Cicatrização corneana após descemetorrexe e inibição da fibrose corneana com o uso da losartana tópica
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5149/tde-29082024-164540/ |
Resumo: | OBJETIVOS: Estudar o desenvolvimento da fibrose corneana após a excisão da membrana de Descemet e endotélio (Descemetorrexe) em coelhos e ainda a regeneração do endotélio corneano e da membrana de Descemet, geração e desaparecimento de miofibroblastos e localização de TGF-beta (TGF-b). E examinar o efeito tópico e/ou oral da losartana, inibidora da sinalização do TGFb na fibrose corneana estromal desenvolvida após a descemetorrexe. MÉTODOS: Sessenta e quatro coelhos New Zealand foram incluídos. Na primeira fase trinta e seis coelhos foram submetidos à descemetorrexis de 8 mm e avaliados por fotos padronizadas em lâmpada de fenda após 1, 2 e 4 dias, 1, 2, 4 e 8 semanas e 4 e 6 meses, bem como múltiplas imunohistoquímicas (IHQ) para marcadores celulares estromais, componentes da membrana basal, marcadores de endotélio corneano e TGF-b com quantificação com ImageJ. Na segunda fase vinte e oito coelhos foram randomizados em grupos submetidos à cirurgia de 8 mm de Descemetorrexe ou a grupos controles. Grupos de quatro olhos com ou sem Descemetorrexe foram tratados com placebo oral e tópico, losartana oral, losartana tópica, losartana oral e tópica ou sem tratamento por um mês. Fotos padronizadas em lâmpada de fenda foram retiradas e opacidade central medida com ImageJ bem como múltiplas IHQ para marcadores celular, TGF-b e colágeno IV. RESULTADOS: A transparência estromal começou com duas semanas e aumentou da periferia ao centro da córnea até seis meses. A espessura da zona de miofibroblastos estromais no estroma posterior atingiu seu pico um mês após a injúria e progressivamente decresceu até seis meses quando poucos miofibroblastos remanesceram. A regeneração da laminina alfa-5 e nidogênio-1 na estrutura de trilho de trem da membrana de Descemet foi acompanhada por regeneração do endotélio corneano e produção estromal celular de componentes da membrana basal em córneas de quatro a seis meses após a injúria. Após a descemetorrexe, losartana tópica, mas não oral, diminuiu a intensidade da opacidade estromal central, reduziu cicatrização corneana periférica e diminuiu a área de fibrose SMA positiva comparada com córneas submetidas à descemetorrexe e tratadas com placebo apenas. Losartana tópica diminuiu a celularidade estromal posterior e a produção do colágeno tipo IV comparado com grupos tratados com placebo apenas após um mês de Descemetorrexe. CONCLUSÃO: A membrana de Descemet e o endotélio corneano regeneraram em córneas de coelhos até seis meses após 8mm de descemetorrexis. A produção estromal celular de grandes quantidades de colágeno tipo IV possivelmente reduziu a penetração do TGF beta-1 no estroma e facilitou a resolução da fibrose gerada por miofibroblastos. Losartana tópica diminuiu a área de fibrose após descemetorrexe e pode ser efetiva para reduzir cicatrização fibrose corneana causadas por injurias traumáticas, infecções e algumas doenças corneanas e cirurgias |
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Cicatrização corneana após descemetorrexe e inibição da fibrose corneana com o uso da losartana tópicaCorneal healing after Descemetorhexis and prevention of corneal fibrosis with the use of topical losartanCeratócitos da córneaCorneal injuriesCorneal keratocytesCorneal opacityDescemet membraneLesões da córneaLosartanLosartanaMembrana de DescemetMiofibroblastosMyofibroblastsOpacidade da córneaTGF-betaTGF-betaOBJETIVOS: Estudar o desenvolvimento da fibrose corneana após a excisão da membrana de Descemet e endotélio (Descemetorrexe) em coelhos e ainda a regeneração do endotélio corneano e da membrana de Descemet, geração e desaparecimento de miofibroblastos e localização de TGF-beta (TGF-b). E examinar o efeito tópico e/ou oral da losartana, inibidora da sinalização do TGFb na fibrose corneana estromal desenvolvida após a descemetorrexe. MÉTODOS: Sessenta e quatro coelhos New Zealand foram incluídos. Na primeira fase trinta e seis coelhos foram submetidos à descemetorrexis de 8 mm e avaliados por fotos padronizadas em lâmpada de fenda após 1, 2 e 4 dias, 1, 2, 4 e 8 semanas e 4 e 6 meses, bem