Evolução Tectônica e Paleogeográfica do Aulacógeno Agupaeí (1.2-1.0Ga) e dos Terrenos do seu Embasamento na Porção Sul do Cráton Amazônico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Saes, Gerson Souza
Data de Publicação: 1999
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44134/tde-25112014-160016/
Resumo: O Aulacógeno Aguapeí constitui um megaestrutura originada por rifteamento intracontinental na porção sul do Cráton Amazônico durante a parte final do Mesoproterozóico (1.2-1.0Ga). Sua posição sub-transversal em relação ao Cinturão Colisional Sunsas e sua evolução sedimentar, tectônica e metamórfica, lhe emprestam forte similaridade com bacias de mesma natureza, tanto em formação, como os rifts do leste africano, como com paleorifts encontrados no registro geológico de todos os continentes, notadamente a partir do final do Arqueano (2.5Ga), com a consolidação dos primeiros blocos cratônicos de grande extensão. O embasamento do Aulacógeno Aguapeí é formado pela amalgamação de terrenos tectono-estratigráficos distintos, constituídos por complexos metamórficos do Paleoproterozóico (> 1.6Ga) e intrusivas de idades e naturezas diversas. Os dados petrológicos, geoquímicos, radiométricos e geofísicos disponíveis, permitem relacionar sua evolução à acresção de cincoterrenos à porção sul da Paleoplaca Amazônia: (i) Jauru; (ii) Santa Helena; (iii) Rio Alegre; (iv) Paragua e (v) San Pablo. O Terreno Jauru é gerado pela aglutinação de arcos insulares intraoceânicos do Paleoproterozóico (\'DA ORDEM DE\'1,9Ga), afetados por intensa granitogênese calci-alcalina entre 1.5-1.4Ga, e pelo magmatismo toleítico intra-placas de Rio Branco (1,4Ga). O Terreno Santa Helena constitui um fragmento de arco cordilherano composto por granitos a tonalitos formados a em 1.45Ga. O Terreno Rio Alegre constitui uma associação de rochas efusivas e plutônicas básico-ultrabásicas e metassedimentos químicos, exibindo feições de alojamento alóctone ao longo do lineamento milonítico regional que marca a suturacolisional entre os terrenos Santa Helena e Paragua. É aqui interpretado como remanescente de litosfera oceânica alojado por obducção ao longo daquele limite. O Terreno Paragua possui um embasamento composto por complexos gnaissico-granulíticos ) (Chiquitania e Lomas Maneches) e cinturões de supracrustais essencialmente metassedimentares (San Ignacio), invadido em 1.3Ga pela granitogênese de afinidade calci-alcalina do Batólito Pensamiento. O Terreno San Pablo registra provavelmente a evolução de um arco magmático cordilherano, acrescido à porção sul da Amazônia durante a orogênese colisional Sunsas (1.0Ga). A Bacia Aguapeí inicia seu desenvolvimento pela reativação distensional e ruptura da porção sul do Cráton Amazônico, com dois braços de uma junção tríplice evoluindo para um limite divergente de placas (Margem Passiva Sunsas). O terceiro braço da junção tríplice (braço abortado), registra a evolução do Rift Intracontinental ou Aulacógeno Aguapeí. A compartimentação sin-sedimentar do aulacógeno foi controlada pelos traços fundamentais do seu embasamento, com um depocentro linear (Zona Central) coincidindo com o Terreno Rio Alegre, e zonas marginais, recobrindo tanto o Terreno Paragua como os terrenos Santa Helena e Jauru. Este a comportamento da cobertura Aguapeí, configura uma típica seqüencia de recobrimento (overlap sequence), transgredindo os limites de terrenos previamente acrescidos pela colagem tectônica que acompanhou o fechamento do Mar Rio Alegre. Constitui assim, o primeiro horizonte litoestratigráfico passível de correlação através dos diferentes terrenos. O preenchimento sedimentar do Aulacógeno Aguapeí se processou em três estágios deposicionais: Rift, Sinéclise e Inversão, rastreados com bastante segurança nas zonas marginais. O exame das litofácies, tendências isópacas e paleocorrentes, permitiram a elaboração de uma síntese paleogeográfica da