Frederico Carlos Hoehne e a Seção de Botânica: caminhos cruzados entre as ciências, os cientistas e as instituições (1917-1938)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-01102020-114851/ |
Resumo: | A Seção de Botânica foi um setor criado no Instituto Butantan a partir do desenvolvimento do Horto Oswaldo Cruz e de atividades dedicadas ao estudo da flora. De 1917 a 1938, esteve sob a coordenação do botânico Frederico Carlos Hoehne e vinculou-se também, em distintos momentos, ao Museu Paulista e ao Instituto Biológico de Defesa Agrícola e Animal. Ao analisar a implementação da Seção de Botânica durante a gestão de Hoehne, tendo em vista as finalidades das instituições às quais se atrelou e as práticas científicas instituídas, a pesquisa examina simultaneamente mobilidades e permanências: por um lado, a Seção de Botânica transitou entre instituições do Estado de São Paulo, ocasionando a mobilidade de suas coleções, de seu responsável e de parte dos funcionários; por outro, o fato de Hoehne ter permanecido na função por quase vinte anos possibilitou certa continuidade das práticas científicas, não obstante as particularidades e propósitos de cada local. O estudo se vincula às discussões que dizem respeito à história das ciências, que ampararam teórica e metodologicamente a investigação, e entende como central o reconhecimento de que o conhecimento científico é produzido em contextos precisos de tempo e lugar. As instituições científicas e as práticas científicas ajudaram a delimitar a análise, que enfocou a atuação de Hoehne em instituições paulistas. No tocante às práticas científicas, foram privilegiados o desenvolvimento e a organização de hortos botânicos, as excursões científicas, o herbário, as exposições de botânica, as consultas e permutas realizadas, as publicações e também a conservação da Estação Biológica do Alto da Serra. Tais atividades foram permeadas pelas preferências e convicções de Hoehne sobre a botânica, a sociedade e o papel do Estado, com destaque para a valorização da flora indígena, a defesa dos estabelecimentos científicos públicos, a educação da população e o engrandecimento da Nação. A aliança entre ciência e política ajudaram-no a trilhar uma trajetória em São Paulo, onde foi parte importante na consolidação de um projeto que culminou na criação de novos lugares e instituições em que a botânica teve papel primordial. A pesquisa indica que Hoehne e a Seção de Botânica tiveram suas trajetórias intimamente interligadas e foram fundamentais no processo de institucionalização da botânica em São Paulo. |
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Frederico Carlos Hoehne e a Seção de Botânica: caminhos cruzados entre as ciências, os cientistas e as instituições (1917-1938)Frederico Carlos Hoehne and Seção de Botânica: Crossed Paths for Sciences, Scientists and Institutions (1917-1938)Biological InstituteBotânicaBotanyButantan InstituteFrederico Carlos HoehneFrederico Carlos HoehneInstituto BiológicoInstituto ButantanMuseu PaulistaPaulista MuseumA Seção de Botânica foi um setor criado no Instituto Butantan a partir do desenvolvimento do Horto Oswaldo Cruz e de atividades dedicadas ao estudo da flora. De 1917 a 1938, esteve sob a coordenação do botânico Frederico Carlos Hoehne e vinculou-se também, em distintos momentos, ao Museu Paulista e ao Instituto Biológico de Defesa Agrícola e Animal. Ao analisar a implementação da Seção de Botânica durante a gestão de Hoehne, tendo em vista as finalidades das instituições às quais se atrelou e as práticas científicas instituídas, a pesquisa examina simultaneamente mobilidades e permanências: por um lado, a Seção de Botânica transitou entre instituições do Estado de São Paulo, ocasionando a mobilidade de suas coleções, de seu responsável e de parte dos funcionários; por outro, o fato de Hoehne ter permanecido na função por quase vinte anos possibilitou certa continuidade das práticas científicas, não obstante as particularidades e propósitos de cada local. O estudo se vincula às discussões que dizem respeito à história das ciências, que ampararam teórica e metodologicamente a investigação, e entende como central o reconhecimento de que o conhecimento científico é produzido em contextos precisos de tempo e lugar. As instituições científicas e as práticas científicas ajudaram a delimitar a análise, que enfocou a atuação de Hoehne em instituições paulistas. No tocante às práticas científicas, foram privilegiados o desenvolvimento e a organização de hortos botânicos, as excursões científicas, o herbário, as exposições de botânica, as consultas e permutas realizadas, as publicações e também a conservação da Estação Biológica do Alto da Serra. Tais atividades foram permeadas pelas preferências e convicções de Hoehne sobre a botânica, a sociedade e o papel do Estado, com destaque para a valorização da flora indígena, a defesa dos estabelecimentos científicos públicos, a educação da população e o engrandecimento da Nação. A aliança entre ciência e política ajudaram-no a trilhar uma trajetória em São Paulo, onde foi parte importante na consolidação de um projeto que culminou na criação de novos lugares e instituições em que a botânica teve papel primordial. A pesquisa indica que Hoehne e a Seção de Botânica tiveram suas trajetórias intimamente interligadas e foram fundamentais no