Monumentalidade x cotidiano: a função pública da arquitetura

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Guedes Sobrinho, Joaquim Manoel
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Pós. Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP (Online)
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/posfau/article/view/43504
Resumo: Este artigo foi baseado na conferência realizada em Belo Horizonte, em 18/03/06, na qual o autor teceu considerações sobre arquitetura e nação:" É arquitetura tudo o que concerne à construção." (ARGAN, c1992). O valor cultural e ético do objeto responde ao grau de atendimento à demanda, que se relaciona com o planeta Terra, aos recursos escassos e à sobrevivência das pessoas. A arquitetura, o seu fazer e o seu ensino são analisados a partir do ato, a arte de construir, para atender às exigências sociais, ao público e ao privado, por meio dos processos históricos dos jogos de poder, no lugar e momento. Reduz-se a arquitetura à essência para descobrir, em cada caso, as raízes de sua emergência e compreender a responsabilidade do arquiteto na nova sociedade de massas, ao ingressarmos neste" novo período popular da História" (SANTOS; SOUZA, c1998). Sugere-se a seguinte seqüência de procedimentos como caminho de conhecimento e apoio ao livre desenvolvimento da invenção: 1) O dimensionamento preliminar do problema a resolver para a escolha e o conhecimento completo do lugar, tarefas do arquiteto, do cliente, da sociedade e do governo; 2) a identificação e compreensão do programa de edificações para o lugar; 3) estudo das atividades, fluxos, quantidade, qualidade e articulação de espaços que emanam dos desejos, em conflito, das pessoas, conciliados em necessidades sociais e traduzidos em programas de edificações, privados ou públicos; 4) análise gráfica dos subsistemas setoriais de espaços associados por afinidades, tendo em vista sua disposição e organização, no lugar; 5) trabalho da construção rigorosa da arquitetura, que é, finalmente, matéria e forma; Ressaltando-se: 6) a necessidade de ampliar a oferta de informações sobre os problemas localizados de arquitetura a resolver, de organizar a participação pontual e efetiva das pessoas na discussão nos projetos e obras de seu interesse, contrariamente às reuniões" assembleiais" e participativas; 7) a ampliação de oportunidades para que o maior número de arquitetos possa participar da construção do país, o que implica nova política de sua contratação pelo poder público. Ao final são apresentados três projetos que ilustram a participação do arquiteto no fazer arquitetura no Brasil: 1) Plano Piloto de Brasília, 1957; 2) a cidade de Caraíba (Pilar), Jaguarari, BA, 1978; e 3) Projeto Bicocca, Milão, Itália, 1987.
id USP-58_f72bd0b07cd3ef5bd561b0ab679ea01c
oai_identifier_str oai:revistas.usp.br:article/43504
network_acronym_str USP-58
network_name_str Pós. Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP (Online)
repository_id_str
spelling Monumentalidade x cotidiano: a função pública da arquiteturaMonumentalidad x cotidiano: la función pública de la arquitecturaMonumentality vs. everyday life: architecture's public roleMonumentalityeveryday lifenationMonumentalidadcotidianonaciónMonumentalidadecotidianonaçãoEste artigo foi baseado na conferência realizada em Belo Horizonte, em 18/03/06, na qual o autor teceu considerações sobre arquitetura e nação:" É arquitetura tudo o que concerne à construção." (ARGAN, c1992). O valor cultural e ético do objeto responde ao grau de atendimento à demanda, que se relaciona com o planeta Terra, aos recursos escassos e à sobrevivência das pessoas. A arquitetura, o seu fazer e o seu ensino são analisados a partir do ato, a arte de construir, para atender às exigências sociais, ao público e ao privado, por meio dos processos históricos dos jogos de poder, no lugar e momento. Reduz-se a arquitetura à essência para descobrir, em cada caso, as raízes de sua emergência e compreender a responsabilidade do arquiteto na nova sociedade de massas, ao ingressarmos neste" novo período popular da História" (SANTOS; SOUZA, c1998). Sugere-se a seguinte seqüência de procedimentos como caminho de conhecimento e apoio ao livre desenvolvimento da invenção: 1) O dimensionamento preliminar do problema a resolver para a escolha e o conhecimento completo do lugar, tarefas do arquiteto, do cliente, da sociedade e do governo; 2) a identificação e compreensão do programa de edificações para o lugar; 3) estudo das atividades, fluxos, quantidade, qualidade e articulação de espaços que emanam dos desejos, em conflito, das pessoas, conciliados em necessidades sociais e traduzidos em programas de edificações, privados ou públicos; 4) análise gráfica dos subsistemas setoriais de espaços associados por afinidades, tendo em vista sua disposição e organização, no lugar; 5) trabalho da construção rigorosa da arquitetura, que é, finalmente, matéria e forma; Ressaltando-se: 6) a necessidade de ampliar a oferta de informações sobre os problemas localizados de arquitetura a resolver, de organizar a participação pontual e efetiva das pessoas na discussão nos projetos e obras de seu interesse, contrariamente às reuniões" assembleiais" e participativas; 7) a ampliação de oportunidades para que o maior número de arquitetos possa participar da construção do país, o que implica nova política de sua contratação pelo poder público. Ao final são apresentados três projetos que ilustram a participação