De Quilombos a quilombolas: notas sobre um processo histórico-etnográfico
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2009 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista de antropologia (São Paulo. Online) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/ra/article/view/27338 |
Resumo: | Busca-se neste artigo, através de uma breve revisão, demonstrar que apesar da necessidade de se conhecer a definição histórica de quilombo, a mesma não se aplica de forma adequada à categoria de remanescentes de quilombo ou quilombolas, pois esta se refere a um processo de auto-reconhecimento feito por grupos com características étnicas que se mobilizam ou são mobilizados em torno de conquistas, entre as quais, a posse definitiva de seu território social. A categoria remanescente de quilombos é, portanto, um construto que só atinge sua plenitude na interface entre os discursos antropológico, jurídico, dos quilombolas (nativo) e dos movimentos envolvidos com a temática. E para sua correta compreensão, é necessário que se pratique a etnografia, entendida como o momento privilegiado em que se pode compreender o quilombo não apenas como um lugar definido externamente - ou seja, geograficamente determinado, historicamente construído e (talvez) documentado, ou um achado arqueológico -, mas também como um ente vivo. |
id |
USP-55_c00b18ee4b1787743b3dc1efd9e3626a |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:revistas.usp.br:article/27338 |
network_acronym_str |
USP-55 |
network_name_str |
Revista de antropologia (São Paulo. Online) |
repository_id_str |
|
spelling |
De Quilombos a quilombolas: notas sobre um processo histórico-etnográfico Quilomboremanescentes de quilomboetnografiaMaroons communitiesremaining quilomboethnography Busca-se neste artigo, através de uma breve revisão, demonstrar que apesar da necessidade de se conhecer a definição histórica de quilombo, a mesma não se aplica de forma adequada à categoria de remanescentes de quilombo ou quilombolas, pois esta se refere a um processo de auto-reconhecimento feito por grupos com características étnicas que se mobilizam ou são mobilizados em torno de conquistas, entre as quais, a posse definitiva de seu território social. A categoria remanescente de quilombos é, portanto, um construto que só atinge sua plenitude na interface entre os discursos antropológico, jurídico, dos quilombolas (nativo) e dos movimentos envolvidos com a temática. E para sua correta compreensão, é necessário que se pratique a etnografia, entendida como o momento privilegiado em que se pode compreender o quilombo não apenas como um lugar definido externamente - ou seja, geograficamente determinado, historicamente construído e (talvez) documentado, ou um achado arqueológico -, mas também como um ente vivo. This paper seeks to demonstrate, through a brief bibliographical discussion, that despite the need to acknowledge the historical definition of quilombo, this category does not define adequately remanescentes de quilombo or quilombolas, because these concepts refer to a self-recognition process involving ethnic groups that mobilize this ethnicity towards achievements, such as the final possession of their social territory. The category remanescente de quilombos is, therefore, a construction that only reaches its fullness in the interface of anthropological, legal and native discourses, including also social and political movement's expressions. The ethnographic practice is needed for the correct comprehension of this category, and this practice should be taken as the privileged moment in which the quilombo can be understood not only as an externally defined place - in other words, geographically determined, historically built and (maybe) documented or an archaeological finding - but also as a living entity. Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas2009-01-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/ra/article/view/2733810.1590/S0034-77012009000100009Revista de Antropologia; v. 52 n. 1 (2009); 340-374 Revista de Antropologia; Vol. 52 No 1 (2009); 340-374 Revista de Antropologia; Vol. 52 Núm. 1 (2009); 340-374 Revista de Antropologia; Vol. 52 No. 1 (2009); 340-374 1678-98570034-7701reponame:Revista de antropologia (São Paulo. Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/ra/article/view/27338/29110Marques, Carlos Eduardoinfo:eu-repo/semantics/openAccess2020-07-03T04:01:39Zoai:revistas.usp.br:article/27338Revistahttp://www.revistas.usp.br/raPUBhttp://www.revistas.usp.br/ra/oairevista.antropologia.usp@gmail.com||revant@edu.usp.br1678-98570034-7701opendoar:2020-07-03T04:01:39Revista de antropologia (São Paulo. Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
De Quilombos a quilombolas: notas sobre um processo histórico-etnográfico |
title |
De Quilombos a quilombolas: notas sobre um processo histórico-etnográfico |
spellingShingle |
De Quilombos a quilombolas: notas sobre um processo histórico-etnográfico Marques, Carlos Eduardo Quilombo remanescentes de quilombo etnografia Maroons communities remaining quilombo ethnography |
title_short |
De Quilombos a quilombolas: notas sobre um processo histórico-etnográfico |
title_full |
De Quilombos a quilombolas: notas sobre um processo histórico-etnográfico |
title_fullStr |
De Quilombos a quilombolas: notas sobre um processo histórico-etnográfico |
title_full_unstemmed |
De Quilombos a quilombolas: notas sobre um processo histórico-etnográfico |
title_sort |
De Quilombos a quilombolas: notas sobre um processo histórico-etnográfico |
author |
Marques, Carlos Eduardo |
author_facet |
Marques, Carlos Eduardo |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Marques, Carlos Eduardo |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Quilombo remanescentes de quilombo etnografia Maroons communities remaining quilombo ethnography |
topic |
Quilombo remanescentes de quilombo etnografia Maroons communities remaining quilombo ethnography |
description |
Busca-se neste artigo, através de uma breve revisão, demonstrar que apesar da necessidade de se conhecer a definição histórica de quilombo, a mesma não se aplica de forma adequada à categoria de remanescentes de quilombo ou quilombolas, pois esta se refere a um processo de auto-reconhecimento feito por grupos com características étnicas que se mobilizam ou são mobilizados em torno de conquistas, entre as quais, a posse definitiva de seu território social. A categoria remanescente de quilombos é, portanto, um construto que só atinge sua plenitude na interface entre os discursos antropológico, jurídico, dos quilombolas (nativo) e dos movimentos envolvidos com a temática. E para sua correta compreensão, é necessário que se pratique a etnografia, entendida como o momento privilegiado em que se pode compreender o quilombo não apenas como um lugar definido externamente - ou seja, geograficamente determinado, historicamente construído e (talvez) documentado, ou um achado arqueológico -, mas também como um ente vivo. |
publishDate |
2009 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2009-01-01 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://www.revistas.usp.br/ra/article/view/27338 10.1590/S0034-77012009000100009 |
url |
https://www.revistas.usp.br/ra/article/view/27338 |
identifier_str_mv |
10.1590/S0034-77012009000100009 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://www.revistas.usp.br/ra/article/view/27338/29110 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas |
dc.source.none.fl_str_mv |
Revista de Antropologia; v. 52 n. 1 (2009); 340-374 Revista de Antropologia; Vol. 52 No 1 (2009); 340-374 Revista de Antropologia; Vol. 52 Núm. 1 (2009); 340-374 Revista de Antropologia; Vol. 52 No. 1 (2009); 340-374 1678-9857 0034-7701 reponame:Revista de antropologia (São Paulo. Online) instname:Universidade de São Paulo (USP) instacron:USP |
instname_str |
Universidade de São Paulo (USP) |
instacron_str |
USP |
institution |
USP |
reponame_str |
Revista de antropologia (São Paulo. Online) |
collection |
Revista de antropologia (São Paulo. Online) |
repository.name.fl_str_mv |
Revista de antropologia (São Paulo. Online) - Universidade de São Paulo (USP) |
repository.mail.fl_str_mv |
revista.antropologia.usp@gmail.com||revant@edu.usp.br |
_version_ |
1797242186182426624 |