bacia, iniciando-se pordepósitos regressivos aluviais, deltaicos e estuarinos, passando para um trato de sistemas de mar alto, com lamas marinhas e areias acumuladas em barras de plataforma (tempestitos) ou leques submarinos (turbiditos). O completo consumo dalitosfera oceânica ) Grenville, culminando com a colisão Amazônia-Laurentia em \'DA ORDEM DE\'1.0Ga, se refletiu no aulacógeno por transpressão dextral da zona de sutura subjacente ao seu depocentro, ali deformando, metamorfizando e ressedimentando osdepósitos dos estágios Rift e Sinéclise. Este estágio deposicional, denominado de Inversão, é marcado pela continentalização da bacia, deposição em sistemas aluviais e dunas eólicas, exibindo nítida inversão do sentido das paleocorrentes em relação aos estágios precedentes. A deformação da Bacia Aguapeí registra o encerramento do regime de colisões do Ciclo Grenville no Mesoproterozóico no sul do Cráton Amazônico e a amalgamação final do Supercontinente Rodínia há cerca de 1.0Ga. O reflexo deste evento tectônico está registrado principalmente ao longo da Zona Central do aulacógeno, onde se alinharam as principais ocorrências auríferas da região, alojadas em uma diversidade de trapas estruturais/estratigráficas, criadas durante a deformação Sunsa e que mineralizaram tanto os metassedimentos Aguapeí como seu embasamento.
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spelling Evolução Tectônica e Paleogeográfica do Aulacógeno Agupaeí (1.2-1.0Ga) e dos Terrenos do seu Embasamento na Porção Sul do Cráton AmazônicoNot available.Geologia históricaNot available.Tectônica de placasO Aulacógeno Aguapeí constitui um megaestrutura originada por rifteamento intracontinental na porção sul do Cráton Amazônico durante a parte final do Mesoproterozóico (1.2-1.0Ga). Sua posição sub-transversal em relação ao Cinturão Colisional Sunsas e sua evolução sedimentar, tectônica e metamórfica, lhe emprestam forte similaridade com bacias de mesma natureza, tanto em formação, como os rifts do leste africano, como com paleorifts encontrados no registro geológico de todos os continentes, notadamente a partir do final do Arqueano (2.5Ga), com a consolidação dos primeiros blocos cratônicos de grande extensão. O embasamento do Aulacógeno Aguapeí é formado pela amalgamação de terrenos tectono-estratigráficos distintos, constituídos por complexos metamórficos do Paleoproterozóico (> 1.6Ga) e intrusivas de idades e naturezas diversas. Os dados petrológicos, geoquímicos, radiométricos e geofísicos disponíveis, permitem relacionar sua evolução à acresção de cincoterrenos à porção sul da Paleoplaca Amazônia: (i) Jauru; (ii) Santa Helena; (iii) Rio Alegre; (iv) Paragua e (v) San Pablo. O Terreno Jauru é gerado pela aglutinação de arcos insulares intraoceânicos do Paleoproterozóico (\'DA ORDEM DE\'1,9Ga), afetados por intensa granitogênese calci-alcalina entre 1.5-1.4Ga, e pelo magmatismo toleítico intra-placas de Rio Branco (1,4Ga). O Terreno Santa Helena constitui um fragmento de arco cordilherano composto por granitos a tonalitos formados a em 1.45Ga. O Terreno Rio Alegre constitui uma associação de rochas efusivas e plutônicas básico-ultrabásicas e metassedimentos químicos, exibindo feições de alojamento alóctone ao longo do lineamento milonítico regional que marca a suturacolisional entre os terrenos Santa Helena e Paragua. É aqui interpretado como remanescente de litosfera oceânica alojado por obducção ao longo daquele limite. O Terreno Paragua possui um embasamento composto por complexos gnaissico-granulíticos ) (Chiquitania e Lomas Maneches) e cinturões de supracrustais essencialmente metassedimentares (San Ignacio), invadido em 1.3Ga pela granitogênese de afinidade calci-alcalina do Batólito Pensamiento. O Terreno San Pablo registra provavelmente a evolução de um arco magmático cordilherano, acrescido à porção sul da Amazônia durante a orogênese colisional Sunsas (1.0Ga). A