O nascimento da Palavra: linguagem, força e autoridade ritual mapuche
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista de antropologia (São Paulo. Online) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/ra/article/view/39648 |
Resumo: | Este artigo procura abordar os papéis de sacerdote, chefe e xamã – todos presentes no ngillatun, ritual de fertilidade mapuche – da perspectiva de seus modos diferenciais de travar relações por meio da linguagem. A linguagem, conforme entendida pelos Mapuche do meio rural chileno, não emerge exclusivamente das intenções de falantes individuais, mas igualmente da força (newen) constitutiva da totalidade do ser. Sacerdotes, chefes e xamãs recorrem à fala para alinhar-se a essa força, que por meio deles se atualiza. Uma tal observação lança nova luz sobre o entendimento de Clastres quanto à relação entre chefia e linguagem. Se, acompanhando os Mapuche, enfatizamos as qualidades indexicais da linguagem, em detrimento das simbólicas, vemos que se torna um tanto problemático analisar a linguagem dos chefes em conformidade com um modelo de “troca”, como faz Clastres. |
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O nascimento da Palavra: linguagem, força e autoridade ritual mapucheThe Birth of the Word: Language, Force, and Mapuche RitualMapucheClastreslinguagemforçaautoridade ritual.MapucheClastreslanguageforceritual authority.Este artigo procura abordar os papéis de sacerdote, chefe e xamã – todos presentes no ngillatun, ritual de fertilidade mapuche – da perspectiva de seus modos diferenciais de travar relações por meio da linguagem. A linguagem, conforme entendida pelos Mapuche do meio rural chileno, não emerge exclusivamente das intenções de falantes individuais, mas igualmente da força (newen) constitutiva da totalidade do ser. Sacerdotes, chefes e xamãs recorrem à fala para alinhar-se a essa força, que por meio deles se atualiza. Uma tal observação lança nova luz sobre o entendimento de Clastres quanto à relação entre chefia e linguagem. Se, acompanhando os Mapuche, enfatizamos as qualidades indexicais da linguagem, em detrimento das simbólicas, vemos que se torna um tanto problemático analisar a linguagem dos chefes em conformidade com um modelo de “troca”, como faz Clastres.This paper seeks to approach the roles of priest, chief, and shaman – all present in the Mapuche ngillatun fertility ritual - from the perspective of their differential modes of relating through language. Language, as understood by rural Mapuche, emerges not solely from the intentions of individual speakers, but equally from the force – newen – constitutive of all being. Priests, chiefs, and shamans all seek to align themselves through speech to this force which instantiates itself through them. Such an observation casts new light on Clastres´ understanding of the relationship between chiefs and language. If we follow Mapuche in emphasizing the indexical rather than symbolic qualities of language, we see that Clastres´analysis of chiefly language as susceptible to a model of “exchange” becomes somewhat problematic.Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas2012-08-24info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/ra/article/view/3964810.11606/2179-0892.ra.2011.39648Revista de Antropologia; v. 54 n. 2 (2011)Revista de Antropologia; Vol. 54 No 2 (2011)Revista de Antropologia; Vol. 54 Núm. 2 (2011)Revista de Antropologia; Vol. 54 No. 2 (2011)1678-98570034-7701reponame:Revista de antropologia (São Paulo. Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/ra/article/view/39648/43143Course, Magnusinfo:eu-repo/semantics/openAccess2020-07-03T04:00:49Zoai:revistas.usp.br:article/39648Revistahttp://www.revistas.usp.br/raPUBhttp://www.revistas.usp.br/ra/oairevista.antropologia.usp@gmail.com||revant@edu.usp.br1678-98570034-7701opendoar:2020-07-03T04:00:49Revista de antropologia (São Paulo. Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
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