Investigando o desconhecido: filosofia da ciência e investigação de fenômenos "anômalos" na psiquiatria

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Chibeni, Silvio Seno
Data de Publicação: 2007
Outros Autores: Moreira-Almeida, Alexander
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
eng
Título da fonte: Archives of Clinical Psychiatry
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/acp/article/view/17116
Resumo: CONTEXTO: A investigação de áreas controversas, como a das relações entre espiritualidade e saúde, levanta uma série de questões sobre a prática científica que, se ignoradas, podem comprometer o desenvolvimento adequado das pesquisas. OBJETIVOS: Apresentar brevemente alguns temas de filosofia da ciência que podem contribuir na investigação de aspectos pouco explorados da realidade. MÉTODOS: Com base na descrição simplificada dos conceitos de paradigma, ciência normal e revolução científica, descritos por Thomas Kuhn, são propostos alguns critérios de avaliação de hipóteses científicas e algumas diretrizes epistemológicas para a exploração científica de novas áreas. RESULTADOS: A investigação científica deve se basear em hipóteses falseáveis, abrangentes, simples, com adequação empírica, predições experimentais precisas, integração e hierarquização teórica, bem como capacidade de predição de fenômenos de tipos novos. Nessa exploração, deve-se manter uma abertura para a investigação de fenômenos anômalos, busca de um referencial teórico que oriente as pesquisas, cuidado com a rejeição dogmática ou a aceitação precipitada de hipóteses e, no julgamento de uma hipótese, não conferir valor excessivo ao contexto que a gerou ou à autoridade das pessoas que a professam ou rejeitam. CONCLUSÕES: Para que possa produzir avanços significativos, a investigação de áreas controversas e/ou pouco exploradas cientificamente requer habilidades e conhecimentos específicos sobre a natureza da atividade científica, especialmente quanto ao que Kuhn chamou de "ciência extraordinária" (em contraste com a "ciência normal").
id USP-5_d3bdb1d63aad044341064ff892ece772
oai_identifier_str oai:revistas.usp.br:article/17116
network_acronym_str USP-5
network_name_str Archives of Clinical Psychiatry
repository_id_str
spelling Investigando o desconhecido: filosofia da ciência e investigação de fenômenos "anômalos" na psiquiatria Remarks on the scientific exploration of "anomalous" psychiatric phenomena EpistemologiaThomas Kuhnespiritualidadepsiquiatriamétodo científicoEpistemologyThomas Kuhnspiritualitypsychiatryscientific method CONTEXTO: A investigação de áreas controversas, como a das relações entre espiritualidade e saúde, levanta uma série de questões sobre a prática científica que, se ignoradas, podem comprometer o desenvolvimento adequado das pesquisas. OBJETIVOS: Apresentar brevemente alguns temas de filosofia da ciência que podem contribuir na investigação de aspectos pouco explorados da realidade. MÉTODOS: Com base na descrição simplificada dos conceitos de paradigma, ciência normal e revolução científica, descritos por Thomas Kuhn, são propostos alguns critérios de avaliação de hipóteses científicas e algumas diretrizes epistemológicas para a exploração científica de novas áreas. RESULTADOS: A investigação científica deve se basear em hipóteses falseáveis, abrangentes, simples, com adequação empírica, predições experimentais precisas, integração e hierarquização teórica, bem como capacidade de predição de fenômenos de tipos novos. Nessa exploração, deve-se manter uma abertura para a investigação de fenômenos anômalos, busca de um referencial teórico que oriente as pesquisas, cuidado com a rejeição dogmática ou a aceitação precipitada de hipóteses e, no julgamento de uma hipótese, não conferir valor excessivo ao contexto que a gerou ou à autoridade das pessoas que a professam ou rejeitam. CONCLUSÕES: Para que possa produzir avanços significativos, a investigação de áreas controversas e/ou pouco exploradas cientificamente requer habilidades e conhecimentos específicos sobre a natureza da atividade científica, especialmente quanto ao que Kuhn chamou de "ciência extraordinária" (em contraste com a "ciência normal"). BACKGROUND: Scientific research on controversial subjects, such as spirituality-and-health, raises several issues about scientific activity that should be properly clarified for an adequate conduction of the investigations. OBJECTIVES: To highlight some topics of philosophy of science that can be useful in the exploration of unknown, or poorly known, aspects of reality. METHODS: By reviewing briefly the concepts of paradigm, normal science and scientific revolution, introduced by Thomas Kuhn, we discuss a set of criteria for evaluating scientific hypotheses, and present some general epistemological guidelines for the scientific exploration of new fields. RESULTS: Scientific activity should be based on theories exhibiting empirical adequacy, falseability, predictive accuracy, broadness of scope, simplicity, theoretical integration, theoretical ordering, and capacity to predict new kinds of phenomena. The proposed guidelines are: to take experimental findings seriously, even when they do not fit into the current paradigm; to search for a theory capable of guiding investigation; to avoid both the dogmatic rejection and the hasty acceptance of new hypotheses; and, in theory evaluation, to take care in not attributing undue value to the context in which the theory was first conceived, or to the authority of the persons who profess or reject it. CONCLUSION: The scientific exploration of new areas is rendered more fruitful by a thorough understanding of the nature of scientific activity, specially of what Kuhn has called "extraordinary science" (in contrast with "normal science"). Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Instituto de Psiquiatria2007-01-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/acp/article/view/1711610.1590/S0101-60832007000700003Archives of Clinical Psychiatry; v. 34 n. supl.1 (2007); 8-16Archives of Clinical Psychiatry; Vol. 34 No. supl.1 (2007); 8-16Revista de Psiquiatria Clínica; Vol. 34 Núm. supl.1 (2007); 8-161806-938X0101-6083reponame:Archives of Clinical Psychiatryinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporenghttps://www.revistas.usp.br/acp/article/view/17116/19113https://www.revistas.usp.br/acp/article/view/17116/19114Chibeni, Silvio SenoMoreira-Almeida, Alexanderinfo:eu-repo/semantics/openAccess2012-09-26T14:15:25Zoai:revistas.usp.br:article/17116Revistahttp://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/index.htmlPUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||archives@usp.br1806-938X0101-6083opendoar:2012-09-26T14:15:25Archives of Clinical Psychiatry - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Investigando o desconhecido: filosofia da ciência e investigação de fenômenos "anômalos" na psiquiatria
Remarks on the scientific exploration of "anomalous" psychiatric phenomena
title Investigando o desconhecido: filosofia da ciência e investigação de fenômenos "anômalos" na psiquiatria
spellingShingle Investigando o desconhecido: filosofia da ciência e investigação de fenômenos "anômalos" na psiquiatria
Chibeni, Silvio Seno
Epistemologia
Thomas Kuhn
espiritualidade
psiquiatria
método científico
Epistemology
Thomas Kuhn
spirituality
psychiatry
scientific method
title_short Investigando o desconhecido: filosofia da ciência e investigação de fenômenos "anômalos" na psiquiatria
title_full Investigando o desconhecido: filosofia da ciência e investigação de fenômenos "anômalos" na psiquiatria
title_fullStr Investigando o desconhecido: filosofia da ciência e investigação de fenômenos "anômalos" na psiquiatria
title_full_unstemmed Investigando o desconhecido: filosofia da ciência e investigação de fenômenos "anômalos" na psiquiatria
title_sort Investigando o desconhecido: filosofia da ciência e investigação de fenômenos "anômalos" na psiquiatria
author Chibeni, Silvio Seno
author_facet Chibeni, Silvio Seno
Moreira-Almeida, Alexander
author_role author
author2 Moreira-Almeida, Alexander
author2_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Chibeni, Silvio Seno
Moreira-Almeida, Alexander
dc.subject.por.fl_str_mv Epistemologia
Thomas Kuhn
espiritualidade
psiquiatria
método científico
Epistemology
Thomas Kuhn
spirituality
psychiatry
scientific method
topic Epistemologia
Thomas Kuhn
espiritualidade
psiquiatria
método científico
Epistemology
Thomas Kuhn
spirituality
psychiatry
scientific method
description CONTEXTO: A investigação de áreas controversas, como a das relações entre espiritualidade e saúde, levanta uma série de questões sobre a prática científica que, se ignoradas, podem comprometer o desenvolvimento adequado das pesquisas. OBJETIVOS: Apresentar brevemente alguns temas de filosofia da ciência que podem contribuir na investigação de aspectos pouco explorados da realidade. MÉTODOS: Com base na descrição simplificada dos conceitos de paradigma, ciência normal e revolução científica, descritos por Thomas Kuhn, são propostos alguns critérios de avaliação de hipóteses científicas e algumas diretrizes epistemológicas para a exploração científica de novas áreas. RESULTADOS: A investigação científica deve se basear em hipóteses falseáveis, abrangentes, simples, com adequação empírica, predições experimentais precisas, integração e hierarquização teórica, bem como capacidade de predição de fenômenos de tipos novos. Nessa exploração, deve-se manter uma abertura para a investigação de fenômenos anômalos, busca de um referencial teórico que oriente as pesquisas, cuidado com a rejeição dogmática ou a aceitação precipitada de hipóteses e, no julgamento de uma hipótese, não conferir valor excessivo ao contexto que a gerou ou à autoridade das pessoas que a professam ou rejeitam. CONCLUSÕES: Para que possa produzir avanços significativos, a investigação de áreas controversas e/ou pouco exploradas cientificamente requer habilidades e conhecimentos específicos sobre a natureza da atividade científica, especialmente quanto ao que Kuhn chamou de "ciência extraordinária" (em contraste com a "ciência normal").
publishDate 2007
dc.date.none.fl_str_mv 2007-01-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/acp/article/view/17116
10.1590/S0101-60832007000700003
url https://www.revistas.usp.br/acp/article/view/17116
identifier_str_mv 10.1590/S0101-60832007000700003
dc.language.iso.fl_str_mv por
eng
language por
eng
dc.relation.none.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/acp/article/view/17116/19113
https://www.revistas.usp.br/acp/article/view/17116/19114
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Instituto de Psiquiatria
publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Instituto de Psiquiatria
dc.source.none.fl_str_mv Archives of Clinical Psychiatry; v. 34 n. supl.1 (2007); 8-16
Archives of Clinical Psychiatry; Vol. 34 No. supl.1 (2007); 8-16
Revista de Psiquiatria Clínica; Vol. 34 Núm. supl.1 (2007); 8-16
1806-938X
0101-6083
reponame:Archives of Clinical Psychiatry
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Archives of Clinical Psychiatry
collection Archives of Clinical Psychiatry
repository.name.fl_str_mv Archives of Clinical Psychiatry - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv ||archives@usp.br
_version_ 1800237621677391872