Doenças crônicas não transmissíveis e os dilemas do cuidado: a teoria da ordem negociada revisitada
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por eng |
Título da fonte: | Saúde e Sociedade (Online) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/187318 |
Resumo: | As doenças crônicas não transmissíveis são responsáveis por um alto índice de mortalidade no Brasil. Do ponto de vista socioantropológico, elas são exemplares na ilustração da experiência do mundo do doente em todas as dimensões da sua vida, tanto nos aspectos simbólicos como socioeconômicos e na sua interação com os profissionais da saúde. A teoria da ordem negociada, de Isabelle Baszanger, inspirada na perspectiva interacionista, trata da relação médico-paciente diante da doença crônica em que se estabelece uma condição de negociação permanente entre os dois polos. Contrariando a ideia do doente como um agente meramente passivo, a teoria mostra o seu protagonismo onde o médico precisará participar dessa negociação. Essa construção se desenvolve em todas as esferas da vida social: trabalho, família, serviços e profissionais de saúde, nos quais o doente procura a manutenção de sua inserção social. Assim, para o doente, trata-se, antes de tudo, da gestão de sua identidade, em que ele se apropriará de técnicas de controle de sintomas e do tratamento, a fim de manter ou restabelecer uma vida “normal”. Esse ensaio busca revisitar essa teoria dialogando com outros autores e através de reflexões advindas pesquisas etnográficas anteriores. |
id |
USP-6_ce84ec6fe6af66f1599cb17f4d419704 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:revistas.usp.br:article/187318 |
network_acronym_str |
USP-6 |
network_name_str |
Saúde e Sociedade (Online) |
repository_id_str |
|
spelling |
Doenças crônicas não transmissíveis e os dilemas do cuidado: a teoria da ordem negociada revisitadaChronic noncommunicable diseases and dilemmas of care: the theory of negotiated order revisitedDoença CrônicaRelação Médico-DoenteDiagnósticoTratamentoChronic DiseasePhysician-PatientRelationDiagnosisTreatmentAs doenças crônicas não transmissíveis são responsáveis por um alto índice de mortalidade no Brasil. Do ponto de vista socioantropológico, elas são exemplares na ilustração da experiência do mundo do doente em todas as dimensões da sua vida, tanto nos aspectos simbólicos como socioeconômicos e na sua interação com os profissionais da saúde. A teoria da ordem negociada, de Isabelle Baszanger, inspirada na perspectiva interacionista, trata da relação médico-paciente diante da doença crônica em que se estabelece uma condição de negociação permanente entre os dois polos. Contrariando a ideia do doente como um agente meramente passivo, a teoria mostra o seu protagonismo onde o médico precisará participar dessa negociação. Essa construção se desenvolve em todas as esferas da vida social: trabalho, família, serviços e profissionais de saúde, nos quais o doente procura a manutenção de sua inserção social. Assim, para o doente, trata-se, antes de tudo, da gestão de sua identidade, em que ele se apropriará de técnicas de controle de sintomas e do tratamento, a fim de manter ou restabelecer uma vida “normal”. Esse ensaio busca revisitar essa teoria dialogando com outros autores e através de reflexões advindas pesquisas etnográficas anteriores.In Brazil, chronic noncommunicable diseases (NCDs) have high mortality rates. From a socioanthropological perspective, NCD realistically depict patients’ experience in all dimensions of their lives, either regarding their symbolic and socioeconomic aspects or their interaction with health professionals. The negotiated order theory, created by Isabelle Baszanger and grounded on the interactionist approach, deals with physicianpatient relationship in chronic diseases, which establishes a permanent negotiation between both parties. Opposed to the idea of the patient as a merely passive subject, the theory postulates patients’ protagonism in scenarios that will require the physician to negotiate. This construction occurs in all spheres of social life: work, family, and health settings, where patients seek to maintain their social integration. For patients, the negotiated order theory represents first and foremost a means to manage their identity, whereby they may adopt techniques for controling symptoms and treatment, aiming to maintain or restore a normal life. This study seeks to revisit this theory by interacting with different authors and reflections offered by previous ethnographic research.Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública2020-12-31info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/18731810.1590/S0104-12902020190149Saúde e Sociedade; v. 29 n. 4 (2020); e190149Saúde e Sociedade; Vol. 29 No. 4 (2020); e190149Saúde e Sociedade; Vol. 29 Núm. 4 (2020); e1901491984-04700104-1290reponame:Saúde e Sociedade (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporenghttps://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/187318/173147https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/187318/173148http://creativecommons.org/licenses/by/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessFerreira, JaquelineFerreira, JaquelineFerreira, Jaqueline2021-06-25T16:39:26Zoai:revistas.usp.br:article/187318Revistahttp://www.scielo.br/sausocPUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phpsaudesoc@usp.br||lena@usp.br1984-04700104-1290opendoar:2021-06-25T16:39:26Saúde e Sociedade (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Doenças crônicas não transmissíveis e os dilemas do cuidado: a teoria da ordem negociada revisitada Chronic noncommunicable diseases and dilemmas of care: the theory of negotiated order revisited |
title |
Doenças crônicas não transmissíveis e os dilemas do cuidado: a teoria da ordem negociada revisitada |
spellingShingle |
Doenças crônicas não transmissíveis e os dilemas do cuidado: a teoria da ordem negociada revisitada Ferreira, Jaqueline Doença Crônica Relação Médico-Doente Diagnóstico Tratamento Chronic Disease Physician-Patient Relation Diagnosis Treatment |
title_short |
Doenças crônicas não transmissíveis e os dilemas do cuidado: a teoria da ordem negociada revisitada |
title_full |
Doenças crônicas não transmissíveis e os dilemas do cuidado: a teoria da ordem negociada revisitada |
title_fullStr |
Doenças crônicas não transmissíveis e os dilemas do cuidado: a teoria da ordem negociada revisitada |
title_full_unstemmed |
Doenças crônicas não transmissíveis e os dilemas do cuidado: a teoria da ordem negociada revisitada |
title_sort |
Doenças crônicas não transmissíveis e os dilemas do cuidado: a teoria da ordem negociada revisitada |
author |
Ferreira, Jaqueline |
author_facet |
Ferreira, Jaqueline |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Ferreira, Jaqueline Ferreira, Jaqueline Ferreira, Jaqueline |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Doença Crônica Relação Médico-Doente Diagnóstico Tratamento Chronic Disease Physician-Patient Relation Diagnosis Treatment |
topic |
Doença Crônica Relação Médico-Doente Diagnóstico Tratamento Chronic Disease Physician-Patient Relation Diagnosis Treatment |
description |
As doenças crônicas não transmissíveis são responsáveis por um alto índice de mortalidade no Brasil. Do ponto de vista socioantropológico, elas são exemplares na ilustração da experiência do mundo do doente em todas as dimensões da sua vida, tanto nos aspectos simbólicos como socioeconômicos e na sua interação com os profissionais da saúde. A teoria da ordem negociada, de Isabelle Baszanger, inspirada na perspectiva interacionista, trata da relação médico-paciente diante da doença crônica em que se estabelece uma condição de negociação permanente entre os dois polos. Contrariando a ideia do doente como um agente meramente passivo, a teoria mostra o seu protagonismo onde o médico precisará participar dessa negociação. Essa construção se desenvolve em todas as esferas da vida social: trabalho, família, serviços e profissionais de saúde, nos quais o doente procura a manutenção de sua inserção social. Assim, para o doente, trata-se, antes de tudo, da gestão de sua identidade, em que ele se apropriará de técnicas de controle de sintomas e do tratamento, a fim de manter ou restabelecer uma vida “normal”. Esse ensaio busca revisitar essa teoria dialogando com outros autores e através de reflexões advindas pesquisas etnográficas anteriores. |
publishDate |
2020 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2020-12-31 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/187318 10.1590/S0104-12902020190149 |
url |
https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/187318 |
identifier_str_mv |
10.1590/S0104-12902020190149 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por eng |
language |
por eng |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/187318/173147 https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/187318/173148 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública |
dc.source.none.fl_str_mv |
Saúde e Sociedade; v. 29 n. 4 (2020); e190149 Saúde e Sociedade; Vol. 29 No. 4 (2020); e190149 Saúde e Sociedade; Vol. 29 Núm. 4 (2020); e190149 1984-0470 0104-1290 reponame:Saúde e Sociedade (Online) instname:Universidade de São Paulo (USP) instacron:USP |
instname_str |
Universidade de São Paulo (USP) |
instacron_str |
USP |
institution |
USP |
reponame_str |
Saúde e Sociedade (Online) |
collection |
Saúde e Sociedade (Online) |
repository.name.fl_str_mv |
Saúde e Sociedade (Online) - Universidade de São Paulo (USP) |
repository.mail.fl_str_mv |
saudesoc@usp.br||lena@usp.br |
_version_ |
1800237464873336832 |