como múltiplas imunohistoquímicas (IHQ) para marcadores celulares estromais, componentes da membrana basal, marcadores de endotélio corneano e TGF-b com quantificação com ImageJ. Na segunda fase vinte e oito coelhos foram randomizados em grupos submetidos à cirurgia de 8 mm de Descemetorrexe ou a grupos controles. Grupos de quatro olhos com ou sem Descemetorrexe foram tratados com placebo oral e tópico, losartana oral, losartana tópica, losartana oral e tópica ou sem tratamento por um mês. Fotos padronizadas em lâmpada de fenda foram retiradas e opacidade central medida com ImageJ bem como múltiplas IHQ para marcadores celular, TGF-b e colágeno IV. RESULTADOS: A transparência estromal começou com duas semanas e aumentou da periferia ao centro da córnea até seis meses. A espessura da zona de miofibroblastos estromais no estroma posterior atingiu seu pico um mês após a injúria e progressivamente decresceu até seis meses quando poucos miofibroblastos remanesceram. A regeneração da laminina alfa-5 e nidogênio-1 na estrutura de trilho de trem da membrana de Descemet foi acompanhada por regeneração do endotélio corneano e produção estromal celular de componentes da membrana basal em córneas de quatro a seis meses após a injúria. Após a descemetorrexe, losartana tópica, mas não oral, diminuiu a intensidade da opacidade estromal central, reduziu cicatrização corneana periférica e diminuiu a área de fibrose SMA positiva comparada com córneas submetidas à descemetorrexe e tratadas com placebo apenas. Losartana tópica diminuiu a celularidade estromal posterior e a produção do colágeno tipo IV comparado com grupos tratados com placebo apenas após um mês de Descemetorrexe. CONCLUSÃO: A membrana de Descemet e o endotélio corneano regeneraram em córneas de coelhos até seis meses após 8mm de descemetorrexis. A produção estromal celular de grandes quantidades de colágeno tipo IV possivelmente reduziu a penetração do TGF beta-1 no estroma e facilitou a resolução da fibrose gerada por miofibroblastos. Losartana tópica diminuiu a área de fibrose após descemetorrexe e pode ser efetiva para reduzir cicatrização fibrose corneana causadas por injurias traumáticas, infecções e algumas doenças corneanas e cirurgiasPURPOSE: To study Descemets membrane and corneal endothelial regeneration, myofibroblast generation and disappearance, and TGF beta (TGFb) localization after Descemets membrane-endothelial excision (Descemetorhexis) in rabbits and to examine the effect of topical and/or oral angiotensin converting enzyme II inhibitor and TGF-b signaling blocker losartan on corneal stromal fibrosis developed after the Descemetorhexis. METHODS: Sixty-four New Zealand white rabbits were included. Phase I comprised of thirtysix rabbits that underwent 8 mm Descemetorhexis and standardized slit lamp photos at 1, 2 and 4 days, 1, 2, 4 and 8 weeks, and 4 and 6 months, as well as multiplex IHC for stromal cell markers, basement membrane components, corneal endothelial marker and TGF beta-1, with ImageJ quantitation. In phase II, twenty-eight rabbits were randomized into groups and had 8 mm central Descemetorhexis or no surgery. Groups of 4 eyes with or without Descemetorhexis were treated for one month with no medications, topical and oral vehicle, topical losartan, oral losartan, or both topical losartan and oral losartan for one month. Standardized slit lamp photos were obtained with central opacity intensity measured with ImageJ as well as multiplex IHC for stromal cell markers, TGF-b and collagen IV. RESULTS: Stromal transparency increased from the periphery beginning at two months after injury and progressed into the central cornea by six months. Stromal myofibroblast zone thickness in the posterior stroma peaked at one month after injury, and then progressively decreased until to six months when few myofibroblasts remained. The regeneration of a laminin alpha-5 and nidogen-1 Descemets membrane railroad track structure was accompanied by corneal endothelial closure and stromal cell production of BM components in corneas from four to six months after injury. After Descemetorhexis, topical, but not oral, losartan decreased the intensity of central stromal opacity, reduced peripheral corneal scarring, and decreased alphasmooth muscle