Transdisciplinaridade e antropoformação: sua importância nas pesquisas em saúde

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Paul, Patrick
Data de Publicação: 2005
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
fra
Título da fonte: Saúde e Sociedade (Online)
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/7156
Resumo: Além das normas de referência provenientes das estatísticas - quando comportamentos da pessoa a ser cuidada ou educada devem ser levados em conta de maneira singular - o posicionamento dos cuidadores é dificultado entre imperativos oriundos de modelos normativos que se referem à doença e não levam em conta os doentes de um lado e, do outro lado, a evidência de dever considerar as particularidades próprias a cada sujeito que se acompanha e que interferem, necessariamente, sobre a saúde pelos comportamentos mas que são fonte de complexidade, portanto difícil de tratar. A transdisciplinaridade convida ao imperativo de mudança paradigmática e de um caminho de dupla face, com essa bipartição não podendo jamais distinguir- se totalmente. Ela se aproxima por um lado - o que corresponde a sua definição clássica - de uma epistemologia que apontaria para a importância nova das fronteiras disciplinares, das zonas imprecisas, não acessíveis aos fechamentos clássicos que definem os objetos disciplinares. Mas ela impõe, por outro lado, a construção de nova epistemologia do sujeito e que participa sempre, de uma maneira ou de outra, da observação pela sua interação mais ou menos forte com o objeto, o que definimos pelo neologismo "antropoformação". Pela mudança que opera, ela permite oferecer, ao mesmo tempo, uma atitude para religar os saberes disciplinares entre eles e uma capacidade de integração do sujeito, sua indisciplina e suas interações. Ela conduz para uma fenomenologia da saúde associando os modos de ser aos modos de compreender. O texto visa a precisar, no campo da saúde, os diferentes pontos levantados por essa mudança paradigmática.
id USP-6_ea7f07b2072282f029e12f7661eca94b
oai_identifier_str oai:revistas.usp.br:article/7156
network_acronym_str USP-6
network_name_str Saúde e Sociedade (Online)
repository_id_str
spelling Transdisciplinaridade e antropoformação: sua importância nas pesquisas em saúde Transdisciplinarite et anthropoformation: leur importance dans les recherches en sante Transdisciplinarity and anthropoformation: its importance in health investigations Saúde GlobalParadigmaTransdisciplinaridadeAntropoformaçãoComplexidadeParadoxoGlobal HealthParadigmaTransdisciplinarityAnthropoformationComplexityParadox Além das normas de referência provenientes das estatísticas - quando comportamentos da pessoa a ser cuidada ou educada devem ser levados em conta de maneira singular - o posicionamento dos cuidadores é dificultado entre imperativos oriundos de modelos normativos que se referem à doença e não levam em conta os doentes de um lado e, do outro lado, a evidência de dever considerar as particularidades próprias a cada sujeito que se acompanha e que interferem, necessariamente, sobre a saúde pelos comportamentos mas que são fonte de complexidade, portanto difícil de tratar. A transdisciplinaridade convida ao imperativo de mudança paradigmática e de um caminho de dupla face, com essa bipartição não podendo jamais distinguir- se totalmente. Ela se aproxima por um lado - o que corresponde a sua definição clássica - de uma epistemologia que apontaria para a importância nova das fronteiras disciplinares, das zonas imprecisas, não acessíveis aos fechamentos clássicos que definem os objetos disciplinares. Mas ela impõe, por outro lado, a construção de nova epistemologia do sujeito e que participa sempre, de uma maneira ou de outra, da observação pela sua interação mais ou menos forte com o objeto, o que definimos pelo neologismo "antropoformação". Pela mudança que opera, ela permite oferecer, ao mesmo tempo, uma atitude para religar os saberes disciplinares entre eles e uma capacidade de integração do sujeito, sua indisciplina e suas interações. Ela conduz para uma fenomenologia da saúde associando os modos de ser aos modos de compreender. O texto visa a precisar, no campo da saúde, os diferentes pontos levantados por essa mudança paradigmática. Au-delà des normes de référence issues des statistiques, sitôt que les comportements de la personne à soigner ou à éduquer doivent être pris en compte de façon singulière, le positionnement des soignants devient difficile entre impératifs issus des modèles normatifs se référant à la maladie mais ne tenant nul compte des malades d'un côté et de l'autre l'évidence de devoir considérer les particularités propres à chaque sujet que l'on accompagne et qui interfèrent, nécessairement, sur la santé par les comportements mais qui sont source de complexité, donc difficile à traiter. La transdisciplinarité engage à l'impératif d'un changement paradigmatique et d'un cheminement à double face, cette bipartition ne pouvant jamais totalement se distinguer. Elle s'apparente d'une part, ce qui correspond à sa définition classique, à une épistémologie qui pointerait l'importance nouvelle des frontières disciplinaires, des zones floues, non accessibles aux clôtures classiques qui définissent les objets disciplinaires. Mais elle impose d'autre part la construction d'une nouvelle épistémologie du sujet qui participe toujours, d'une manière ou de l'autre, à l'observation par son interaction plus ou moins forte avec l'objet, ce que nous définissons par le néologisme « d'anthropoformation ». Par le changement qui s'opère elle permet d'offrir à la fois une aptitude à relier les savoirs disciplinaires entre eux et une capacité d'intégration du sujet, de son indiscipline et de ses interactions. Elle dirige vers une phénoménologie de la santé associant les modes d'être aux modes de comprendre. Le texte vise à préciser, dans le champ de la santé, les différents points soulevés par ce changement paradigmatique. Besides the reference norms from statistics - when the behavior of the person to be cared for or educated has to be taken into account in a singular way - the position of the care takers is difficult because of normative models related to the diseases that do not take in account the patients in one side, and in the other the obligation to consider