Promoção da saúde e seu alcance biopolítico: o discurso sanitário da sociedade contemporânea
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Saúde e Sociedade (Online) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/50694 |
Resumo: | O conceito de Promoção da Saúde vem sendo trabalhado por diferentes atores sociais ao longo dos últimos vinte anos e publicações teóricas e pesquisas têm contribuído para proceder à delimitação dos conceitos e práticas nesta área; em alguns casos, partindo de um ponto de vista crítico com relação ao seu arcabouço teórico-conceitual. Este artigo analisa o discurso sanitário contemporâneo no contexto das políticas de promoção da saúde; identificando essas políticas como estratégias reguladas, sobretudo, pela manutenção do projeto biopolítico de controle social dos corpos. Reconhecemos, então, o atual discurso da Promoção da Saúde como um dispositivo de regulação da vida que se define, de certo modo, pela continuidade do projeto biopolítico moderno tal como descrito por Foucault. Porém, mais do que isso, a promoção da saúde apresenta-se como uma forma de controle e regulação dos corpos através de uma inflexão sobre a responsabilidade individual na administração da vida. Desta forma, o discurso da promoção da saúde ajusta-se à perspectiva das doutrinas do fim do Estado de Bem-Estar Social; constituindo-se como um projeto de autonomização dos indivíduos através da atribuição de responsabilidade sobre seus próprios cuidados. Nosso olhar sobre o quadro conceitual da promoção da saúde busca, assim, inserir-se no atual debate travado no campo da saúde coletiva, sublinhando as transformações nas concepções de saúde e doença, seu compromisso com o fim do Estado de proteção e seus efeitos nas sociabilidades. |
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Promoção da saúde e seu alcance biopolítico: o discurso sanitário da sociedade contemporâneaHealth promotion and its biopolitical extend: the sanitary discourse of contemporary societyBiopoliticsContemporaneityHealth PromotionSociabilityBiopolíticaContemporaneidadePromoção da saúdeSociabilidadeO conceito de Promoção da Saúde vem sendo trabalhado por diferentes atores sociais ao longo dos últimos vinte anos e publicações teóricas e pesquisas têm contribuído para proceder à delimitação dos conceitos e práticas nesta área; em alguns casos, partindo de um ponto de vista crítico com relação ao seu arcabouço teórico-conceitual. Este artigo analisa o discurso sanitário contemporâneo no contexto das políticas de promoção da saúde; identificando essas políticas como estratégias reguladas, sobretudo, pela manutenção do projeto biopolítico de controle social dos corpos. Reconhecemos, então, o atual discurso da Promoção da Saúde como um dispositivo de regulação da vida que se define, de certo modo, pela continuidade do projeto biopolítico moderno tal como descrito por Foucault. Porém, mais do que isso, a promoção da saúde apresenta-se como uma forma de controle e regulação dos corpos através de uma inflexão sobre a responsabilidade individual na administração da vida. Desta forma, o discurso da promoção da saúde ajusta-se à perspectiva das doutrinas do fim do Estado de Bem-Estar Social; constituindo-se como um projeto de autonomização dos indivíduos através da atribuição de responsabilidade sobre seus próprios cuidados. Nosso olhar sobre o quadro conceitual da promoção da saúde busca, assim, inserir-se no atual debate travado no campo da saúde coletiva, sublinhando as transformações nas concepções de saúde e doença, seu compromisso com o fim do Estado de proteção e seus efeitos nas sociabilidades.Over the past twenty years, the concept of Health Promotion has been discussed by different social actors; research and theoretical publications have contributed to establish the demarcation of the concepts and practices in this area, in some cases from a critical point of view of its theoretical and conceptual framework. This article examines the sanitary discourse of contemporary society in the context of health promotion policies, identifying these policies as being regulated mainly by the maintenance of a biopolitical project of social control of bodies. We recognize the current discourse of health promotion as a device for regulating life that defines, in a sense, the continuity of the biopolitical project of modern society as described by Foucault. But more than this, health promotion is presented as a form of control and regulation of bodies through an inflection on individual responsibility in the management of risks. Thus, we believe that the discourse of health promotion fits the perspective of the end of the Welfare State doctrines, establishing itself as a project of self-governing of individuals through the allocation of responsibility for their own care. By focusing on the conceptual framework of health promotion, we try and enter into the current debates that take place in the public health field. We emphasize the changes in concepts of health and disease and the engagement of these changes with the end of the Estate protection and their effects on sociability.Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública2012-12-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/5069410.1590/S0104-12902012000400002Saúde e Sociedade; v. 21 n. 4 (2012); 811-821Saúde e Sociedade; Vol. 21 No. 4 (2012); 811-821Saúde e Sociedade; Vol. 21 Núm. 4 (2012); 811-8211984-04700104-1290reponame:Saúde e Sociedade (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/50694/54806Furtado, MariamaSzapiro, Anainfo:eu-repo/semantics/openAccess2013-01-29T19:28:29Zoai:revistas.usp.br:article/50694Revistahttp://www.scielo.br/sausocPUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phpsaudesoc@usp.br||lena@usp.br1984-04700104-1290opendoar:2013-01-29T19:28:29Saúde e Sociedade (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
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