Povo onça, povo larva: Animais e plantas na constituição da pessoa, diferenciação de gênero e parentesco matses
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista de antropologia (São Paulo. Online) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/ra/article/view/152038 |
Resumo: | Este artigo trata de concepções e práticas matses relativas ao crescimento e constituição de pessoas, tomando-as como parte do que vem sendo definido pela etnologia amazônica como o processo da constituição do parentesco. Busco demonstrar como relações com sujeitos extrassociais – vegetais e animais – são fundamentais na constituição de pessoas matses, e como a partir delas se efetuam diferenciações internas ao próprio círculo de parentes próximos, inclusive de gênero. Assim, a constituição da pessoa matses, tanto masculina quanto feminina, se dá tanto na “consubstancialização” com os seus parentes (cunmatses) como também com outros sujeitos. Esses dois movimentos produzem parentes, que diferem entre si. Como parte dessa apresentação da constituição da pessoa e parentesco matses proponho uma releitura do dualismo bëdibo-macubo. A variante matses do dualismo pano tem sido analisada na chave sociológica como expressa em metades patrilineares que representariam uma o interior, outra o exterior da sociedade; uma os valores do feminino, outra do masculino. Ela será aqui abordada em relação à produção do parentesco e à diferenciação entre parentes. |
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Povo onça, povo larva: Animais e plantas na constituição da pessoa, diferenciação de gênero e parentesco matsesJaguar People, Larva People: Animals and Plants in the Constitution of Personhood, Gender Differentiation, and Kinship among the MatsesAmerindian KinshipPersonGenderPanoParentesco ameríndioconstituição da pessoagêneroPanoEste artigo trata de concepções e práticas matses relativas ao crescimento e constituição de pessoas, tomando-as como parte do que vem sendo definido pela etnologia amazônica como o processo da constituição do parentesco. Busco demonstrar como relações com sujeitos extrassociais – vegetais e animais – são fundamentais na constituição de pessoas matses, e como a partir delas se efetuam diferenciações internas ao próprio círculo de parentes próximos, inclusive de gênero. Assim, a constituição da pessoa matses, tanto masculina quanto feminina, se dá tanto na “consubstancialização” com os seus parentes (cunmatses) como também com outros sujeitos. Esses dois movimentos produzem parentes, que diferem entre si. Como parte dessa apresentação da constituição da pessoa e parentesco matses proponho uma releitura do dualismo bëdibo-macubo. A variante matses do dualismo pano tem sido analisada na chave sociológica como expressa em metades patrilineares que representariam uma o interior, outra o exterior da sociedade; uma os valores do feminino, outra do masculino. Ela será aqui abordada em relação à produção do parentesco e à diferenciação entre parentes.This article approaches Matses notions and practices regarding the growth and constitution of persons, which, on their turn, play a part in what has been called the constitution of Amerindian kinship. I seek to show how relations established with extra-social subjects – plants and animals – are also part of the production of Matses kinship and personhood, and how this process differentiates the circle of close kin internally, including in terms of gender. Thus, the constitution of the Matses person, both male and female, is achieved through “consubstantialization” with both kin and other subjects. The Matses variant of Pano dualism has been generally approached from a sociologial perspective, expressed in patrilineal halfs representing the inside and the outside of society; female and male values. I propose to recast the bëdibo-macubo Matses dualism in terms of kinship production and kin differentiation.Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas2018-11-22info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/ra/article/view/15203810.11606/2179-0892.ra.2018.152038Revista de Antropologia; v. 61 n. 3 (2018); 109-129Revista de Antropologia; Vol. 61 No 3 (2018); 109-129Revista de Antropologia; Vol. 61 Núm. 3 (2018); 109-129Revista de Antropologia; Vol. 61 No. 3 (2018); 109-1291678-98570034-7701reponame:Revista de antropologia (São Paulo. Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/ra/article/view/152038/148954Copyright (c) 2020 Revista de Antropologiahttp://creativecommons.org/licenses/by/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessMatos, Beatriz de Almeida2020-11-09T20:33:33Zoai:revistas.usp.br:article/152038Revistahttp://www.revistas.usp.br/raPUBhttp://www.revistas.usp.br/ra/oairevista.antropologia.usp@gmail.com||revant@edu.usp.br1678-98570034-7701opendoar:2020-11-09T20:33:33Revista de antropologia (São Paulo. Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
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