processo de institucionalização da botânica em São Paulo.Seção de Botânica (Botanical Sector) was created in Butantan Institute in connection with the development of Horto Oswaldo Cruz and activities dedicated to the study of flora. From 1917 to 1938, Seção de Botânica was coordinated by the botanist Frederico Carlos Hoehne and was, in different moments, linked to Museu Paulista (Paulista Museum) and to the Instituto Biológico de Defesa Agrícola e Animal (Biological Institute of Agriculture and Animal Defense). Considering the analysis of Seção de Botânica under Hoehnes management, the goals of correlated institutions and the established scientific practices, the research found both mobility and permanence; on the one hand, Seção de Botânica transitioned among different São Paulo State institutions, leading to mobility not only in terms of collections but also managers and staff; on the other hand, the fact that Hoehne remained in the leading role for almost twenty years allowed for continuity in scientific practices, notwithstanding the peculiarities and purposes of each place. This study is linked to the discussion on history of sciences, which offers theoretical and methodological support to the investigation; and is based on the essential understanding that the scientific knowledge is produced under accurate contexts of time and place. Scientific institutions and scientific practices contributed to outline the analysis, which focused on Hoehnes work in São Paulo institutions. In terms of scientific practice, the development and organization of botanical gardens, field trips, herb gardens and botanical exhibitions were privileged, together with public consultations and exchanges and the conservation of Estação Biológica do Alto da Serra. Such activities were permeated by Hoehnes preferences and convictions about botany, society and the role of the state, highlighting the importance of the indigenous flora, the advocacy of public scientific institutions, the education of the population and the greatness of the nation. The alliance between science and politics helped to establish a track record in São Paulo, which was instrumental for the consolidation of the project that eventually created new sites and institutions where botany played a major role. The study indicates that Hoehne and Seção de Botânica had their stories closed interconnected and were essential in the institutionalization of botany in São Paulo.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPPataca, Ermelinda MoutinhoBocchi, Luna Abrano2020-05-12info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-01102020-114851/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2020-10-29T04:01:02Zoai:teses.usp.br:tde-01102020-114851Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212020-10-29T04:01:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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A Seção de Botânica foi um setor criado no Instituto Butantan a partir do desenvolvimento do Horto Oswaldo Cruz e de atividades dedicadas ao estudo da flora. De 1917 a 1938, esteve sob a coordenação do botânico Frederico Carlos Hoehne e vinculou-se também, em distintos momentos, ao Museu Paulista e ao Instituto Biológico de Defesa Agrícola e Animal. Ao analisar a implementação da Seção de Botânica durante a gestão de Hoehne, tendo em vista as finalidades das instituições às quais se atrelou e as práticas científicas instituídas, a pesquisa examina simultaneamente mobilidades e permanências: por um lado, a Seção de Botânica transitou entre instituições do Estado de São Paulo, ocasionando a mobilidade de suas coleções, de seu responsável e de parte dos funcionários; por outro, o fato de Hoehne ter permanecido na função por quase vinte anos possibilitou certa continuidade das práticas científicas, não obstante as particularidades e propósitos de cada local. O estudo se vincula às discussões que dizem respeito à história das ciências, que ampararam teórica e metodologicamente a investigação, e entende como central o reconhecimento de que o conhecimento científico é produzido em contextos precisos de tempo e lugar. As instituições científicas e as práticas científicas ajudaram a delimitar a análise, que enfocou a atuação de Hoehne em instituições paulistas. No tocante às práticas científicas, foram privilegiados o desenvolvimento e a organização de hortos botânicos, as excursões científicas, o herbário, as exposições de botânica, as consultas e permutas realizadas, as publicações e também a conservação da Estação Biológica do Alto da Serra. Tais atividades foram permeadas pelas preferências e convicções de Hoehne sobre a botânica, a sociedade e o papel do Estado, com destaque para a valorização da flora indígena, a defesa dos estabelecimentos científicos públicos, a educação da população e o engrandecimento da Nação. A aliança entre ciência e política ajudaram-no a trilhar uma trajetória em São Paulo, onde foi parte importante na consolidação de um projeto que culminou na criação de novos lugares e instituições em que a botânica teve papel primordial. A pesquisa indica que Hoehne e a Seção de Botânica tiveram suas trajetórias intimamente interligadas e foram fundamentais no processo de institucionalização da botânica em São Paulo. |
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