Investigando o desconhecido: filosofia da ciência e investigação de fenômenos "anômalos" na psiquiatria
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2007 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por eng |
Título da fonte: | Archives of Clinical Psychiatry |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/acp/article/view/17116 |
Resumo: | CONTEXTO: A investigação de áreas controversas, como a das relações entre espiritualidade e saúde, levanta uma série de questões sobre a prática científica que, se ignoradas, podem comprometer o desenvolvimento adequado das pesquisas. OBJETIVOS: Apresentar brevemente alguns temas de filosofia da ciência que podem contribuir na investigação de aspectos pouco explorados da realidade. MÉTODOS: Com base na descrição simplificada dos conceitos de paradigma, ciência normal e revolução científica, descritos por Thomas Kuhn, são propostos alguns critérios de avaliação de hipóteses científicas e algumas diretrizes epistemológicas para a exploração científica de novas áreas. RESULTADOS: A investigação científica deve se basear em hipóteses falseáveis, abrangentes, simples, com adequação empírica, predições experimentais precisas, integração e hierarquização teórica, bem como capacidade de predição de fenômenos de tipos novos. Nessa exploração, deve-se manter uma abertura para a investigação de fenômenos anômalos, busca de um referencial teórico que oriente as pesquisas, cuidado com a rejeição dogmática ou a aceitação precipitada de hipóteses e, no julgamento de uma hipótese, não conferir valor excessivo ao contexto que a gerou ou à autoridade das pessoas que a professam ou rejeitam. CONCLUSÕES: Para que possa produzir avanços significativos, a investigação de áreas controversas e/ou pouco exploradas cientificamente requer habilidades e conhecimentos específicos sobre a natureza da atividade científica, especialmente quanto ao que Kuhn chamou de "ciência extraordinária" (em contraste com a "ciência normal"). |
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