do arquiteto no fazer arquitetura no Brasil: 1) Plano Piloto de Brasília, 1957; 2) a cidade de Caraíba (Pilar), Jaguarari, BA, 1978; e 3) Projeto Bicocca, Milão, Itália, 1987.Conferencia en Belo Horizonte, el 18/03/06. Consideraciones acerca de la arquitectura y la nación:" Es arquitectura todo lo que se refiere a la construcción." (ARGAN, c1992). El valor cultural y ético del objeto corresponde al grado de atención a la demanda, que se relaciona con el planeta Terra, los recursos escasos y la supervivencia de la gente. La arquitectura, su que hacer y su enseñanza son analizados a partir del acto, el arte de construir, para atender a los requisitos sociales, el público y el privado, por medio de los procesos históricos de los juegos de poder, en el lugar y el momento. Se reduce la arquitectura a su esencia, para descubrir, en cada caso, las raíces de su emergencia y comprender la responsabilidad del arquitecto en la nueva sociedad de masas, cuando ingresamos a este" nuevo período popular de la Historia" (SANTOS; SOUZA, c1998). Se sugiere la siguiente secuencia de procedimientos, como camino de conocimiento y apoyo al libre desarrollo de la invención: 1) La evaluación preliminar del problema que se debe resolver, para la elección y conocimiento completo del lugar, las tareas del arquitecto, del cliente, la sociedad y el gobierno; 2) la identificación y comprensión del programa de edificaciones para el lugar; 3) estudio de las actividades, de los flujos, de la cantidad, de la calidad y de la articulación de espacios que emanan de los deseos en conflicto de la gente, conciliados en necesidades sociales y traducidos en programas de edificaciones, privados o públicos; 4) análisis gráfico de los subsistemas sectoriales de los espacios asociados por las afinidades, considerando su disposición y organización, en el lugar; 5) trabajo de la construcción rigurosa de la Arquitectura, que es, finalmente, la matéria y la forma. Resáltase: 6) la necesidad de ampliar la oferta de informaciones acerca de los problemas localizados por resolver de la arquitectura, de organizar la participación puntual y efectiva de las personas en la discusión, los proyectos y obras de su interés, contrariamente a las reuniones" asemblearias" y participativas; 7) la necesidad de ampliar las ocasiones para que un número más grande de arquitectos participe en la construcción del país, lo que implica una nueva política de su contratación por el poder público. Al final se presentan tres proyectos que ilustran la participación del arquitecto en el que hacer de la arquitectura en Brasil: 1) Plan Piloto de Brasília, 1957; 2) la ciudad de Caraíba, (Pilar), Jaguarari, en Bahia, 1978; y 3) Proyecto Bicocca, en Milano, Italia, 1987.Conference held in Belo Horizonte, Minas Gerais, on March 18, 2006. Thoughts about architecture and the nation." Architecture is everything dealing with construction." (ARGAN, c. 1992). An object's cultural and ethical value is measured by how well it addresses demand, which in turn is related to the planet Earth, to scarce resources, and to people's survival. Architecture, its craft, and its teaching are studied from the perspective of the act, which is the art of building, to meet social, public and private demands through historical processes of power games, at a given place and time. Architecture is reduced to its essence to unveil the roots of its emergence and understand the architect's responsibilities in the new mass society, when we enter this" new popular period in history" (SANTOS; SOUZA, c1998). We suggest the following sequence of procedures as a path of knowledge and to support the free development of invention: 1) Initially assess the prospective problem to choose and study the location and the tasks of the architect, the client, society, and government; 2) identify and understand building plans for that location; 3) study the activities, flows, quantity, quality and combination of spaces resulting from the conflicting yearnings of people, in line with social needs and translated into private and public building plans; 4) graphically analyze the sectorial subsystems of areas associated according to affinities, considering their arrangement and organization in the site; 5) work on the rigorous construction of architecture, which in final analysis is matter and form; It should be pointed out that it is necessary to: 6) expand the supply of information on specific architectural problems to be addressed, and to organize the actual and effective involvement of people in the discussion of projects and works of their interest, unlike assembly and participative meetings; 7) expand opportunities to allow a greater number of architects to take part in building the nation, which implies the government implementing new recruitment policies. Three projects are presented to illustrate the involvement of architects in the architectural craft in Brazil: 1) Brasília's Pilot Plan, 1957; 2) the city of Caraíba, (Pillar), Jaguarari, Bahia, 1978; and 3) Bicocca project, in Milan, Italy, 1987.Universidade de São Paulo. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo.2007-06-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/posfau/article/view/4350410.11606/issn.2317-2762.v0i21p26-49PosFAUUSP; n. 21 (2007); 26-49Pós. Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP; No. 21 (2007); 26-49Pós. Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP; Núm. 21 (2007); 26-492317-27621518-9554reponame:Pós. Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/posfau/article/view/43504/47126Copyright (c) 2007 Joaquim Manoel Guedes Sobrinhoinfo:eu-repo/semantics/openAccessGuedes Sobrinho, Joaquim Manoel2020-03-04T14:28:15Zoai:revistas.usp.br:article/43504Revistahttp://www.revistas.usp.br/posfauPUBhttp://www.revistas.usp.br/posfau/oairvposfau@usp.br||2317-27621518-9554opendoar:2020-03-04T14:28:15Pós. Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Monumentalidade x cotidiano: a função pública da arquitetura
