Tolerabilidade e segurança do lítio em transtornos do humor: uma revisão crítica
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2014 |
Outros Autores: | , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | eng |
Título da fonte: | Archives of Clinical Psychiatry |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/acp/article/view/80565 |
Resumo: | Contexto : O lítio é um tratamento de primeira linha para o transtorno bipolar, em todas as fases, e também é indicado como terapia adjunta para a depressão unipolar e prevenção do suicídio. Este estudo abrange uma ampla revisão crítica sobre a segurança e a tolerabilidade do lítio para transtornos do humor. Métodos : Uma busca informatizada para estudos com humanos escritos em inglês foi feita no MEDLINE, usando as palavras-chave “lítio” e “transtornos de humor”, a partir de julho de 1993 a julho de 2013 (n = 416). Esta pesquisa inicial teve como objetivo selecionar ensaios clínicos, estudos prospectivos e estudos controlados com tratamento com lítio para transtornos de humor, relatando efeitos adversos (n = 36). A seleção final identificou 91 estudos. Resultados : Os efeitos colaterais mais comuns nos pacientes em tratamento com lítio foram sede, micção frequente, boca seca, ganho de peso, fadiga e queixas cognitivas. Usuários de lítio mostraram uma alta prevalência de hipotireoidismo, hiperparatireoidismo e diminuição da capacidade de concentração urinária. Também foi observada redução da taxa de filtração glomerular em pacientes utilizando lítio, mas em menor grau. A evidência de teratogenicidade associada com o uso de lítio não está bem estabelecida. Os medicamentos anti-inflamatórios não esteroides, diuréticos, inibidores da enzima de conversão da angiotensina e alprazolam podem aumentar o lítio sérico e o consequente risco de intoxicação. Conclusões : O tratamento de curto prazo com lítio está associado com efeitos colaterais leves. No entanto, tratamentos de médio a longo prazo com lítio podem ter efeitos sobre órgãos-alvo que podem ser prevenidos por acompanhamento periódico. Em geral, o lítio é ainda uma alternativa segura para o tratamento dos transtornos de humor. |
id |
USP-5_b43e36b370a14992c0ea68f63cb386b7 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:revistas.usp.br:article/80565 |
network_acronym_str |
USP-5 |
network_name_str |
Archives of Clinical Psychiatry |
repository_id_str |
|
spelling |
Tolerabilidade e segurança do lítio em transtornos do humor: uma revisão crítica Lithium safety and tolerability in mood disorders: a critical review Contexto : O lítio é um tratamento de primeira linha para o transtorno bipolar, em todas as fases, e também é indicado como terapia adjunta para a depressão unipolar e prevenção do suicídio. Este estudo abrange uma ampla revisão crítica sobre a segurança e a tolerabilidade do lítio para transtornos do humor. Métodos : Uma busca informatizada para estudos com humanos escritos em inglês foi feita no MEDLINE, usando as palavras-chave “lítio” e “transtornos de humor”, a partir de julho de 1993 a julho de 2013 (n = 416). Esta pesquisa inicial teve como objetivo selecionar ensaios clínicos, estudos prospectivos e estudos controlados com tratamento com lítio para transtornos de humor, relatando efeitos adversos (n = 36). A seleção final identificou 91 estudos. Resultados : Os efeitos colaterais mais comuns nos pacientes em tratamento com lítio foram sede, micção frequente, boca seca, ganho de peso, fadiga e queixas cognitivas. Usuários de lítio mostraram uma alta prevalência de hipotireoidismo, hiperparatireoidismo e diminuição da capacidade de concentração urinária. Também foi observada redução da taxa de filtração glomerular em pacientes utilizando lítio, mas em menor grau. A evidência de teratogenicidade associada com o uso de lítio não está bem estabelecida. Os medicamentos anti-inflamatórios não esteroides, diuréticos, inibidores da enzima de conversão da angiotensina e alprazolam podem aumentar o lítio sérico e o consequente risco de intoxicação. Conclusões : O tratamento de curto prazo com lítio está associado com efeitos colaterais leves. No entanto, tratamentos de médio a longo prazo com lítio podem ter efeitos sobre órgãos-alvo que podem ser prevenidos por acompanhamento periódico. Em geral, o lítio é ainda uma alternativa segura para o tratamento dos transtornos de humor. Background : Lithium is a first-line treatment for bipolar disorder in all phases, also indicated as add-on drug for unipolar depression and suicide prevention. This study encompasses a broad critical review on the safety and tolerability of lithium for mood disorders. Methods : A computerized search for English written human studies was made in MEDLINE, using the keywords “lithium” and “mood disorders”, starting from July 1993 through July 2013 (n = 416). This initial search aimed to select clinical trials, prospective data, and controlled design studies of lithium treatment for mood disorders reporting adverse effects (n = 36). The final selection yielded 91 studies. Results : The most common general side effects in patients on lithium treatment were thirst, frequent urination, dry mouth, weight gain, fatigue and cognitive complaints. Lithium users showed a high prevalence of hypothyroidism, hyperparathyroidism, and decrease in urinary concentration ability. Reduction of glomerular filtration rate in patients using lithium was also observed, but in a lesser extent. The evidence of teratogenicity associated with lithium use is not well established. Anti-inflammatory non-steroidal drugs, thiazide diuretics, angiotensin-converting enzyme inhibitors, and alprazolam may increase serum lithium and the consequent risk for intoxication. Discussion : Short-term lithium treatment is associated with mild side effects. Medium and long-term lithium treatment, however, might have effects on target organs which may be prevented by periodical monitoring. Overall, lithium is still a safe option for the treatment of mood disorders. Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Instituto de Psiquiatria2014-04-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/acp/article/view/8056510.1590/0101-60830000411914Archives of Clinical Psychiatry; v. 41 n. 1 (2014); 9-14Archives of Clinical Psychiatry; Vol. 41 No. 1 (2014); 9-14Revista de Psiquiatria Clínica; Vol. 41 Núm. 1 (2014); 9-141806-938X0101-6083reponame:Archives of Clinical Psychiatryinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPenghttps://www.revistas.usp.br/acp/article/view/80565/84229Aprahamian, Ivan Sousa, Rafael Teixeira de Valiengo, Leandro da Costa Lane Machado-Vieira, Rodrigo Forlenza, Orestes Vicente info:eu-repo/semantics/openAccess2014-05-08T12:28:48Zoai:revistas.usp.br:article/80565Revistahttp://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/index.htmlPUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||archives@usp.br1806-938X0101-6083opendoar:2014-05-08T12:28:48Archives of Clinical Psychiatry - Universidade de São Paulo (USP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Tolerabilidade e segurança do lítio em transtornos do humor: uma revisão crítica Lithium safety and tolerability in mood disorders: a critical review |
title |
Tolerabilidade e segurança do lítio em transtornos do humor: uma revisão crítica |
spellingShingle |
Tolerabilidade e segurança do lítio em transtornos do humor: uma revisão crítica Aprahamian, Ivan |
title_short |
Tolerabilidade e segurança do lítio em transtornos do humor: uma revisão crítica |
title_full |
Tolerabilidade e segurança do lítio em transtornos do humor: uma revisão crítica |
title_fullStr |
Tolerabilidade e segurança do lítio em transtornos do humor: uma revisão crítica |
title_full_unstemmed |
Tolerabilidade e segurança do lítio em transtornos do humor: uma revisão crítica |
title_sort |
Tolerabilidade e segurança do lítio em transtornos do humor: uma revisão crítica |
author |
Aprahamian, Ivan |
author_facet |
Aprahamian, Ivan Sousa, Rafael Teixeira de Valiengo, Leandro da Costa Lane Machado-Vieira, Rodrigo Forlenza, Orestes Vicente |
author_role |
author |
author2 |
Sousa, Rafael Teixeira de Valiengo, Leandro da Costa Lane Machado-Vieira, Rodrigo Forlenza, Orestes Vicente |
author2_role |
author author author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Aprahamian, Ivan Sousa, Rafael Teixeira de Valiengo, Leandro da Costa Lane Machado-Vieira, Rodrigo Forlenza, Orestes Vicente |
description |
Contexto : O lítio é um tratamento de primeira linha para o transtorno bipolar, em todas as fases, e também é indicado como terapia adjunta para a depressão unipolar e prevenção do suicídio. Este estudo abrange uma ampla revisão crítica sobre a segurança e a tolerabilidade do lítio para transtornos do humor. Métodos : Uma busca informatizada para estudos com humanos escritos em inglês foi feita no MEDLINE, usando as palavras-chave “lítio” e “transtornos de humor”, a partir de julho de 1993 a julho de 2013 (n = 416). Esta pesquisa inicial teve como objetivo selecionar ensaios clínicos, estudos prospectivos e estudos controlados com tratamento com lítio para transtornos de humor, relatando efeitos adversos (n = 36). A seleção final identificou 91 estudos. Resultados : Os efeitos colaterais mais comuns nos pacientes em tratamento com lítio foram sede, micção frequente, boca seca, ganho de peso, fadiga e queixas cognitivas. Usuários de lítio mostraram uma alta prevalência de hipotireoidismo, hiperparatireoidismo e diminuição da capacidade de concentração urinária. Também foi observada redução da taxa de filtração glomerular em pacientes utilizando lítio, mas em menor grau. A evidência de teratogenicidade associada com o uso de lítio não está bem estabelecida. Os medicamentos anti-inflamatórios não esteroides, diuréticos, inibidores da enzima de conversão da angiotensina e alprazolam podem aumentar o lítio sérico e o consequente risco de intoxicação. Conclusões : O tratamento de curto prazo com lítio está associado com efeitos colaterais leves. No entanto, tratamentos de médio a longo prazo com lítio podem ter efeitos sobre órgãos-alvo que podem ser prevenidos por acompanhamento periódico. Em geral, o lítio é ainda uma alternativa segura para o tratamento dos transtornos de humor. |
publishDate |
2014 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2014-04-01 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://www.revistas.usp.br/acp/article/view/80565 10.1590/0101-60830000411914 |
url |
https://www.revistas.usp.br/acp/article/view/80565 |
identifier_str_mv |
10.1590/0101-60830000411914 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
eng |
language |
eng |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://www.revistas.usp.br/acp/article/view/80565/84229 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Instituto de Psiquiatria |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Instituto de Psiquiatria |
dc.source.none.fl_str_mv |
Archives of Clinical Psychiatry; v. 41 n. 1 (2014); 9-14 Archives of Clinical Psychiatry; Vol. 41 No. 1 (2014); 9-14 Revista de Psiquiatria Clínica; Vol. 41 Núm. 1 (2014); 9-14 1806-938X 0101-6083 reponame:Archives of Clinical Psychiatry instname:Universidade de São Paulo (USP) instacron:USP |
instname_str |
Universidade de São Paulo (USP) |
instacron_str |
USP |
institution |
USP |
reponame_str |
Archives of Clinical Psychiatry |
collection |
Archives of Clinical Psychiatry |
repository.name.fl_str_mv |
Archives of Clinical Psychiatry - Universidade de São Paulo (USP) |
repository.mail.fl_str_mv |
||archives@usp.br |
_version_ |
1800237623421173760 |