Os animais do estado do Grão-Pará segundo um manuscrito do jesuíta Antônio Moreira (ca. 1750)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Arquivos de Zoologia (Online) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/azmz/article/view/60057 |
Resumo: | Nascido em Lisboa, em 28 de maio de 1710, Antônio Moreira ingressou na Companhia de Jesus em 19 de fevereiro de 1728. Nesse mesmo ano, ainda noviço, deixou a capital portuguesa como membro da 46ª missão dos Jesuítas com destino ao Estado do Grão. -Pará e Maranhão. Recebeu as ordens sacras no Maranhão (São Luís) em 15 de agosto de 1745, atuando posteriormente como missionário no rio Tapajós e como professor de filosofia e teologia no colégio da Companhia. Por decreto do Marquês de Pombal, determinando a expulsão dos jesuítas do Estado do Grão-Pará, foi deportado para Portugal em 28 de novembro de 1757, sendo encarcerado na Fortaleza de Almeida, onde faleceria (1760 ou 1761). ). Entre os papéis que lhe foram confiscados pelas autoridades portuguesas, estava incluído um pequeno ensaio sobre os produtos naturais do Pará, composto por 12 fólios sem numeração, em sua maioria dedicados aos vertebrados daquela região. Agora depositado nos arquivos da Torre do Tombo, em Lisboa, este manuscrito trata de pelo menos 108 animais distintos (26 mamíferos, 46 aves, 15 répteis, 20 peixes e um escorpião), uma quantidade nada desprezível, classificada como " quadrúpedes" (29 espécies), "peixes e animais marinhos" (14 espécies), "pássaros (46 espécies) e "cobras e animais venenosos" (9 espécies). Embora suas descrições sejam frequentemente precárias, incorporando informações imprecisas apenas por boatos, o texto não obstante é extremamente relevante pelas passagens dedicadas à biologia, distribuição e abundância dos animais mencionados, seu uso nas manufaturas locais e importância como alimento ou na medicina popular, constituindo um dos poucos documentos conhecidos escritos em português que tratam do Brasil fauna no século XVIII. |
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Os animais do estado do Grão-Pará segundo um manuscrito do jesuíta Antônio Moreira (ca. 1750)The animals of the state of Grão-Pará according to a manuscript by the Jesuit Antônio Moreira (ca.1750)Antônio MoreiraJesuitsParáAnimalsNaturalists18th centuryTorre do TomboLisbonManuscriptHistory of Zoology.Nascido em Lisboa, em 28 de maio de 1710, Antônio Moreira ingressou na Companhia de Jesus em 19 de fevereiro de 1728. Nesse mesmo ano, ainda noviço, deixou a capital portuguesa como membro da 46ª missão dos Jesuítas com destino ao Estado do Grão. -Pará e Maranhão. Recebeu as ordens sacras no Maranhão (São Luís) em 15 de agosto de 1745, atuando posteriormente como missionário no rio Tapajós e como professor de filosofia e teologia no colégio da Companhia. Por decreto do Marquês de Pombal, determinando a expulsão dos jesuítas do Estado do Grão-Pará, foi deportado para Portugal em 28 de novembro de 1757, sendo encarcerado na Fortaleza de Almeida, onde faleceria (1760 ou 1761). ). Entre os papéis que lhe foram confiscados pelas autoridades portuguesas, estava incluído um pequeno ensaio sobre os produtos naturais do Pará, composto por 12 fólios sem numeração, em sua maioria dedicados aos vertebrados daquela região. Agora depositado nos arquivos da Torre do Tombo, em Lisboa, este manuscrito trata de pelo menos 108 animais distintos (26 mamíferos, 46 aves, 15 répteis, 20 peixes e um escorpião), uma quantidade nada desprezível, classificada como " quadrúpedes" (29 espécies), "peixes e animais marinhos" (14 espécies), "pássaros (46 espécies) e "cobras e animais venenosos" (9 espécies). Embora suas descrições sejam frequentemente precárias, incorporando informações imprecisas apenas por boatos, o texto não obstante é extremamente relevante pelas passagens dedicadas à biologia, distribuição e abundância dos animais mencionados, seu uso nas manufaturas locais e importância como alimento ou na medicina popular, constituindo um dos poucos documentos conhecidos escritos em português que tratam do Brasil fauna no século XVIII.Born in Lisbon, on 28 May 1710, Antônio Moreira entered the Company of Jesus on 19 February 1728. In that same year, still a novice, he left the Portuguese capital as a member of the 46th mission of Jesuits