Transtorno de estresse pós-traumático em dependente do álcool
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2008 |
Outros Autores: | , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Archives of Clinical Psychiatry |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/acp/article/view/17169 |
Resumo: | CONTEXTO: Os transtornos comórbidos entre dependentes químicos têm se mostrado a regra e não a exceção. O transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) é um transtorno de ansiedade que se desenvolve após evento traumático, com importante sintomatologia. Quase 100% dos dependentes químicos que procuram tratamento relatam história de traumas, e as prevalências de TEPT têm variado entre 30% e 60%. Entre os alcoolistas, as prevalências de TEPT variam de 10% a 40%. Apesar das altas prevalências, tais transtornos carecem de investigação pelos clínicos. OBJETIVOS: Tem-se como objetivo relatar o caso de um alcoolista com transtorno bipolar e sintomas de TEPT há alguns anos, cujo resultado de tratamento deveu-se ao reconhecimento da última comorbidade e abordagem conjunta das patologias. MÉTODOS: Paciente masculino, 40 anos, participou em uma pesquisa do Instituto de Prevenção e Pesquisa em Álcool e outras Dependências (IPPAD), que investiga a exposição a eventos traumáticos e TEPT em dependentes químicos, respondendo a vários instrumentos. Realizou entrevistas com uma das pesquisadoras visando a este relato de caso. Os resultados foram avaliados por entrevistas com o paciente e aplicação da Davidson Trauma Scale (DTS). RESULTADOS: A DTS foi respondida por ocasião da participação na pesquisa e um ano após, para avaliar resultados de tratamento. No primeiro momento, o paciente pontuou um escore total de 75 pontos e, no segundo, de 40 pontos. A melhora deveu-se ao reconhecimento do TEPT e seu tratamento com psicoterapia psicodinâmica, terapia cognitivo-comportamental e abordagem familiar como estratégias terapêuticas utilizadas. Para o tratamento psicofarmacológico foram utilizados carbonato de lítio, sertralina e clonazepan. CONCLUSÕES: A investigação de traumas e TEPT deve ser rotina no atendimento de alcoolistas. O reconhecimento precoce desta comorbidade pode prevenir sua cronicidade, favorecer a aderência e promover o tratamento adequado. |
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Transtorno de estresse pós-traumático em dependente do álcool Post-traumatic stress disorder and alcoholism Estresse pós-traumáticopaciente alcoólatracomorbidadePosttraumatic stress disorderalcoholic patientcomorbidity CONTEXTO: Os transtornos comórbidos entre dependentes químicos têm se mostrado a regra e não a exceção. O transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) é um transtorno de ansiedade que se desenvolve após evento traumático, com importante sintomatologia. Quase 100% dos dependentes químicos que procuram tratamento relatam história de traumas, e as prevalências de TEPT têm variado entre 30% e 60%. Entre os alcoolistas, as prevalências de TEPT variam de 10% a 40%. Apesar das altas prevalências, tais transtornos carecem de investigação pelos clínicos. OBJETIVOS: Tem-se como objetivo relatar o caso de um alcoolista com transtorno bipolar e sintomas de TEPT há alguns anos, cujo resultado de tratamento deveu-se ao reconhecimento da última comorbidade e abordagem conjunta das patologias. MÉTODOS: Paciente masculino, 40 anos, participou em uma pesquisa do Instituto de Prevenção e Pesquisa em Álcool e outras Dependências (IPPAD), que investiga a exposição a eventos traumáticos e TEPT em dependentes químicos, respondendo a vários instrumentos. Realizou entrevistas com uma das pesquisadoras visando a este relato de caso. Os resultados foram avaliados por entrevistas com o paciente e aplicação da Davidson Trauma Scale (DTS). RESULTADOS: A DTS foi respondida por ocasião da participação na pesquisa e um ano após, para avaliar resultados de tratamento. No primeiro momento, o paciente pontuou um escore total de 75 pontos e, no segundo, de 40 pontos. A melhora deveu-se ao reconhecimento do TEPT e seu tratamento com psicoterapia psicodinâmica, terapia cognitivo-comportamental e abordagem familiar como estratégias terapêuticas utilizadas. Para o tratamento psicofarmacológico foram utilizados carbonato de lítio, sertralina e clonazepan. CONCLUSÕES: A investigação de traumas e TEPT deve ser rotina no atendimento de alcoolistas. O reconhecimento precoce desta comorbidade pode prevenir sua cronicidade, favorecer a aderência e promover o tratamento adequado. BACKGROUND: Psychiatric comorbidity is common among addicted patients. Post-traumatic stress disorder (PTSD) is a highly symptomatic anxiety disorder of acute onset after a major distressing life-event. OBJECTIVES: In clinical practice, patients suffering from drug addiction invariably report the occurrence of psychologically stressful episodes, with frequencies of PTSD ranging from 30% to 60%. Among patients suffering from alcohol dependence, the prevalence of PTSD is estimated to range between 10% and 40%. METHODS: We report the case of a 40-year old alcoholic man presenting with comorbid bipolar disorder and long-lasting symptoms of PTSD. The subject was an outpatient at the Institute for Prevention and Research on Alcohol and Other Addictions (Instituto de Prevenção e Pesquisa em Álcool e Outras Dependências - IPPAD), being assessed for the occurrence of PTSD with the aid of several psychometric instruments. RESULTS: Data derived from clinical sessions and research interviews include the Davidson Trauma Scale (DTS), which was administered at baseline and after one year of follow-up, yielding scores of 75 and 40 respectively. Global response to treatment was achieved after the recognition and appropriate treatment of the latter condition, along with the combined approach to other comorbid disorders. DISCUSSION: The investigation of traumatic events should be encouraged in the clinical management of alcoholic patients. Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Instituto de Psiquiatria2008-01-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/acp/article/view/1716910.1590/S0101-60832008000400005Archives of Clinical Psychiatry; v. 35 n. 4 (2008); 154-158Archives of Clinical Psychiatry (São Paulo); Vol. 35 No. 4 (2008); 154-158Revista de Psiquiatria Clínica; Vol. 35 Núm. 4 (2008); 154-1581806-938X0101-6083reponame:Archives of Clinical Psychiatryinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/acp/article/view/17169/19176Pulcherio, GildaVernetti, CarmenStrey, Marlene NevesFaller, Sibeleinfo:eu-repo/semantics/openAccess2012-09-26T12:58:20Zoai:revistas.usp.br:article/17169Revistahttp://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/index.htmlPUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||archives@usp.br1806-938X0101-6083opendoar:2012-09-26T12:58:20Archives of Clinical Psychiatry - Universidade de São Paulo (USP)false |
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