Bacia Aguapeí inicia seu desenvolvimento pela reativação distensional e ruptura da porção sul do Cráton Amazônico, com dois braços de uma junção tríplice evoluindo para um limite divergente de placas (Margem Passiva Sunsas). O terceiro braço da junção tríplice (braço abortado), registra a evolução do Rift Intracontinental ou Aulacógeno Aguapeí. A compartimentação sin-sedimentar do aulacógeno foi controlada pelos traços fundamentais do seu embasamento, com um depocentro linear (Zona Central) coincidindo com o Terreno Rio Alegre, e zonas marginais, recobrindo tanto o Terreno Paragua como os terrenos Santa Helena e Jauru. Este a comportamento da cobertura Aguapeí, configura uma típica seqüencia de recobrimento (overlap sequence), transgredindo os limites de terrenos previamente acrescidos pela colagem tectônica que acompanhou o fechamento do Mar Rio Alegre. Constitui assim, o primeiro horizonte litoestratigráfico passível de correlação através dos diferentes terrenos. O preenchimento sedimentar do Aulacógeno Aguapeí se processou em três estágios deposicionais: Rift, Sinéclise e Inversão, rastreados com bastante segurança nas zonas marginais. O exame das litofácies, tendências isópacas e paleocorrentes, permitiram a elaboração de uma síntese paleogeográfica da bacia, iniciando-se pordepósitos regressivos aluviais, deltaicos e estuarinos, passando para um trato de sistemas de mar alto, com lamas marinhas e areias acumuladas em barras de plataforma (tempestitos) ou leques submarinos (turbiditos). O completo consumo dalitosfera oceânica ) Grenville, culminando com a colisão Amazônia-Laurentia em \'DA ORDEM DE\'1.0Ga, se refletiu no aulacógeno por transpressão dextral da zona de sutura subjacente ao seu depocentro, ali deformando, metamorfizando e ressedimentando osdepósitos dos estágios Rift e Sinéclise. Este estágio deposicional, denominado de Inversão, é marcado pela continentalização da bacia, deposição em sistemas aluviais e dunas eólicas, exibindo nítida inversão do sentido das paleocorrentes em relação aos estágios precedentes. A deformação da Bacia Aguapeí registra o encerramento do regime de colisões do Ciclo Grenville no Mesoproterozóico no sul do Cráton Amazônico e a amalgamação final do Supercontinente Rodínia há cerca de 1.0Ga. O reflexo deste evento tectônico está registrado principalmente ao longo da Zona Central do aulacógeno, onde se alinharam as principais ocorrências auríferas da região, alojadas em uma diversidade de trapas estruturais/estratigráficas, criadas durante a deformação Sunsa e que mineralizaram tanto os metassedimentos Aguapeí como seu embasamento.The Aguapeí Aulacogen is a megastructure originated by intracontinental rifting of the southern portion of Amazon Craton during the late Mesoproterozoic (1.2-1.0Ga ). Its subtransversal position in relation to the Sunsas Colisional Orogen and its sedimentary, metamorphic and tectonic evolution makes it very similar to basins of same nature, both in formation ( east african rifts ) as well as with paleorifts as evidenced in the geological record of all continents, especially after the consolidation of the first cratonic blocks of great extension in the end of Archean (2.5Ga ) . The basement of Aguapeí Aulacogen is formed by amalgamation of different tectonostratigraphic terranes, composed of metamorphic complexes of Paleoproterozoic age (> 1.6Ga ) and intrusives with different ages and nature. On the basis of petrological, geochemical, radiometric and geophysical data, the evolution of this basement is related to the acretion of three terranes to the southern portion of Amazonian Paleoplate: (i) Jauru; (ii) Santa Helena; (iii) Paragua; (iii) Rio Alegre and; ( v) San Pablo terranes The Jauru Terrane was generated by the assembly of intraoceanic island arc of Peleoproterozoic age ( ~1.9Ga ), affected by intense calc-alcaline granitogenesis between 1.5- 1.4Ga and by toleitic intraplate