Achados da neuroimagem em transtorno de estresse pós-traumático e suas implicações clínicas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2005 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Archives of Clinical Psychiatry |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/acp/article/view/16329 |
Resumo: | Estudos com neuroimagem vêm replicando alguns achados relevantes ao entendimento de anormalidades neuroanatômicas, estruturais e funcionais associadas ao transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). A dificuldade em sintetizar, categorizar e integrar a memória traumática em uma narrativa pode estar relacionada à relativa diminuição do volume e ativação do hipocampo, à diminuição na atividade do córtex pré-frontal, do cíngulo anterior e da área de Broca. O mecanismo deficiente de extinção da resposta ao medo e à desregulação emocional estão possivelmente relacionados à menor atividade cortical pré-frontal, implicado na atenuação do feedback negativo da atividade da amígdala. Tais memórias traumáticas não-hipocampo/pré-frontal dependentes são involuntariamente acessadas, apresentam-se fragmentadas sensorialmente, sem estrutura narrativa desenvolvida e tendem a permanecer com expressão emocional intensa e sensações vívidas. Processos psicoterapêuticos, baseados em exposição e reconstrução cognitiva, podem estimular as faculdades cognitivas e integrativas do encéfalo correspondentes às estruturas encontradas como deficitárias em indivíduos com TEPT. Nessa perspectiva, a memória poderá perder intensidade emocional, ser cognitivamente mais organizada e ainda, esvaecer-se com o tempo. Outras implicações dos achados da neuroimagem são discutidas no âmbito psicoterapêutico, assim como, as perspectivas de futuros estudos com neuroimagem no Brasil. |
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Achados da neuroimagem em transtorno de estresse pós-traumático e suas implicações clínicas Posttraumatic stress disorder neuroimaging findings and their clinical implications Neuroimagingprefrontalhippocampustraumatic memoryposttraumatic stress disordertraumastresspsychotherapyNeuroimagempré-frontalhipocampomemória traumáticatranstorno de estresse pós-traumáticotraumaestressepsicoterapia Estudos com neuroimagem vêm replicando alguns achados relevantes ao entendimento de anormalidades neuroanatômicas, estruturais e funcionais associadas ao transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). A dificuldade em sintetizar, categorizar e integrar a memória traumática em uma narrativa pode estar relacionada à relativa diminuição do volume e ativação do hipocampo, à diminuição na atividade do córtex pré-frontal, do cíngulo anterior e da área de Broca. O mecanismo deficiente de extinção da resposta ao medo e à desregulação emocional estão possivelmente relacionados à menor atividade cortical pré-frontal, implicado na atenuação do feedback negativo da atividade da amígdala. Tais memórias traumáticas não-hipocampo/pré-frontal dependentes são involuntariamente acessadas, apresentam-se fragmentadas sensorialmente, sem estrutura narrativa desenvolvida e tendem a permanecer com expressão emocional intensa e sensações vívidas. Processos psicoterapêuticos, baseados em exposição e reconstrução cognitiva, podem estimular as faculdades cognitivas e integrativas do encéfalo correspondentes às estruturas encontradas como deficitárias em indivíduos com TEPT. Nessa perspectiva, a memória poderá perder intensidade emocional, ser cognitivamente mais organizada e ainda, esvaecer-se com o tempo. Outras implicações dos achados da neuroimagem são discutidas no âmbito psicoterapêutico, assim como, as perspectivas de futuros estudos com neuroimagem no Brasil. Neuroimaging findings have been replicating some findings important to understanding structural and functional abnormalities associated with posttraumatic stress disorder (PTSD). The impairment in synthesizing, categorizing, and integrating a traumatic memory into a narrative may be related to a relative decrease in hippocampus volume and activation, and a decrease in activity of the prefrontal cortex, anterior cingulate, and Broca's area. The deficient extinction response mechanism to fear and emotional deregulation may possibly be related to decreased prefrontal cortex activity implicated in attenuation of negative feedback of amygdala activity. The nonhippocampally and prefrontal dependent traumatic memories are involuntarily accessed, are sensorially fragmented without a developed narrative structure, and tend to continue presenting intense emotional expression and vivid sensations. Exposure based and cognitive restructuring psychotherapeutic processes can stimulate the cognitive and integrative faculties of the brain that correspond to the structures found to be deficient in individuals with PTSD. Hence, the memory would lose emotional intensity, be more organized cognitively, and could also fade with time. Other neuroimaging findings related to psychotherapy are discussed as well as the perspectives of future neuroimaging studies in Brazil. Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Instituto de Psiquiatria2005-07-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/acp/article/view/1632910.1590/S0101-60832005000400001Archives of Clinical Psychiatry; v. 32 n. 4 (2005); 189-201Archives of Clinical Psychiatry; Vol. 32 No. 4 (2005); 189-201Revista de Psiquiatria Clínica; Vol. 32 Núm. 4 (2005); 189-2011806-938X0101-6083reponame:Archives of Clinical Psychiatryinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/acp/article/view/16329/18041Peres, Julio Fernando PrietoNasello, Antonia Gladysinfo:eu-repo/semantics/openAccess2012-09-27T19:19:20Zoai:revistas.usp.br:article/16329Revistahttp://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/index.htmlPUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||archives@usp.br1806-938X0101-6083opendoar:2012-09-27T19:19:20Archives of Clinical Psychiatry - Universidade de São Paulo (USP)false |
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