Monumentalidad x cotidiano: la función pública de la arquitectura
Monumentality vs. everyday life: architecture's public role
title Monumentalidade x cotidiano: a função pública da arquitetura
spellingShingle Monumentalidade x cotidiano: a função pública da arquitetura
Guedes Sobrinho, Joaquim Manoel
Monumentality
everyday life
nation
Monumentalidad
cotidiano
nación
Monumentalidade
cotidiano
nação
title_short Monumentalidade x cotidiano: a função pública da arquitetura
title_full Monumentalidade x cotidiano: a função pública da arquitetura
title_fullStr Monumentalidade x cotidiano: a função pública da arquitetura
title_full_unstemmed Monumentalidade x cotidiano: a função pública da arquitetura
title_sort Monumentalidade x cotidiano: a função pública da arquitetura
author Guedes Sobrinho, Joaquim Manoel
author_facet Guedes Sobrinho, Joaquim Manoel
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Guedes Sobrinho, Joaquim Manoel
dc.subject.por.fl_str_mv Monumentality
everyday life
nation
Monumentalidad
cotidiano
nación
Monumentalidade
cotidiano
nação
topic Monumentality
everyday life
nation
Monumentalidad
cotidiano
nación
Monumentalidade
cotidiano
nação
description Este artigo foi baseado na conferência realizada em Belo Horizonte, em 18/03/06, na qual o autor teceu considerações sobre arquitetura e nação:" É arquitetura tudo o que concerne à construção." (ARGAN, c1992). O valor cultural e ético do objeto responde ao grau de atendimento à demanda, que se relaciona com o planeta Terra, aos recursos escassos e à sobrevivência das pessoas. A arquitetura, o seu fazer e o seu ensino são analisados a partir do ato, a arte de construir, para atender às exigências sociais, ao público e ao privado, por meio dos processos históricos dos jogos de poder, no lugar e momento. Reduz-se a arquitetura à essência para descobrir, em cada caso, as raízes de sua emergência e compreender a responsabilidade do arquiteto na nova sociedade de massas, ao ingressarmos neste" novo período popular da História" (SANTOS; SOUZA, c1998). Sugere-se a seguinte seqüência de procedimentos como caminho de conhecimento e apoio ao livre desenvolvimento da invenção: 1) O dimensionamento preliminar do problema a resolver para a escolha e o conhecimento completo do lugar, tarefas do arquiteto, do cliente, da sociedade e do governo; 2) a identificação e compreensão do programa de edificações para o lugar; 3) estudo das atividades, fluxos, quantidade, qualidade e articulação de espaços que emanam dos desejos, em conflito, das pessoas, conciliados em necessidades sociais e traduzidos em programas de edificações, privados ou públicos; 4) análise gráfica dos subsistemas setoriais de espaços associados por afinidades, tendo em vista sua disposição e organização, no lugar; 5) trabalho da construção rigorosa da arquitetura, que é, finalmente, matéria e forma; Ressaltando-se: 6) a necessidade de ampliar a oferta de informações sobre os problemas localizados de arquitetura a resolver, de organizar a participação pontual e efetiva das pessoas na discussão nos projetos e obras de seu interesse, contrariamente às reuniões" assembleiais" e participativas; 7) a ampliação de oportunidades para que o maior número de arquitetos possa participar da construção do país, o que implica nova política de sua contratação pelo poder público. Ao final são apresentados três projetos que ilustram a participação do arquiteto no fazer arquitetura no Brasil: 1) Plano Piloto de Brasília, 1957; 2) a cidade de Caraíba (Pilar), Jaguarari, BA, 1978; e 3) Projeto Bicocca, Milão, Itália, 1987.
publishDate 2007
dc.date.none.fl_str_mv 2007-06-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/posfau/article/view/43504
10.11606/issn.2317-2762.v0i21p26-49
url https://www.revistas.usp.br/posfau/article/view/43504
identifier_str_mv 10.11606/issn.2317-2762.v0i21p26-49
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/posfau/article/view/43504/47126
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2007 Joaquim Manoel Guedes Sobrinho
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2007 Joaquim Manoel Guedes Sobrinho
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo.
publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo.
dc.source.none.fl_str_mv PosFAUUSP; n. 21 (2007); 26-49
Pós. Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP; No. 21 (2007); 26-49
Pós. Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP; Núm. 21 (2007); 26-49
2317-2762
1518-9554
reponame:Pós. Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP (Online)
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Pós. Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP (Online)
collection Pós. Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP (Online)
repository.name.fl_str_mv Pós. Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP (Online) - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv rvposfau@usp.br||
_version_ 1797231647300517888