Limites e imposições dos instrumentos de controle do trabalho de agentes comunitários de saúde da Estratégia Saúde da Família

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Justo, Célia Maria Patriani
Data de Publicação: 2015
Outros Autores: Gomes, Mara Helena de Andréa, Silveira, Cássio
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Saúde e Sociedade (Online)
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/104830
Resumo: Ser considerado elemento de união entre moradores e serviço não revela de imediato a abrangência das funções, nem oferece visibilidade das exigências a que os agentes comunitários de saúde estão expostos no cotidiano de trabalho diante das atribuições previstas pela Estratégia Saúde da Família. O objetivo desse estudo é analisar os instrumentos de controle da ação social dos agentes comunitários e suas possibilidades de emancipação, a partir da noção de agir comunicativo de Jürgen Habermas. Trata-se de pesquisa qualitativa, realizada numa Unidade Básica de Saúde da cidade de São Paulo (SP), por meio de entrevista semiestruturada com 14 agentes comunitários com experiência mínima de dois anos. Como resultado, destacamos o domínio da razão instrumental sobre a razão comunicativa nas atividades de planejamento, nos critérios técnicos de decisão e avaliação, bem como nos instrumentos de registro do trabalho. Verificamos oportunidades de emancipação nas ações comunicativas em que os agentes comunitários, por meio do diálogo, desenvolvem ações de entendimento mútuo com os pacientes que complementam as ações técnicas. É também por meio do diálogo orientado à construção de consensos que processos cooperativos de trabalho em equipe são elaborados em torno de objetivos comuns. Consideramos que os agentes comunitários resistem aos ditames das ações instrumentais através do entendimento intersubjetivo promovido pela racionalidade comunicativa que permeia o mundo da vida, efetivando situações de emancipação das tensões e conflitos inerentes ao trabalho de mediação.
id USP-6_f3c97348e215cc23e3c0ac5768f08511
oai_identifier_str oai:revistas.usp.br:article/104830
network_acronym_str USP-6
network_name_str Saúde e Sociedade (Online)
repository_id_str
spelling Limites e imposições dos instrumentos de controle do trabalho de agentes comunitários de saúde da Estratégia Saúde da Família Limits and constraints of the instruments that control the work of community health agents in the Family Health Strategy Ser considerado elemento de união entre moradores e serviço não revela de imediato a abrangência das funções, nem oferece visibilidade das exigências a que os agentes comunitários de saúde estão expostos no cotidiano de trabalho diante das atribuições previstas pela Estratégia Saúde da Família. O objetivo desse estudo é analisar os instrumentos de controle da ação social dos agentes comunitários e suas possibilidades de emancipação, a partir da noção de agir comunicativo de Jürgen Habermas. Trata-se de pesquisa qualitativa, realizada numa Unidade Básica de Saúde da cidade de São Paulo (SP), por meio de entrevista semiestruturada com 14 agentes comunitários com experiência mínima de dois anos. Como resultado, destacamos o domínio da razão instrumental sobre a razão comunicativa nas atividades de planejamento, nos critérios técnicos de decisão e avaliação, bem como nos instrumentos de registro do trabalho. Verificamos oportunidades de emancipação nas ações comunicativas em que os agentes comunitários, por meio do diálogo, desenvolvem ações de entendimento mútuo com os pacientes que complementam as ações técnicas. É também por meio do diálogo orientado à construção de consensos que processos cooperativos de trabalho em equipe são elaborados em torno de objetivos comuns. Consideramos que os agentes comunitários resistem aos ditames das ações instrumentais através do entendimento intersubjetivo promovido pela racionalidade comunicativa que permeia o mundo da vida, efetivando situações de emancipação das tensões e conflitos inerentes ao trabalho de mediação. To be considered a link between inhabitants and the service does not reveal, in a straightforward way, the scope of the community health agents' duties, nor does it offer visibility to the demands to which these professionals are exposed in their daily work within the Family Health Strategy. The aim of this study is to analyze the tools used to control the community health agents' social action and these professionals' possibilities of emancipation based on the notion of communicative action proposed by Jürgen Habermas. This is a qualitative study carried out at a Primary Care Unit in the city of São Paulo. Semi-structured interviews were carried out with 14 community agents who have at least 2 years of experience. The results show the dominance of instrumental reason over communicative reason in planning activities, in technical criteria for decision-making and evaluation, and in instruments for labor recording. We verified that there are opportunities of emancipation in communicative actions in which community agents, through dialogue, develop mutual understanding actions with patients that complement technical actions. It is also through dialogue oriented towards the construction of consensuses that teamwork cooperative processes are developed around common goals. We found that community agents resist the dictates of instrumental actions through intersubjective understanding, promoted by the communicative rationality that permeates the world of life, thus enabling emancipation situations regarding tensions and conflicts that are inherent in the mediation work. Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública2015-06-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/10483010.1590/S0104-12902015000200016Saúde e Sociedade; v. 24 n. 2 (2015); 594-606Saúde e Sociedade; Vol. 24 No. 2 (2015); 594-606Saúde e Sociedade; Vol. 24 Núm. 2 (2015); 594-6061984-04700104-1290reponame:Saúde e Sociedade (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/104830/103618Copyright (c) 2015 Saúde e Sociedadeinfo:eu-repo/semantics/openAccessJusto, Célia Maria Patriani Gomes, Mara Helena de Andréa Silveira, Cássio 2015-09-25T17:22:53Zoai:revistas.usp.br:article/104830Revistahttp://www.scielo.br/sausocPUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phpsaudesoc@usp.br||lena@usp.br1984-04700104-1290opendoar:2015-09-25T17:22:53Saúde e Sociedade (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Limites e imposições dos instrumentos de controle do trabalho de agentes comunitários de saúde da Estratégia Saúde da Família
Limits and constraints of the instruments that control the work of community health agents in the Family Health Strategy
title Limites e imposições dos instrumentos de controle do trabalho de agentes comunitários de saúde da Estratégia Saúde da Família
spellingShingle Limites e imposições dos instrumentos de controle do trabalho de agentes comunitários de saúde da Estratégia Saúde da Família
Justo, Célia Maria Patriani
title_short Limites e imposições dos instrumentos de controle do trabalho de agentes comunitários de saúde da Estratégia Saúde da Família
title_full Limites e imposições dos instrumentos de controle do trabalho de agentes comunitários de saúde da Estratégia Saúde da Família
title_fullStr Limites e imposições dos instrumentos de controle do trabalho de agentes comunitários de saúde da Estratégia Saúde da Família
title_full_unstemmed Limites e imposições dos instrumentos de controle do trabalho de agentes comunitários de saúde da Estratégia Saúde da Família
title_sort Limites e imposições dos instrumentos de controle do trabalho de agentes comunitários de saúde da Estratégia Saúde da Família
author Justo, Célia Maria Patriani
author_facet Justo, Célia Maria Patriani
Gomes, Mara Helena de Andréa
Silveira, Cássio
author_role author
author2 Gomes, Mara Helena de Andréa
Silveira, Cássio
author2_role author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Justo, Célia Maria Patriani
Gomes, Mara Helena de Andréa
Silveira, Cássio
description Ser considerado elemento de união entre moradores e serviço não revela de imediato a abrangência das funções, nem oferece visibilidade das exigências a que os agentes comunitários de saúde estão expostos no cotidiano de trabalho diante das atribuições previstas pela Estratégia Saúde da Família. O objetivo desse estudo é analisar os instrumentos de controle da ação social dos agentes comunitários e suas possibilidades de emancipação, a partir da noção de agir comunicativo de Jürgen Habermas. Trata-se de pesquisa qualitativa, realizada numa Unidade Básica de Saúde da cidade de São Paulo (SP), por meio de entrevista semiestruturada com 14 agentes comunitários com experiência mínima de dois anos. Como resultado, destacamos o domínio da razão instrumental sobre a razão comunicativa nas atividades de planejamento, nos critérios técnicos de decisão e avaliação, bem como nos instrumentos de registro do trabalho. Verificamos oportunidades de emancipação nas ações comunicativas em que os agentes comunitários, por meio do diálogo, desenvolvem ações de entendimento mútuo com os pacientes que complementam as ações técnicas. É também por meio do diálogo orientado à construção de consensos que processos cooperativos de trabalho em equipe são elaborados em torno de objetivos comuns. Consideramos que os agentes comunitários resistem aos ditames das ações instrumentais através do entendimento intersubjetivo promovido pela racionalidade comunicativa que permeia o mundo da vida, efetivando situações de emancipação das tensões e conflitos inerentes ao trabalho de mediação.
publishDate 2015
dc.date.none.fl_str_mv 2015-06-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/104830
10.1590/S0104-12902015000200016
url https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/104830
identifier_str_mv 10.1590/S0104-12902015000200016
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/104830/103618
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2015 Saúde e Sociedade
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2015 Saúde e Sociedade
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública
publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública
dc.source.none.fl_str_mv Saúde e Sociedade; v. 24 n. 2 (2015); 594-606
Saúde e Sociedade; Vol. 24 No. 2 (2015); 594-606
Saúde e Sociedade; Vol. 24 Núm. 2 (2015); 594-606
1984-0470
0104-1290
reponame:Saúde e Sociedade (Online)
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Saúde e Sociedade (Online)
collection Saúde e Sociedade (Online)
repository.name.fl_str_mv Saúde e Sociedade (Online) - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv saudesoc@usp.br||lena@usp.br
_version_ 1800237460386480128