A clínica do corpo sem boca
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Data de Publicação: | 2016 |
Outros Autores: | , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Saúde e Sociedade (Online) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/127267 |
Resumo: | Este estudo buscou analisar a abordagem do território bucal feita por profissionais e estudantes da área médica durante consultas clínicas em uma Unidade Básica de Saúde, do município de São Paulo, e pode ser classificado como uma pesquisa de abordagem qualitativa, em que os dados foram derivados da observação participante das atividades clínicas de médicos e estudantes de medicina em uma Unidade Básica de Saúde do município de São Paulo. Os dados foram coletados por duas pesquisadoras, ao longo de quatro meses de imersão, e analisados por hermenêutica-dialética. Foi possível compreender a propedêutica clínica na área médica e perceber a centralidade de tecnologias-duras e ‘prescrições’ na abordagem clínica, em detrimento da centralidade do sujeito. Além disso, estudantes de medicina demonstraram desconhecimento da organização do serviço, revelando um descompasso entre formação e trabalho. Nas diferentes clínicas, mesmo quando havia inspeção da cavidade bucal, não houve o estabelecimento de conexões entre achados e sintomas apresentados pelos pacientes. A ‘experienciação’ das clínicas na Unidade Básica revelou a visão centrada no que “sobra do corpo” ao retirar a boca. Ou seja, a desconexão corpo-boca é reforçada também na área médica. |
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A clínica do corpo sem boca The clinic of the body without a mouth Este estudo buscou analisar a abordagem do território bucal feita por profissionais e estudantes da área médica durante consultas clínicas em uma Unidade Básica de Saúde, do município de São Paulo, e pode ser classificado como uma pesquisa de abordagem qualitativa, em que os dados foram derivados da observação participante das atividades clínicas de médicos e estudantes de medicina em uma Unidade Básica de Saúde do município de São Paulo. Os dados foram coletados por duas pesquisadoras, ao longo de quatro meses de imersão, e analisados por hermenêutica-dialética. Foi possível compreender a propedêutica clínica na área médica e perceber a centralidade de tecnologias-duras e ‘prescrições’ na abordagem clínica, em detrimento da centralidade do sujeito. Além disso, estudantes de medicina demonstraram desconhecimento da organização do serviço, revelando um descompasso entre formação e trabalho. Nas diferentes clínicas, mesmo quando havia inspeção da cavidade bucal, não houve o estabelecimento de conexões entre achados e sintomas apresentados pelos pacientes. A ‘experienciação’ das clínicas na Unidade Básica revelou a visão centrada no que “sobra do corpo” ao retirar a boca. Ou seja, a desconexão corpo-boca é reforçada também na área médica. The aim of this study was to analyze oral’s territory approach by professionals and students from medical area during clinical appointments at a Health Basic Center, in São Paulo. This paper can be qualified as a qualitative research, in which the data collected were issued from the observation of doctors and students’ activities over four months of immersion, and were analyzed by hermeneutics-dialectics. It was possible to see that clinical propaedeutic in the medical area and the guide of hard-technologies and the ‘prescriptions’ in clinical approach, rather than the centrality of the subject. In addition, medical students demonstrated lack of knowledge of the service organization, revealing a gap between education and work. In different clinics, even when there was an examination of the oral cavity, connections between finds and symptoms presented by patients were not established. The experience of clinics in the Health Center showed the focus on what “the body left over” when the mouth was removed. Thus, the body-mouth disconnection is reinforced in the medical area. Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública2016-12-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/12726710.1590/s0104-12902016163946Saúde e Sociedade; v. 25 n. 4 (2016); 1039-1049Saúde e Sociedade; Vol. 25 No. 4 (2016); 1039-1049Saúde e Sociedade; Vol. 25 Núm. 4 (2016); 1039-10491984-04700104-1290reponame:Saúde e Sociedade (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/127267/124465Copyright (c) 2017 Saúde e Sociedadeinfo:eu-repo/semantics/openAccessFonsêca, Graciela SoaresJunqueira, Simone RennóBotazzo, CarlosCarvalho, Yara Maria deAraujo, Maria Ercilia de2017-02-17T13:30:11Zoai:revistas.usp.br:article/127267Revistahttp://www.scielo.br/sausocPUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phpsaudesoc@usp.br||lena@usp.br1984-04700104-1290opendoar:2017-02-17T13:30:11Saúde e Sociedade (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
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