Indígenas em Canarana: notas citadinas sobre a criatividade parque-xinguana
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista de antropologia (São Paulo. Online) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/ra/article/view/132074 |
Resumo: | Este artigo propõe uma aproximação aos indígenas parque-xinguanos desde a cidade de Canarana (MT), município que compõe a porção sudeste do Parque Indígena do Xingu (PIX). Sediando as principais instituições de atendimento social, a FUNAI regional e diversas subsedes de organizações indígenas, Canarana é um município de referência para os indígenas do PIX. A cidade, espaço regido por uma lógica de Estado que insiste em reduzi-los à imagem do pobre, se faz cada dia mais um ambiente também indígena, desafiando a existência e a filosofia parque-xinguanas e dando origem a um momento absolutamente criativo da vida destas pessoas, de suas práticas filosóficas, de sua imaginação. Partindo de minhas experiências em Canarana entre os anos de 2014 e 2016, este trabalho explora duas diferentes imagens dos brancos da cidade formuladas pelos parque-xinguanos – o “peão” e o “chefe” – destacando as consequências da complexificação desta categoria para a teoria indígena das transformações no contexto urbano. Por fim, aborda os movimentos e expectativas indígenas quanto às suas relações na cidade e propõe uma reflexão sobre algumas das incongruências mais salientes entre a perspectiva parquexinguana e as formas com que o Estado pretende atualizar estas relações nas paisagens urbanas deste município. |
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Indígenas em Canarana: notas citadinas sobre a criatividade parque-xinguanaIndigenous in Canarana: Urban Notes about the Park-Xinguan CreativityEtnologia indígenaXinguindígenas na cidadecriatividaderelações com os brancosIndigenous EthnologyXinguIndigenous in the CityCreativityRelations with the WhitesEste artigo propõe uma aproximação aos indígenas parque-xinguanos desde a cidade de Canarana (MT), município que compõe a porção sudeste do Parque Indígena do Xingu (PIX). Sediando as principais instituições de atendimento social, a FUNAI regional e diversas subsedes de organizações indígenas, Canarana é um município de referência para os indígenas do PIX. A cidade, espaço regido por uma lógica de Estado que insiste em reduzi-los à imagem do pobre, se faz cada dia mais um ambiente também indígena, desafiando a existência e a filosofia parque-xinguanas e dando origem a um momento absolutamente criativo da vida destas pessoas, de suas práticas filosóficas, de sua imaginação. Partindo de minhas experiências em Canarana entre os anos de 2014 e 2016, este trabalho explora duas diferentes imagens dos brancos da cidade formuladas pelos parque-xinguanos – o “peão” e o “chefe” – destacando as consequências da complexificação desta categoria para a teoria indígena das transformações no contexto urbano. Por fim, aborda os movimentos e expectativas indígenas quanto às suas relações na cidade e propõe uma reflexão sobre algumas das incongruências mais salientes entre a perspectiva parquexinguana e as formas com que o Estado pretende atualizar estas relações nas paisagens urbanas deste município.This paper proposes an approach to the park-xinguan indigenous peoples from the city of Canarana (MT), a municipality that composes the southeast portion of the Xingu National Park (in portuguese, Parque Indígena do Xingu, PIX). Hosting the main institutions of social care, the regional FUNAI and several branch offices of indigenous organizations, Canarana is a city of reference for PIX’s indigenous peoples. The city is ruled by a logic that insists on compressing the indigenous under the image of the poor, and each day it is also more filled with park-xinguans. These facts challenge the indigenous existence and philosophy,and result in an absolutely creative moment in the life of these people,of their philosophical practices and imagination. Starting from my experiences in Canarana from 2014 to 2016, this paper explores two different images of the white men from the city formulated by the park-xinguan indigenous people – the “peon” and the “chief” – highlighting the consequences of the complexification of these category to the indigenous theory of transformation. Lastly, it turns to the indigenous movements and expectations for their relations with different white men from the city, and proposes a reflection about some of the most salient incongruities between the park-xinguan perspective and the ways in which the Brazilian State intent to update this relations in the urban landscapes of the municipality.Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas2017-05-12info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/ra/article/view/13207410.11606/2179-0892.ra.2017.132074Revista de Antropologia; v. 60 n. 1 (2017); 216-241Revista de Antropologia; Vol. 60 No 1 (2017); 216-241Revista de Antropologia; Vol. 60 Núm. 1 (2017); 216-241Revista de Antropologia; Vol. 60 No. 1 (2017); 216-2411678-98570034-7701reponame:Revista de antropologia (São Paulo. Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/ra/article/view/132074/129514Horta, Amandainfo:eu-repo/semantics/openAccess2020-07-03T03:58:01Zoai:revistas.usp.br:article/132074Revistahttp://www.revistas.usp.br/raPUBhttp://www.revistas.usp.br/ra/oairevista.antropologia.usp@gmail.com||revant@edu.usp.br1678-98570034-7701opendoar:2020-07-03T03:58:01Revista de antropologia (São Paulo. Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Este artigo propõe uma aproximação aos indígenas parque-xinguanos desde a cidade de Canarana (MT), município que compõe a porção sudeste do Parque Indígena do Xingu (PIX). Sediando as principais instituições de atendimento social, a FUNAI regional e diversas subsedes de organizações indígenas, Canarana é um município de referência para os indígenas do PIX. A cidade, espaço regido por uma lógica de Estado que insiste em reduzi-los à imagem do pobre, se faz cada dia mais um ambiente também indígena, desafiando a existência e a filosofia parque-xinguanas e dando origem a um momento absolutamente criativo da vida destas pessoas, de suas práticas filosóficas, de sua imaginação. Partindo de minhas experiências em Canarana entre os anos de 2014 e 2016, este trabalho explora duas diferentes imagens dos brancos da cidade formuladas pelos parque-xinguanos – o “peão” e o “chefe” – destacando as consequências da complexificação desta categoria para a teoria indígena das transformações no contexto urbano. Por fim, aborda os movimentos e expectativas indígenas quanto às suas relações na cidade e propõe uma reflexão sobre algumas das incongruências mais salientes entre a perspectiva parquexinguana e as formas com que o Estado pretende atualizar estas relações nas paisagens urbanas deste município. |
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