As mulheres em Lefebvre: para uma releitura do espaço urbano a partir dos feminismos marxistas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Aladro, Almendra
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Plural (São Paulo. Online)
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/plural/article/view/186026
Resumo: Este artigo se propõe a revisitar o espaço social conceituado na obra do sociólogo francês Henri Lefebvre a partir de uma visão unitária da exploração capitalista e da opressão das mulheres. Para isso, é realizada uma revisão bibliográfica que visa construir pontes entre uma das mais significativas noções das lutas pelos direitos econômicos, sociais e culturais na América Latina e uma teoria que, tendo iniciado timidamente seus passos no final dos anos 70, renasce hoje diante de propostas teóricas que excluem a questão de classe de sua análise de gênero.  Percorre o obreirismo de Federici para resgatar suas contribuições em relação à conformação das cidades durante a transição capitalista e o processo de expulsão e empobrecimento social das mulheres, enquanto a Teoria da Reprodução Social é preferida para alcançar um arcabouço analítico que permita dar conta do fenômeno urbano contemporâneo e o lugar da mulher nele.  Conclui-se que o raciocínio de Lefebvre, além de cair em preconceitos típicos de sua época em relação às demandas das mulheres, utiliza um conceito muito amplo de reprodução social que o faz perder de vista sua importância para o capital em igualdade com a produção de bens. A complementação da teoria lefebvriana com as contribuições dos feminismos marxistas, então, facilita a compreensão do lugar histórico das mulheres como primeiras despossuídas do urbano e seu papel atual no desdobramento de estratégias coletivas de reprodução social que significam uma apropriação do espaço. Resumo que ganha terreno tanto com sua perda histórica de status quanto com a lógica contemporânea do capital.
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Para isso, é realizada uma revisão bibliográfica que visa construir pontes entre uma das mais significativas noções das lutas pelos direitos econômicos, sociais e culturais na América Latina e uma teoria que, tendo iniciado timidamente seus passos no final dos anos 70, renasce hoje diante de propostas teóricas que excluem a questão de classe de sua análise de gênero.  Percorre o obreirismo de Federici para resgatar suas contribuições em relação à conformação das cidades durante a transição capitalista e o processo de expulsão e empobrecimento social das mulheres, enquanto a Teoria da Reprodução Social é preferida para alcançar um arcabouço analítico que permita dar conta do fenômeno urbano contemporâneo e o lugar da mulher nele.  Conclui-se que o raciocínio de Lefebvre, além de cair em preconceitos típicos de sua época em relação às demandas das mulheres, utiliza um conceito muito amplo de reprodução social que o faz perder de vista sua importância para o capital em igualdade com a produção de bens. A complementação da teoria lefebvriana com as contribuições dos feminismos marxistas, então, facilita a compreensão do lugar histórico das mulheres como primeiras despossuídas do urbano e seu papel atual no desdobramento de estratégias coletivas de reprodução social que significam uma apropriação do espaço. Resumo que ganha terreno tanto com sua perda histórica de status quanto com a lógica contemporânea do capital.Este artículo propone revisitar el espacio social conceptualizado en la obra del sociólogo francés Henri Lefebvre desde una visión unitaria de la explotación capitalista y la opresión de la mujer. Para ello, se realiza una revisión bibliográfica para tender puentes entre una de las nociones más significativas de las luchas por los derechos económicos, sociales y culturales en América Latina y una teoría que, habiendo iniciado sus pasos tímidamente hacia finales de la década del 70, renace en la actualidad frente a propuestas teóricas que excluyen de sus análisis de género la cuestión de clase. Se discurre a través del obrerismo de Federici para rescatar sus aportes en relación a la conformación de las ciudades durante la transición capitalista y el proceso de expulsión y pauperización social de las mujeres, mientras que se prefiere la Teoría de la Reproducción Social para lograr un marco analítico que permita dar cuenta del fenómeno urbano contemporáneo y el lugar de las mujeres en él. Se concluye que el razonamiento de Lefebvre, además de caer en preconceptos típicos de su época en relación a las reivindicaciones de las mujeres, utiliza un concepto muy amplio de reproducción social que lo hace perder de vista su importancia para el capital en igualdad con la producción de mercancías. La complementación de la teoría lefebvriana con los aportes de los feminismos marxistas, entonces, facilitan el entendimiento del lugar histórico de las mujeres como primeras desposeídas de lo urbano y su rol actual en el despliegue de estrategias colectivas de reproducción social que significan una apropiación del espacio abstracto que le gana terreno tanto a su pérdida histórica de status como a la lógica contemporánea del capital.This article proposes to revisit the social space conceptualized in the work of the French sociologist Henri Lefebvre from a unitary vision of capitalist exploitation and the oppression of women. For this, a bibliographic review is carried out to build bridges between one of the most significant notions of the struggles for economic, social and cultural rights in Latin America and a theory that, having timidly started its steps towards the end of the 70s, reborns nowadays in the face of theoretical proposals that exclude class from gender analysis.  It runs through Federici's workerism to rescue her contributions in relation to the conformation of cities during the capitalist transition and the process of expulsion and social impoverishment of women, while the Theory of Social Reproduction is preferred to achieve an analytical framework that allows to account for the contemporary urban phenomenon and the place of women in it.  It is concluded that Lefebvre's reasoning, in addition to falling into typical preconceptions of his time in relation to the demands of women, uses a very broad concept of social reproduction that makes him lose sight of its importance for capital in equality with production of goods. The complementation of the Lefebvrian theory with the contributions of Marxist Feminisms, then, facilitates the understanding of the historical place of women as the first dispossessed of the urban and their current role in the deployment of collective strategies of social reproduction that mean an appropriation of abstract space that gains ground both from its historical loss of status and from the contemporary logic of capital.Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas2021-12-22info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdftext/xmlhttps://www.revistas.usp.br/plural/article/view/18602610.11606/issn.2176-8099.pcso.2021.186026Plural; v. 28 n. 2 (2021): Marxismo, Feminismo e a Teoria social; 47-65Plural; Vol. 28 Núm. 2 (2021): Marxismo, Feminismo e a Teoria social; 47-65Plural; Vol. 28 No. 2 (2021): Marxismo, Feminismo e a Teoria social; 47-652176-80990104-6721reponame:Plural (São Paulo. 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