magmatism of Rio Branco ( 1.4Ga ). The Santa Helena Terrane constitutes a piece of a cordilheran arc, composed by granites to tonalites formed at 1.45Ga. The Rio Alegre Terrane constitutes a basic-ultrabasic, efusive and plutonic igneous suite associated with chemical metasediments showing evidence of allocthonous positioning across the milonitic lineament that mark the collision suture between the Santa Helena and Paragua terranes. It\'s interpreted as an oceanic litosphere remain emplaced by obduction along this limit. The Paragua Terrane has a basement composed by gnaiss-granulitic complexes ( Chiquitania and Lomas Maneches ) and essentialy metasedimentary supracrustals ( San Ignacio ) invaded at l.3Ga by the intense calc-alkaline ganitogenesis of Pensamiento Batolite. The San Pablo Terrane records probably a cordilheran magmatic arc evolution, acreted to the southern portion of Amazon during the Colisional Sunsas Orogeny (1.0Ga). The Aguapeí Basin start its development by distentional reactivation of the southern portion of Amazonian Craton, with two arms of a triple junction evolving to a divergent plate limit ( Sunsas Passive Margin ). The third arm of the triple junction ( failed arm ), records the evolution of a Intracontinental Rift ( the Aguapeí Aulacogen ) The sinsedimentary compartimentation of the aulacogen was controlled by the fundamental traces of its basement with a linear depocenter ( Central Zone ) coinciding with the Rio Alegre Terrane and marginal zones ,covering both the Paragua as the Santa Helena and Jauru terranes . This behaviour of Aguapeí cover, configurates a typical overlap sequence, transgressing the limits of previously acreted terranes by tectonic colage that had follow the Rio Alegre Sea closing. It constitutes in this manner, the first lithoestratigraphic horizon passible of correlation across the different terranes. The depositional sequence is maked of three distinct episodes ( Rift, Sineclesis and Inversion ), which are well recognized in the marginal zones. The lithofacies, isopach and paleocurrents analyses permited the elaboration of a paleogeographic syntesis of the basin starting with a regressive sequence of alluvial, deltaic and estuarine deposits (Graben Facies) passing up to a highstanding system tract with marine muds and sands deposited on offshore bars and submarine fans (turbidites). The definitive consume of the Grenville Ocean endding with the Amazonia-Laurentia collision at 1.0Ga was reflected on the aulacogen by dextral transpression of the suture zone underliyng its depocenter with deformation, metamorphism and resedimentation of the deposits of the Rift and Syneclesis stages. The continentalization of the basin in this stage is marked principaly in the marginal zones, by deposition of coarse clastics in an alluvial fans, braided rivers and eolian dunes system (Molassic Facies), exibiting a inversion of the paleocurrents directions from SE to NW (Inversion Stage). The Aguapeí Basin deformation records the end of Grenvillian collisional regime in the southern portion of Amazon Craton and the final assembly of Rodinia at 1.0Ga. This tectonic event is recorded principally along the Central Zone of the aulacogen, where was concentrated the principal auriferous ocurrences of the region emplaced in diverse stratigraphic-structural traps generated during the Sunsas deformation and which was mineralized both the Aguapeí metasediments and its basement.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPFragoso Cesar, Antonio Romalino SantosSaes, Gerson Souza1999-09-02info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44134/tde-25112014-160016/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:55Zoai:teses.usp.br:tde-25112014-160016Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:55Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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