Reescrever saúde global
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por eng |
Título da fonte: | Saúde e Sociedade (Online) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/220370 |
Resumo: | O conceito de saúde global popularizou-se mesmo com suas origens sendo alvo de um escrutínio crítico: nomeadamente, suas origens na medicina colonial, suas ligações com a proteção do comércio internacional e da exploração capitalista, seus pressupostos orientalistas. Até que ponto o conceito é, ainda, adequado ou proveitoso? Será possível reescrever a saúde global de forma a reconhecer e contrariar as suas múltiplas violências? Reflito sobre a potencialidade do conceito de saúde global a partir de uma ética da escrita que pretende ser analítica (respeitante à sua capacidade para refletir as tensões sociais, a multiplicidade de experiências, as justificações e reivindicações dos atores, a opressão e o potencial não realizado); crítica (respeitante à sua capacidade de identificar a contradição entre aquilo que os arranjos sociais ostensivamente proclamam e o que produzem de facto); e política (respeitante ao seu potencial emancipatório e de reparação das injustiças históricas). Identifico cinco vertentes importantes para um esforço de reescrever o conceito de saúde global: o global como planetário; o global como coletivo; o global como público; o global como periférico; e o global como cotidiano. |
id |
USP-6_e223b10f60bd9a24a332f3be46f880ec |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:revistas.usp.br:article/220370 |
network_acronym_str |
USP-6 |
network_name_str |
Saúde e Sociedade (Online) |
repository_id_str |
|
spelling |
Reescrever saúde globalRewriting global healthGlobal HealthPlanetary HealthEmancipationCritical TheorySaúde GlobalSaúde PlanetáriaEmancipaçãoTeoria CríticaO conceito de saúde global popularizou-se mesmo com suas origens sendo alvo de um escrutínio crítico: nomeadamente, suas origens na medicina colonial, suas ligações com a proteção do comércio internacional e da exploração capitalista, seus pressupostos orientalistas. Até que ponto o conceito é, ainda, adequado ou proveitoso? Será possível reescrever a saúde global de forma a reconhecer e contrariar as suas múltiplas violências? Reflito sobre a potencialidade do conceito de saúde global a partir de uma ética da escrita que pretende ser analítica (respeitante à sua capacidade para refletir as tensões sociais, a multiplicidade de experiências, as justificações e reivindicações dos atores, a opressão e o potencial não realizado); crítica (respeitante à sua capacidade de identificar a contradição entre aquilo que os arranjos sociais ostensivamente proclamam e o que produzem de facto); e política (respeitante ao seu potencial emancipatório e de reparação das injustiças históricas). Identifico cinco vertentes importantes para um esforço de reescrever o conceito de saúde global: o global como planetário; o global como coletivo; o global como público; o global como periférico; e o global como cotidiano.The concept of global health has become popular even with its origins coming under critical scrutiny: namely, its origins in colonial medicine, its links to the protection of international trade and capitalist exploitation, its Orientalist assumptions. To what extent is the concept still adequate or useful? Is it possible to rewrite global health to recognize and tackle its multiple forms of violence? I reflect on the potentiality of the concept of global health from an ethics of writing that intends to be analytical (concerning its ability to reflect social tensions, the multiplicity of experiences, the actors’ justifications and claims, the oppression and the potential unrealized); critical (concerning their ability to identify the contradiction between what social arrangements ostensibly proclaim and what they actually produce); and political (concerning its emancipatory potential and of reparation of historical injustices). I identify five important aspects of an effort of rewriting the concept of global health: the global as planetary; the global as collective; the global as public; the global as peripheral; and the global as everyday.Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública2023-12-15info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/22037010.1590/S0104-12902023230316ptSaúde e Sociedade; v. 32 n. 3 (2023); e230316ptSaúde e Sociedade; Vol. 32 No. 3 (2023); e230316ptSaúde e Sociedade; Vol. 32 Núm. 3 (2023); e230316pt1984-04700104-1290reponame:Saúde e Sociedade (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporenghttps://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/220370/201260https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/220370/201261Copyright (c) 2023 Saúde e Sociedadehttp://creativecommons.org/licenses/by/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessNunes, JoãoNunes, JoãoNunes, João2023-12-15T17:05:21Zoai:revistas.usp.br:article/220370Revistahttp://www.scielo.br/sausocPUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phpsaudesoc@usp.br||lena@usp.br1984-04700104-1290opendoar:2023-12-15T17:05:21Saúde e Sociedade (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Reescrever saúde global Rewriting global health |
title |
Reescrever saúde global |
spellingShingle |
Reescrever saúde global Nunes, João Global Health Planetary Health Emancipation Critical Theory Saúde Global Saúde Planetária Emancipação Teoria Crítica |
title_short |
Reescrever saúde global |
title_full |
Reescrever saúde global |
title_fullStr |
Reescrever saúde global |
title_full_unstemmed |
Reescrever saúde global |
title_sort |
Reescrever saúde global |
author |
Nunes, João |
author_facet |
Nunes, João |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Nunes, João Nunes, João Nunes, João |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Global Health Planetary Health Emancipation Critical Theory Saúde Global Saúde Planetária Emancipação Teoria Crítica |
topic |
Global Health Planetary Health Emancipation Critical Theory Saúde Global Saúde Planetária Emancipação Teoria Crítica |
description |
O conceito de saúde global popularizou-se mesmo com suas origens sendo alvo de um escrutínio crítico: nomeadamente, suas origens na medicina colonial, suas ligações com a proteção do comércio internacional e da exploração capitalista, seus pressupostos orientalistas. Até que ponto o conceito é, ainda, adequado ou proveitoso? Será possível reescrever a saúde global de forma a reconhecer e contrariar as suas múltiplas violências? Reflito sobre a potencialidade do conceito de saúde global a partir de uma ética da escrita que pretende ser analítica (respeitante à sua capacidade para refletir as tensões sociais, a multiplicidade de experiências, as justificações e reivindicações dos atores, a opressão e o potencial não realizado); crítica (respeitante à sua capacidade de identificar a contradição entre aquilo que os arranjos sociais ostensivamente proclamam e o que produzem de facto); e política (respeitante ao seu potencial emancipatório e de reparação das injustiças históricas). Identifico cinco vertentes importantes para um esforço de reescrever o conceito de saúde global: o global como planetário; o global como coletivo; o global como público; o global como periférico; e o global como cotidiano. |
publishDate |
2023 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2023-12-15 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/220370 10.1590/S0104-12902023230316pt |
url |
https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/220370 |
identifier_str_mv |
10.1590/S0104-12902023230316pt |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por eng |
language |
por eng |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/220370/201260 https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/220370/201261 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 2023 Saúde e Sociedade http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 2023 Saúde e Sociedade http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública |
dc.source.none.fl_str_mv |
Saúde e Sociedade; v. 32 n. 3 (2023); e230316pt Saúde e Sociedade; Vol. 32 No. 3 (2023); e230316pt Saúde e Sociedade; Vol. 32 Núm. 3 (2023); e230316pt 1984-0470 0104-1290 reponame:Saúde e Sociedade (Online) instname:Universidade de São Paulo (USP) instacron:USP |
instname_str |
Universidade de São Paulo (USP) |
instacron_str |
USP |
institution |
USP |
reponame_str |
Saúde e Sociedade (Online) |
collection |
Saúde e Sociedade (Online) |
repository.name.fl_str_mv |
Saúde e Sociedade (Online) - Universidade de São Paulo (USP) |
repository.mail.fl_str_mv |
saudesoc@usp.br||lena@usp.br |
_version_ |
1800237467062763520 |