destined to the State of Grão-Pará and Maranhão. He received the sacred orders in Maranhão (São Luís) on 15 August 1745, afterwards acting as a missionary in the Tapajós river and as a teacher of philosophy and theology in the Company’s college. Due to a Decreee of the Marquis of Pombal, determining the expulsion of the jesuits from the State of Grão-Pará, he was deported to Portugal on 28 November 1757, being incarcerated in the Fortress of Almeida, where he would die (1760 or 1761). Among the papers that were confiscated from him by the Portuguese authorities, was included a small essay about the natural products of Pará, consisting of 12 unnumbered folios, mostly dedicated to the vertebrates of that region. Now deposited in the archives of the Torre do Tombo, in Lisbon, this manuscript deals with at least 108 distinct animals (26 mammals, 46 birds, 15 reptiles, 20 fishes and one scorpion), a not at all negligible quantity, classified as "quadrupeds" (29 species), "fishes and marine animals" (14 species), "birds (46 species) and "snakes and poisonous animals" (9 species). Although his descriptions are frequently precarious, incorporating inaccurate information just from hearsay, the text is notwithsdanding extremely relevant by the passages dedicated to the biology, distribution and abundance of the animals mentioned, their use in local manufactures and importance as food or in popular medicine, constituting one of the few known documents written in Portuguese dealing with the Brazilian fauna in the 18th century.Universidade de São Paulo (USP), Museu de Zoologia (MZUSP).2011-12-16info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/azmz/article/view/6005710.11606/issn.2176-7793.v42i2p83-131Arquivos de Zoologia; Vol. 42 Núm. 2 (2011); 83-131Arquivos de Zoologia; v. 42 n. 2 (2011); 83-131Arquivos de Zoologia; Vol. 42 No. 2 (2011); 83-1312176-77930066-7870reponame:Arquivos de Zoologia (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/azmz/article/view/60057/63143Copyright (c) 2011 Arquivos de Zoologiahttps://creativecommons.org/licenses/by/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessPapavero, NelsonTeixeira, Dante MartinsPapavero, NelsonTeixeira, Dante Martins2023-12-19T13:34:35Zoai:revistas.usp.br:article/60057Revistahttps://www.revistas.usp.br/azmzPUBhttps://www.revistas.usp.br/azmz/oaipublicacaomz@usp.br ; einicker@usp.br2176-77930066-7870opendoar:2023-12-19T13:34:35Arquivos de Zoologia (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Nascido em Lisboa, em 28 de maio de 1710, Antônio Moreira ingressou na Companhia de Jesus em 19 de fevereiro de 1728. Nesse mesmo ano, ainda noviço, deixou a capital portuguesa como membro da 46ª missão dos Jesuítas com destino ao Estado do Grão. -Pará e Maranhão. Recebeu as ordens sacras no Maranhão (São Luís) em 15 de agosto de 1745, atuando posteriormente como missionário no rio Tapajós e como professor de filosofia e teologia no colégio da Companhia. Por decreto do Marquês de Pombal, determinando a expulsão dos jesuítas do Estado do Grão-Pará, foi deportado para Portugal em 28 de novembro de 1757, sendo encarcerado na Fortaleza de Almeida, onde faleceria (1760 ou 1761). ). Entre os papéis que lhe foram confiscados pelas autoridades portuguesas, estava incluído um pequeno ensaio sobre os produtos naturais do Pará, composto por 12 fólios sem numeração, em sua maioria dedicados aos vertebrados daquela região. Agora depositado nos arquivos da Torre do Tombo, em Lisboa, este manuscrito trata de pelo menos 108 animais distintos (26 mamíferos, 46 aves, 15 répteis, 20 peixes e um escorpião), uma quantidade nada desprezível, classificada como " quadrúpedes" (29 espécies), "peixes e animais marinhos" (14 espécies), "pássaros (46 espécies) e "cobras e animais venenosos" (9 espécies). Embora suas descrições sejam frequentemente precárias, incorporando informações imprecisas apenas por boatos, o texto não obstante é extremamente relevante pelas passagens dedicadas à biologia, distribuição e abundância dos animais mencionados, seu uso nas manufaturas locais e importância como alimento ou na medicina popular, constituindo um dos poucos documentos conhecidos escritos em português que tratam do Brasil fauna no século XVIII. |
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