Da mestiçagem à reconstrução diaspórica do pertencimento étnico-racial
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Data de Publicação: | 2015 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Plural (São Paulo. Online) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/plural/article/view/112455 |
Resumo: | O artigo traz uma reflexão a respeito das mudanças conceituais percebidas no Brasil ao longo do último século no que tange às suas características étnico-raciais. O objetivo é analisar as transformações sentidas não apenas na composição étnico-racial do país, mas também os motivos sociais, teóricos e políticos que fizeram com que se abandonassem os debates em torno do mestiço e se chegasse ao contexto atual, em que se pauta outra lógica, qual seja: a identificação afro-brasileira. A ideia de um país mestiço e a busca pelo branqueamento do país significaram a institucionalização da desmemória das origens étnico-raciais. Isso fez com que negros e indígenas fossem incorporados na sociedade brasileira não como sujeitos plenos de direitos, mas enquanto “marcos da brasilidade”. O negro no Brasil do século XXI, por meio de sua intelectualidade, tem se afirmado enquanto afro-brasileiro, trilhando o caminho de recriar sua origem para além da fronteira nacional; ou seja, não se trata de um retorno ao lar africano, mas do refazer de sua subjetividade, em um terceiro espaço, um território subjetivo. Isso se dá por meio da crítica à racialização de sua pertença étnica, bem como à hierarquização a qual foi submetida sua história, denunciando a maneira como a diferença se transformou em pretexto e justificativa para a desigualdade social. |
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Da mestiçagem à reconstrução diaspórica do pertencimento étnico-racialFrom miscegenation to the diasporic reconstruction of the ethnic-racial belongingAfro-BrasileiroRacializaçãoIdentidadeDiáspora NegraAfrican-BrazilianRacializationIdentityBlack DiasporaO artigo traz uma reflexão a respeito das mudanças conceituais percebidas no Brasil ao longo do último século no que tange às suas características étnico-raciais. O objetivo é analisar as transformações sentidas não apenas na composição étnico-racial do país, mas também os motivos sociais, teóricos e políticos que fizeram com que se abandonassem os debates em torno do mestiço e se chegasse ao contexto atual, em que se pauta outra lógica, qual seja: a identificação afro-brasileira. A ideia de um país mestiço e a busca pelo branqueamento do país significaram a institucionalização da desmemória das origens étnico-raciais. Isso fez com que negros e indígenas fossem incorporados na sociedade brasileira não como sujeitos plenos de direitos, mas enquanto “marcos da brasilidade”. O negro no Brasil do século XXI, por meio de sua intelectualidade, tem se afirmado enquanto afro-brasileiro, trilhando o caminho de recriar sua origem para além da fronteira nacional; ou seja, não se trata de um retorno ao lar africano, mas do refazer de sua subjetividade, em um terceiro espaço, um território subjetivo. Isso se dá por meio da crítica à racialização de sua pertença étnica, bem como à hierarquização a qual foi submetida sua história, denunciando a maneira como a diferença se transformou em pretexto e justificativa para a desigualdade social.The paper presents a reflection on the population and conceptual changes seen in Brazil over the last century in terms of their ethnic and racial characteristics. The purpose is to analyze the changes felt not only in the ethnic and racial composition of the country, but also the social, theoretical and political reasons that led to the dismissal of the debates around the mestizo and to the current context, guided into another identity logic: the African-Brazilian identification. The idea of a mixed country and the search for the country bleaching meant the institutionalization of desmemória of ethnic and racial backgrounds. This meant that blacks and Indians were incorporated into Brazilian society not as subjects of rights but as “marks of Brazilianness”. The black in Brazil in the twenty-first century, through the black intelligentsia, has been claimed as African-Brazilian, and has gone the way of recreating its origin beyond national borders. This is not a return to the African home, but the remake of his subjectivity, in a third space, a subjective territory made through the critique of the racialization of their ethnicity as well as the criticism of the hierarchization to which its history was submitted, denouncing how difference has become pretext and justification for social inequality.Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas2015-11-24info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion"Originais"application/pdftext/xmlhttps://www.revistas.usp.br/plural/article/view/11245510.11606/issn.2176-8099.pcso.2015.112455Plural; v. 22 n. 2 (2015): Novo desenvolvimentismo e interesse nacional; 161-181Plural; Vol. 22 Núm. 2 (2015): Novo desenvolvimentismo e interesse nacional; 161-181Plural; Vol. 22 No. 2 (2015): Novo desenvolvimentismo e interesse nacional; 161-1812176-80990104-6721reponame:Plural (São Paulo. Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/plural/article/view/112455/110407https://www.revistas.usp.br/plural/article/view/112455/180262Copyright (c) 2015 Política de direitos compartilhadoshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessMedeiros, Priscila MartinsVieira, Paulo Alberto dos Santos2023-10-11T19:39:43Zoai:revistas.usp.br:article/112455Revistahttp://www.revistas.usp.br/pluralPUBhttp://www.revistas.usp.br/plural/oaiplural@usp.br||2176-80992176-8099opendoar:2023-10-11T19:39:43Plural (São Paulo. Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
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