Bioecologia do ácaro vermelho das palmeiras, Raoiella indica Hirst (Acari: Tenuipalpidae), na Venezuela
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-14092012-171151/ |
Resumo: | A ocorrência do ácaro vermelho das palmeiras (AVP), Raoiella indica Hirst (Acari: Tenuipalpidae), foi relatada no Novo Mundo em 2004 e desde então este ácaro tem colonizado várias espécies de aceráceas e musáceas, assim como plantas ornamentais de outras famílias nas ilhas do Caribe, Florida (USA), Venezuela, Brasil e Colômbia. Desde aquele primeiro relato, essa espécie tem produzido consideráveis perdas econômicas em coqueiro nos países onde foi encontrada, o que tem conduzido a um interesse cada vez maior em se conhecer o impacto da praga às plantas em que este ácaro tem sido encontrado. Com o objetivo de conhecer aspectos bioecológicos do AVP na Venezuela foram feitas amostragens para determinar a distribuição geográfica nesse país assim como as plantas hospedeiras e inimigos naturais com os quais a praga tem sido encontrada. A biologia da praga foi estudada em plantas ornamentais e em espécies de palmeiras nativas do Neotrópico, para avaliar o seu potencial em causar dano a estas plantas. Além disso, foi estudada sua distribuição intra-planta, sua flutuação populacional em plantios comerciais de coqueiro e também as variações na expressão das enzimas oxidativas (POD e PPO) e o grau de peroxidação de lipídeos em genótipos de coqueiro, como respostas à alimentação deste ácaro. Foram verificados altos níveis populacionais do AVP em plantios comerciais de coqueiro e em outras plantas crescendo naturalmente no litoral na Venezuela. Em apenas oito espécies de Arecaceae, uma de Musaceae e uma de Strelitziaceae foram verificados todos os estágios de desenvolvimento do AVP, sugerindo que este se desenvolve e se reproduz nestas plantas. O ácaro fitoseídeo Amblyseius largoensis (Muma) foi o predador mais frequentemente associado com o AVP em todos os locais estudados. Maiores densidades do AVP foram observadas nas regiões mediana e basal das folhas coletadas nos estratos mediano e basal da copa da planta. Em 2010, os níveis populacionais do AVP foram mais elevados que em 2011, aparentemente em função dos níveis menores de precipitação naquele ano. O AVP conseguiu se desenvolver sobre as espécies de plantas ornamentais, mas não nas espécies de arecáceas nativas do Novo Mundo. Com relação às enzimas oxidativas, as atividades das POD, PPO e a peroxidação de lipídeos foram maiores em plantas infestadas dos cultivares Anão Amarelo da Malásia (AAM) e Gigante do Caribe (GC) quando comparadas com os respectivos controles. Além disso, maiores atividades de POD e PPO foram detectadas no cultivar AAM que no cultivar GC, tanto em plantas infestadas quando não infestadas. Em contraste, maior peroxidação de lipídeos foi verificada em plantas do cultivar GC infestadas. Estes resultados sugerem que provavelmente esses genótipos de coqueiro possuim mecanismos de resistência ao AVP, porem estudos complementares precisam ser realizados. |
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Bioecologia do ácaro vermelho das palmeiras, Raoiella indica Hirst (Acari: Tenuipalpidae), na VenezuelaBioecology of the red palm mite, Raoiella indica Hirst (Acari: Tenuipalpidae) in VenezuelaÁcaro vermelho - Distribuição geográficaBiologiaBiological controlBiologyControle biológicoDinâmica de populaçõesEnzimas oxidativasGeographical distributionHost plantsOxidative enzymesPalmeirasPlantas hospedeirasPopulation dynamicsA ocorrência do ácaro vermelho das palmeiras (AVP), Raoiella indica Hirst (Acari: Tenuipalpidae), foi relatada no Novo Mundo em 2004 e desde então este ácaro tem colonizado várias espécies de aceráceas e musáceas, assim como plantas ornamentais de outras famílias nas ilhas do Caribe, Florida (USA), Venezuela, Brasil e Colômbia. Desde aquele primeiro relato, essa espécie tem produzido consideráveis perdas econômicas em coqueiro nos países onde foi encontrada, o que tem conduzido a um interesse cada vez maior em se conhecer o impacto da praga às plantas em que este ácaro tem sido encontrado. Com o objetivo de conhecer aspectos bioecológicos do AVP na Venezuela foram feitas amostragens para determinar a distribuição geográfica nesse país assim como as plantas hospedeiras e inimigos naturais com os quais a praga tem sido encontrada. A biologia da praga foi estudada em plantas ornamentais e em espécies de palmeiras nativas do Neotrópico, para avaliar o seu potencial em causar dano a estas plantas. Além disso, foi estudada sua distribuição intra-planta, sua flutuação populacional em plantios comerciais de coqueiro e também as variações