the particularities of each person that interfere on health by behaviors but are source of complexity, thus difficult to treat. Transdisciplinarity invites to a paradigmal change to a two way road, with this parting being unable to be totally identified. It is close to - corresponding to its traditional meaning - an epistemology that points to the importance of new disciplinary frontiers, of non-defined zones, unreachable by traditional closed scientific objects. But it imposes, on the other hand, the construction of a new epistemology of the subject that always participates, in a way or another, of the observation by his strong interaction with the object, that we define by the neologism "anthropoformation". By the change it causes, it permits to offer, at the same time, an attitude to untie disciplinary knowledges among them and a capacity of integrating the subject, his undiscipline and his interactions. It drives you to a phenomenology of health by associating the ways of being and the ways of understanding. The text aims to precise, in the field of health, different points raised by this paradigmatical change. Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública2005-12-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/715610.1590/S0104-12902005000300005Saúde e Sociedade; v. 14 n. 3 (2005); 72-92 Saúde e Sociedade; Vol. 14 No. 3 (2005); 72-92 Saúde e Sociedade; Vol. 14 Núm. 3 (2005); 72-92 1984-04700104-1290reponame:Saúde e Sociedade (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporfrahttps://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/7156/8637https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/7156/8638Paul, Patrickinfo:eu-repo/semantics/openAccess2012-05-08T12:27:44Zoai:revistas.usp.br:article/7156Revistahttp://www.scielo.br/sausocPUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phpsaudesoc@usp.br||lena@usp.br1984-04700104-1290opendoar:2012-05-08T12:27:44Saúde e Sociedade (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Transdisciplinaridade e antropoformação: sua importância nas pesquisas em saúde
Transdisciplinarite et anthropoformation: leur importance dans les recherches en sante
Transdisciplinarity and anthropoformation: its importance in health investigations
title Transdisciplinaridade e antropoformação: sua importância nas pesquisas em saúde
spellingShingle Transdisciplinaridade e antropoformação: sua importância nas pesquisas em saúde
Paul, Patrick
Saúde Global
Paradigma
Transdisciplinaridade
Antropoformação
Complexidade
Paradoxo
Global Health
Paradigma
Transdisciplinarity
Anthropoformation
Complexity
Paradox
title_short Transdisciplinaridade e antropoformação: sua importância nas pesquisas em saúde
title_full Transdisciplinaridade e antropoformação: sua importância nas pesquisas em saúde
title_fullStr Transdisciplinaridade e antropoformação: sua importância nas pesquisas em saúde
title_full_unstemmed Transdisciplinaridade e antropoformação: sua importância nas pesquisas em saúde
title_sort Transdisciplinaridade e antropoformação: sua importância nas pesquisas em saúde
author Paul, Patrick
author_facet Paul, Patrick
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Paul, Patrick
dc.subject.por.fl_str_mv Saúde Global
Paradigma
Transdisciplinaridade
Antropoformação
Complexidade
Paradoxo
Global Health
Paradigma
Transdisciplinarity
Anthropoformation
Complexity
Paradox
topic Saúde Global
Paradigma
Transdisciplinaridade
Antropoformação
Complexidade
Paradoxo
Global Health
Paradigma
Transdisciplinarity
Anthropoformation
Complexity
Paradox
description Além das normas de referência provenientes das estatísticas - quando comportamentos da pessoa a ser cuidada ou educada devem ser levados em conta de maneira singular - o posicionamento dos cuidadores é dificultado entre imperativos oriundos de modelos normativos que se referem à doença e não levam em conta os doentes de um lado e, do outro lado, a evidência de dever considerar as particularidades próprias a cada sujeito que se acompanha e que interferem, necessariamente, sobre a saúde pelos comportamentos mas que são fonte de complexidade, portanto difícil de tratar. A transdisciplinaridade convida ao imperativo de mudança paradigmática e de um caminho de dupla face, com essa bipartição não podendo jamais distinguir- se totalmente. Ela se aproxima por um lado - o que corresponde a sua definição clássica - de uma epistemologia que apontaria para a importância nova das fronteiras disciplinares, das zonas imprecisas, não acessíveis aos fechamentos clássicos que definem os objetos disciplinares. Mas ela impõe, por outro lado, a construção de nova epistemologia do sujeito e que participa sempre, de uma maneira ou de outra, da observação pela sua interação mais ou menos forte com o objeto, o que definimos pelo neologismo "antropoformação". Pela mudança que opera, ela permite oferecer, ao mesmo tempo, uma atitude para religar os saberes disciplinares entre eles e uma capacidade de integração do sujeito, sua indisciplina e suas interações. Ela conduz para uma fenomenologia da saúde associando os modos de ser aos modos de compreender. O texto visa a precisar, no campo da saúde, os diferentes pontos levantados por essa mudança paradigmática.
publishDate 2005
dc.date.none.fl_str_mv 2005-12-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/7156
10.1590/S0104-12902005000300005
url https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/7156
identifier_str_mv 10.1590/S0104-12902005000300005
dc.language.iso.fl_str_mv por
fra
language por
fra
dc.relation.none.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/7156/8637
https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/7156/8638
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública
publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública
dc.source.none.fl_str_mv Saúde e Sociedade; v. 14 n. 3 (2005); 72-92
Saúde e Sociedade; Vol. 14 No. 3 (2005); 72-92
Saúde e Sociedade; Vol. 14 Núm. 3 (2005); 72-92
1984-0470
0104-1290
reponame:Saúde e Sociedade (Online)
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Saúde e Sociedade (Online)
collection Saúde e Sociedade (Online)
repository.name.fl_str_mv Saúde e Sociedade (Online) - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv saudesoc@usp.br||lena@usp.br
_version_ 1800237453212123136