Os outros são os outros: percepções de homens usuários sobre os efeitos adversos da testosterona
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | eng por |
Título da fonte: | Saúde e Sociedade (Online) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/194235 |
Resumo: | Este artigo analisa a percepção de homens usuários de testosterona acerca dos efeitos adversos no uso do hormônio, a fim de refletir sobre a eficácia e o alcance de ações em saúde voltadas para essa prática. Os dados empíricos foram obtidos a partir de 21 relatos de história de vida de homens que utilizam a testosterona, com ou sem acompanhamento médico, de perfil variado, coletados em 2016 majoritariamente no Rio de Janeiro. A discussão se apoia nos estudos de gênero e de masculinidades para argumentar como os homens interpretam os impactos do uso da testosterona a partir de uma valorização de características masculinas associadas a um ideal normalizador de masculinidade. Os resultados apontam uma percepção generalizada no campo de que o hormônio causa pouco ou nenhum mal, através de um processo de invisibilização ou ressignificação dos efeitos potencialmente negativos. Além disso, há um movimento de deslocamento dos problemas associados ao uso a personagens estereotipadas, num processo de desresponsabilização de si e reafirmação de atributos de um ideal de masculinidade. Com isso, busca-se contribuir para a construção de ações em saúde mais adequadas ao cotidiano dos usuários e, portanto, mais eficazes. |
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Os outros são os outros: percepções de homens usuários sobre os efeitos adversos da testosteronaThe others are the others: perceptions of male users about the adverse effects of testosteroneTestosteroneSex hormonesMasculinitiesTestosteronaHormônios sexuaisMasculinidadesEste artigo analisa a percepção de homens usuários de testosterona acerca dos efeitos adversos no uso do hormônio, a fim de refletir sobre a eficácia e o alcance de ações em saúde voltadas para essa prática. Os dados empíricos foram obtidos a partir de 21 relatos de história de vida de homens que utilizam a testosterona, com ou sem acompanhamento médico, de perfil variado, coletados em 2016 majoritariamente no Rio de Janeiro. A discussão se apoia nos estudos de gênero e de masculinidades para argumentar como os homens interpretam os impactos do uso da testosterona a partir de uma valorização de características masculinas associadas a um ideal normalizador de masculinidade. Os resultados apontam uma percepção generalizada no campo de que o hormônio causa pouco ou nenhum mal, através de um processo de invisibilização ou ressignificação dos efeitos potencialmente negativos. Além disso, há um movimento de deslocamento dos problemas associados ao uso a personagens estereotipadas, num processo de desresponsabilização de si e reafirmação de atributos de um ideal de masculinidade. Com isso, busca-se contribuir para a construção de ações em saúde mais adequadas ao cotidiano dos usuários e, portanto, mais eficazes.This article analyzes the perception of male users of testosterone about the adverse effects of the hormone, aiming to question the effectiveness and the scope of health actions for this practice. This empirical study was conducted with data obtained in 2016, mostly in Rio de Janeiro, from life history interviews with 21 male users of testosterone, with or without medical monitoring, from different backgrounds. In the light of gender and masculinity studies, it discusses how men interpret the impacts of testosterone use from a social valorization of certain traits associated with a normalized manhood ideal. The results indicate an invisibilization or re-signification of the potentially negative effects of the hormone, culminating in a widespread perception that it causes little or no harm. Moreover, the problems associated with testosterone use acquire stereotyped characters, through a process of denying self-responsibility and reaffirming attributes of an ideal type of masculinity. This study is expected to contribute to the development of more adequate and, therefore, more effective health actions to users’ daily lives.Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública2022-01-18info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/19423510.1590/S0104-12902022210116Saúde e Sociedade; v. 31 n. 1 (2022); e210116Saúde e Sociedade; Vol. 31 No. 1 (2022); e210116Saúde e Sociedade; Vol. 31 Núm. 1 (2022); e2101161984-04700104-1290reponame:Saúde e Sociedade (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPengporhttps://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/194235/179582https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/194235/179583http://creativecommons.org/licenses/by/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessTramontano, LucasTramontano, LucasTramontano, Lucas2022-01-24T18:36:06Zoai:revistas.usp.br:article/194235Revistahttp://www.scielo.br/sausocPUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phpsaudesoc@usp.br||lena@usp.br1984-04700104-1290opendoar:2022-01-24T18:36:06Saúde e Sociedade (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
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