O tribunal como rito de passagem em Ressurreição e a literatura como rito de passagem em Tolstói

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Danese, Viviane Michelline Veloso
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: RUS (São Paulo)
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/rus/article/view/120652
Resumo: O presente trabalho se propõe a pensar sobre a terra, o homem e a luta enquanto categorias constitutivas do romance Ressurreição, de Tolstói. Ao se deparar, em um tribunal, com uma antiga criada de suas tias, o aristocrata Nekhliúdov inicia um processo de transformação operado por uma crise de consciência desencadeada pelas lembranças do tempo em que seduziu a moça e a abandonou à própria sorte. As mudanças ocasionadas geram um deslocamento tanto interior quanto exterior, uma vez que são travadas indagações sobre a conduta e os valores que moldam a sociedade russa, bem como sobre a própria conduta da personagem masculina, em paralelo a um deslocamento espacial que atravessa o território russo no romance. A terra, o homem e a luta se relacionam de forma dialética, uma vez que associam a personagem ao meio físico e às transformações por ele desencadeadas. A dualidade comumente atribuída ao ser humano é percebida na apresentação do príncipe, que aparece, no decorrer do enredo, como um homem dos avessos, ou seja, como um ser surpreendente ao se apresentar sob a veste da aristocracia, mas se afirmar como portador das necessidades dos socialmente excluídos
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