Questões socioeconômicas, laborais e de saúde na cadeia produtiva do agronegócio da cana-de-açúcar na região do Noroeste Paulista

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Moraes, Maria Silvia de
Data de Publicação: 2013
Outros Autores: Lopes, José Carlos Cacau, Priuli, Roseana Mara Aredes
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Saúde e Sociedade (Online)
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/76467
Resumo: OBJETIVOS: caracterizar o perfil socioeconômico, a motivação, a percepção dos impactos do trabalho para a saúde e a relação com o sistema de saúde dos migrantes trabalhadores do corte de cana-de-açúcar. MÉTODO: estudo descritivo transversal a partir de um censo com a aplicação de questionário semiestruturado para 112 migrantes cortadores de cana da cidade de Mendonça, SP, em 2009, abordando as categorias trabalho, sistema de saúde e acesso aos serviços. RESULTADOS: a maioria (90%) procedeu da região Nordeste do Brasil; jovens na faixa etária entre 18 a 30 anos (75%); boa parte deles (86%) considerou o salário e o emprego formal os dois grandes motivadores para esse tipo de trabalho. A maioria (92%) considerou sua saúde boa; 48% sentiram algum tipo de dor no corpo atribuída ao cansaço do trabalho. Embora 39% tenham utilizado os serviços médicos da unidade básica de saúde de Mendonça, a maioria não teve acesso ao atendimento devido à incompatibilidade de horários de funcionamento do estabelecimento e das folgas dos trabalhadores; e, grande parte (87%) fez uso de automedicação. DISCUSSÃO: a motivação por emprego formal e salário levam essa população jovem à percepção do cansaço e dores no corpo como elementos integrantes do trabalho. Somadas à exigência de alta produtividade, penosidade do trabalho, falta de repasse de verba para o setor da saúde, assim como a dificuldade de acesso aos serviços de saúde, o que pode estimular a prática da automedicação, geram uma realidade que dificultam a implementação de políticas públicas para os trabalhadores.
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