Dinâmicas raciais no Brasil contemporâneo: uma revisão empírica
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Plural (São Paulo. Online) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/plural/article/view/118385 |
Resumo: | As dinâmicas raciais no Brasil estão mudando. Antes considerado um país em que o danoso legado do comércio de escravos não era admitido, hoje esse gigante da América Latina começou a reconhecer oficialmente a discriminação étnico-racial, tanto como fenômeno histórico, quanto como questão contemporânea. Parte desse processo envolve um afastamento da celebração da ambiguidade racial e a adoção de status raciais bem delimitados: o termo relativo à miscigenação “moreno” cede lugar, em muitas esferas, ao termo afirmativo “negro”, que passa a ocupar lugar central. Mais significativo ainda é o fato de atores estatais terem implementado cotas raciais no país inteiro, cuja importância maior se dê, talvez, na educação superior. O motor por trás dessas dinâmicas em transformação parece ser a conjunção de atores estatais e dos movimentos negros para estabelecer uma estratégia de mudança legal. É importante observar que pesquisas de opinião pública sugerem que a maioria dos brasileiros apoiam os elementos centrais das novas políticas raciais do Estado. Na segunda metade do século XX, os trabalhos acadêmicos associavam o Brasil a uma falta de consciência racial; já nas primeiras décadas do século XXI essa associação é indefensável. |
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Dinâmicas raciais no Brasil contemporâneo: uma revisão empíricaRacial dynamics in contemporary Brazil: an empirical reviewracial classificationracial attitudesracial inequalityracial quotasclassificação racialatitudes raciaisdesigualdade racialcotas raciaisAs dinâmicas raciais no Brasil estão mudando. Antes considerado um país em que o danoso legado do comércio de escravos não era admitido, hoje esse gigante da América Latina começou a reconhecer oficialmente a discriminação étnico-racial, tanto como fenômeno histórico, quanto como questão contemporânea. Parte desse processo envolve um afastamento da celebração da ambiguidade racial e a adoção de status raciais bem delimitados: o termo relativo à miscigenação “moreno” cede lugar, em muitas esferas, ao termo afirmativo “negro”, que passa a ocupar lugar central. Mais significativo ainda é o fato de atores estatais terem implementado cotas raciais no país inteiro, cuja importância maior se dê, talvez, na educação superior. O motor por trás dessas dinâmicas em transformação parece ser a conjunção de atores estatais e dos movimentos negros para estabelecer uma estratégia de mudança legal. É importante observar que pesquisas de opinião pública sugerem que a maioria dos brasileiros apoiam os elementos centrais das novas políticas raciais do Estado. Na segunda metade do século XX, os trabalhos acadêmicos associavam o Brasil a uma falta de consciência racial; já nas primeiras décadas do século XXI essa associação é indefensável.Racial dynamics in Brazil are shifting. Once considered a context in which the pernicious legacy of the African slave trade had no comfortable home, today this giant of Latin America has begun to officially recognize both historical and contemporary ethnoracial discrimination. Part of this process involves a move away from celebrating racial ambiguity to embracing discrete racial statuses: the mixed-race term moreno has fallen out of favor in many spheres, and the racially affirmative term negro occupies center stage. Most significantly, state actors have implemented racial quotas across the country, perhaps most importantly in higher education. The motor behind these shifting dynamics appears to be the coming together of state and negro movement actors for strategizing a de jure turn. Importantly, public opinion research suggests that the majority of Brazilians support key elements of the State’s new racial politics. In the later part of the 20th-century, scholarship associated Brazil with a lack of racial consciousness; in the first decades of the 21st century, that association is untenable.Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas2016-06-30info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdftext/xmlhttps://www.revistas.usp.br/plural/article/view/11838510.11606/issn.2176-8099.pcso.2016.118385Plural; v. 23 n. 1 (2016): Desigualdades e relações raciais; 53-74Plural; Vol. 23 Núm. 1 (2016): Desigualdades e relações raciais; 53-74Plural; Vol. 23 No. 1 (2016): Desigualdades e relações raciais; 53-742176-80990104-6721reponame:Plural (São Paulo. Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/plural/article/view/118385/115939https://www.revistas.usp.br/plural/article/view/118385/180246Copyright (c) 2016 Política de direitos compartilhadoshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessBailey, Stanley2022-03-29T15:29:48Zoai:revistas.usp.br:article/118385Revistahttp://www.revistas.usp.br/pluralPUBhttp://www.revistas.usp.br/plural/oaiplural@usp.br||2176-80992176-8099opendoar:2022-03-29T15:29:48Plural (São Paulo. Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
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