Mídia, saúde e poder: um jogo de representações sobre dengue

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Villela, Edlaine Faria de Moura
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Natal, Delsio
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Saúde e Sociedade (Online)
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/88583
Resumo: O objetivo desta pesquisa foi construir discursos que representem como a primeira epidemia de dengue em Ribeirão Preto-SP foi abordada pela mídia impressa e trazer para reflexão desdobramentos sobre mídia e poder. Foram reunidas 126 reportagens de novembro de 1990 a março de 1991 dos jornais Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e A Cidade, e das revistas Veja e Revide. Utilizou-se o método do Discurso do Sujeito Coletivo, fundamentado na Teoria das Representações Sociais. A mídia polemizou com a discussão sobre quem seria o grande vilão da epidemia em vez de esclarecer sobre a epidemia em si. Comprovou-se a defasagem da informação disponibilizada. O jogo de representações e a relação mídia/poder ficaram nítidas. Temos como problema não somente a possibilidade de acesso adequado e suficiente às informações produzidas, mas, também, a dificuldade de decidir o que deve ser discutido nos jornais diários para enriquecer, de fato, o arcabouço informacional da população. Para isso, os profissionais que lidam com informação e comunicação em saúde, na mídia impressa, precisam ser capacitados para provocar a aproximação da linguagem técnica à linguagem popular. Para que haja circulação e apropriação da informação em Saúde Pública, é necessário abrir a discussão para a comunidade e capacitá-la para que consiga se expressar. É importante discutir a qual tipo de informação o cidadão tem acesso durante os processos epidêmicos: Informação política ou epidemiológica? Questões políticas não podem se sobrepor a questões prioritárias de saúde nos meios de comunicação presentes no cotidiano das famílias brasileiras.
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