actin myofibroblast fibrosis area compared to corneas that had Descemetorhexis and treatment with vehicles alone. Topical losartan decreased posterior stromal cellular, collagen type IV production compared to vehicle treatment at one month after Descemetorhexis. CONCLUSION: Renegeration of Descemets membrane and corneal endothelium in the rabbit cornea was observed by six months after eight mm Descemetorhexis. Stromal cells produced large amounts of collagen type IV that likely decreased TGF beta-1 penetration into the stroma and facilitated the resolution of myofibroblast-generated fibrosis. Topical losartan decreased fibrosis after descemetorhexis and is likely to be effective in reducing corneal scarring fibrosis produced by traumatic injury, infection, and some corneal diseases and surgeriesBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSanthiago, Marcony Rodrigues deSampaio, Lycia Maria Martins Pinho Pedral2024-05-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5149/tde-29082024-164540/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-09-09T18:15:02Zoai:teses.usp.br:tde-29082024-164540Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-09-09T18:15:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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OBJETIVOS: Estudar o desenvolvimento da fibrose corneana após a excisão da membrana de Descemet e endotélio (Descemetorrexe) em coelhos e ainda a regeneração do endotélio corneano e da membrana de Descemet, geração e desaparecimento de miofibroblastos e localização de TGF-beta (TGF-b). E examinar o efeito tópico e/ou oral da losartana, inibidora da sinalização do TGFb na fibrose corneana estromal desenvolvida após a descemetorrexe. MÉTODOS: Sessenta e quatro coelhos New Zealand foram incluídos. Na primeira fase trinta e seis coelhos foram submetidos à descemetorrexis de 8 mm e avaliados por fotos padronizadas em lâmpada de fenda após 1, 2 e 4 dias, 1, 2, 4 e 8 semanas e 4 e 6 meses, bem como múltiplas imunohistoquímicas (IHQ) para marcadores celulares estromais, componentes da membrana basal, marcadores de endotélio corneano e TGF-b com quantificação com ImageJ. Na segunda fase vinte e oito coelhos foram randomizados em grupos submetidos à cirurgia de 8 mm de Descemetorrexe ou a grupos controles. Grupos de quatro olhos com ou sem Descemetorrexe foram tratados com placebo oral e tópico, losartana oral, losartana tópica, losartana oral e tópica ou sem tratamento por um mês. Fotos padronizadas em lâmpada de fenda foram retiradas e opacidade central medida com ImageJ bem como múltiplas IHQ para marcadores celular, TGF-b e colágeno IV. RESULTADOS: A transparência estromal começou com duas semanas e aumentou da periferia ao centro da córnea até seis meses. A espessura da zona de miofibroblastos estromais no estroma posterior atingiu seu pico um mês após a injúria e progressivamente decresceu até seis meses quando poucos miofibroblastos remanesceram. A regeneração da laminina alfa-5 e nidogênio-1 na estrutura de trilho de trem da membrana de Descemet foi acompanhada por regeneração do endotélio corneano e produção estromal celular de componentes da membrana basal em córneas de quatro a seis meses após a injúria. Após a descemetorrexe, losartana tópica, mas não oral, diminuiu a intensidade da opacidade estromal central, reduziu cicatrização corneana periférica e diminuiu a área de fibrose SMA positiva comparada com córneas submetidas à descemetorrexe e tratadas com placebo apenas. Losartana tópica diminuiu a celularidade estromal posterior e a produção do colágeno tipo IV comparado com grupos tratados com placebo apenas após um mês de Descemetorrexe. CONCLUSÃO: A membrana de Descemet e o endotélio corneano regeneraram em córneas de coelhos até seis meses após 8mm de descemetorrexis. A produção estromal celular de grandes quantidades de colágeno tipo IV possivelmente reduziu a penetração do TGF beta-1 no estroma e facilitou a resolução da fibrose gerada por miofibroblastos. Losartana tópica diminuiu a área de fibrose após descemetorrexe e pode ser efetiva para reduzir cicatrização fibrose corneana causadas por injurias traumáticas, infecções e algumas doenças corneanas e cirurgias |
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