na expressão das enzimas oxidativas (POD e PPO) e o grau de peroxidação de lipídeos em genótipos de coqueiro, como respostas à alimentação deste ácaro. Foram verificados altos níveis populacionais do AVP em plantios comerciais de coqueiro e em outras plantas crescendo naturalmente no litoral na Venezuela. Em apenas oito espécies de Arecaceae, uma de Musaceae e uma de Strelitziaceae foram verificados todos os estágios de desenvolvimento do AVP, sugerindo que este se desenvolve e se reproduz nestas plantas. O ácaro fitoseídeo Amblyseius largoensis (Muma) foi o predador mais frequentemente associado com o AVP em todos os locais estudados. Maiores densidades do AVP foram observadas nas regiões mediana e basal das folhas coletadas nos estratos mediano e basal da copa da planta. Em 2010, os níveis populacionais do AVP foram mais elevados que em 2011, aparentemente em função dos níveis menores de precipitação naquele ano. O AVP conseguiu se desenvolver sobre as espécies de plantas ornamentais, mas não nas espécies de arecáceas nativas do Novo Mundo. Com relação às enzimas oxidativas, as atividades das POD, PPO e a peroxidação de lipídeos foram maiores em plantas infestadas dos cultivares Anão Amarelo da Malásia (AAM) e Gigante do Caribe (GC) quando comparadas com os respectivos controles. Além disso, maiores atividades de POD e PPO foram detectadas no cultivar AAM que no cultivar GC, tanto em plantas infestadas quando não infestadas. Em contraste, maior peroxidação de lipídeos foi verificada em plantas do cultivar GC infestadas. Estes resultados sugerem que provavelmente esses genótipos de coqueiro possuim mecanismos de resistência ao AVP, porem estudos complementares precisam ser realizados.Occurrence of the red palm mite, Raoiella indica Hirst (Acari: Tenuipalpidae), was related in the New World in 2004 and since then this mite species has colonized several arecaceaous and musaceous plant species, but also ornamental species in the Caribbean Islands, Florida (USA), Venezuela, Brazil and Colombia. Since firstly reported, this mite species has provoked considerable economic losses in coconut in countries where it has been found thus raising more interest to know pest impact on plant species on which mite has been found. In order to know biological aspects of R. indica samplings were made to determine geographical distribution, and also host plants and natural enemies which are found with it. Pest biology was assessed in ornamental plants and also on palms species native to Neotropical region in order to evaluated potential to cause damage on these plant species. Besides intra-plant distribution and population fluctuation was evaluated in coconut commercial plots and also variations in oxidative enzyme expression (POD and PPO) and extent of lipid peroxidation in coconut genotypes as response to R. indica feeding. Higher population levels of RPM were verified in coconut commercial plots but also in naturally growing plants in the coastal line in Venezuela. All developmental stages of the RPM were verified only on eight Arecaceae species, one Musaceae and one Strelitziaceae species thus suggesting that mite is able to develop and reproduce on these plant species. Phytoseiid mite Amblyseius largoensis (Muma) was the most frequent predator species associated to the RPM in all of the sampling areas. Higher mite densities were observed in middle and basal portions from leaf collected from middle and basal canopy. In 2010, RPM population levels were higher than in 2011, probably as function to lower rainfall levels in that year. The RPM completed development on ornamental plant species but did not on arecaeous native to New World. In regard to oxidative enzymes, POD and PPO activities and lipid peroxidation were higher in infested plants from Malaysian Yellow Dwarf (MYD) and Caribbean Tall (CT) as compared to respective controls. Besides higher POD or PPO activities were detected in MYD cultivar than in CT both in infested or no infested plants. In contrast, higher lipid peroxidation was verified in infested CT cultivar. Our results suggest that probably these coconut genotypes exhibit resistance mechanism to the RPM, however more detailed studies are required.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMoraes, Gilberto José deFreytez, Carlos Luis Vásquez2012-09-05info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-14092012-171151/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:32Zoai:teses.usp.br:tde-14092012-171151Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:32Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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