAccess2012-09-20T13:09:55Zoai:revistas.usp.br:article/43795Revistahttps://www.scielo.br/j/rbcf/PUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||bjps@usp.br1809-45621516-9332opendoar:2012-09-20T13:09:55RBCF. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
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