Estratégias e adaptações no andar de jovens e idosos durante a locomoção em uma superfície desnivelada
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17152/tde-01082024-160730/ |
Resumo: | Ao caminhar na presença de um obstáculo, as pessoas podem utilizar duas estratégias: evitar ou acomodar. Na primeira, elas podem desviar de áreas, pessoas e objetos que estejam no caminho da locomoção. Na segunda, elas realizam para se adequarem às características do terreno. Na escolha da estratégia, as pessoas levam em consideração a segurança/estabilidade e a eficiência da ação. No presente estudo, examinou-se, em adultos jovens e idosos, a escolha entre as tarefas de evitar e acomodar em uma superfície desnivelada (buraco no solo), as adaptações necessárias para lidar com essa superfície e as adaptações dependentes da dominância dos membros inferiores. Assim, no Estudo 1 investigou-se o ponto de transição entre as estratégias de evitar e acomodar quando lidando com um buraco no chão em adultos jovens e idosos. Cento e vinte participantes (60 jovens e 60 idosos) foram igualmente divididos em quatro grupos. Metade dos participantes concluiu a tarefa de estimativa verbal, em que eles respondiam se pisariam ou não dentro do buraco. A outra metade realizou a tarefa de caminhar e escolher entre pisar ou não no buraco. Nas duas tarefas, oito buracos com comprimento variando entre 18 e 60 cm foram usados. Os resultados revelaram que não houve diferença no ponto crítico entre os grupos e entre as tarefas. Os participantes preferiram evitar pisar no buraco quando ele era menor que 1,3 vezes o comprimento do pé. No Estudo 2 investigou-se as adaptações no andar ao pisar com os membros dominante e não dominante dentro de um buraco durante a locomoção de adultos jovens. Vinte adultos jovens caminharam por uma passarela que possuía um buraco no meio do caminho. Eles pisaram ora com o membro dominante, ora com o não dominante no buraco. Para a perna de suporte (que não pisa no buraco), os impulsos não foram afetados pela dominância do membro inferior. Porém, para a perna de abordagem (que pisa no buraco), o membro não dominante aumentou os impulsos de frenagem e propulsão. A velocidade da retirada do pé aumentou quando o membro não dominante foi usado como pernas de suporte e de abordagem. A velocidade da passada foi maior para a perna não dominante do que para a perna dominante para a perna de suporte. Estes resultados foram consistentes com o comportamento assimétrico entre os membros dominantes e não dominantes, apesar de não afetaram o sucesso da tarefa. No Estudo 3 investigou-se as adaptações no andar ao pisar com um os membros no buraco com dimensão do ponto crítico durante a locomoção de adultos jovens e idosos. Quinze jovens e quinze idosos caminharam nas seguintes condições: buraco com comprimento de 60 cm, buraco com o comprimento equivalente ao ponto crítico (comprimento do pé x 1,3) e sem buraco. Os idosos apresentaram uma maior frenagem na perna de abordagem para a condição de ponto crítico quando comparado aos jovens, além dessa frenagem ser maior do que na condição sem buraco. Para os idosos, a velocidade da passada foi menor nas duas condições de buraco, enquanto que para os jovens somente na condição de ponto crítico em comparação a condição sem buraco. Na direção AP, os jovens apresentaram uma menor margem de estabilidade dinâmica para a perna de abordagem e maior para perna de suporte após o buraco. Enquanto os idosos apresentaram maior margem de estabilidade dinâmica na perna de suporte antes do buraco e uma menor margem de estabilidade dinâmica na perna de abordagem no buraco. Em síntese, as estratégias que os idosos utilizaram foram mais cautelosas e permitiram uma maior estabilidade na marcha para realizar a ação de pisar com um dos membros dentro do buraco, garantindo a exatidão da tarefa e a progressão da marcha. |
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Estratégias e adaptações no andar de jovens e idosos durante a locomoção em uma superfície desniveladaStrategies and adaptations in locomotion of young and older adults while walking on an uneven surfaceAccommodationAcomodarAction possibilitiesAdaptaçãoAdaptationAndarAvoidanceEvitarPossibilidades de açãoWalkingAo caminhar na presença de um obstáculo, as pessoas podem utilizar duas estratégias: evitar ou acomodar. Na primeira, elas podem desviar de áreas, pessoas e objetos que estejam no caminho da locomoção. Na segunda, elas realizam para se adequarem às características do terreno. Na escolha da estratégia, as pessoas levam em consideração a segurança/estabilidade e a eficiência da ação. No presente estudo, examinou-se, em adultos jovens e idosos, a escolha entre as tarefas de evitar e acomodar em uma superfície desnivelada (buraco no solo), as adaptações necessárias para lidar com essa superfície e as adaptações dependentes da dominância dos membros inferiores. Assim, no Estudo 1 investigou-se o ponto de transição entre as estratégias de evitar e acomodar quando lidando com um buraco no chão em adultos jovens e idosos. Cento e vinte participantes (60 jovens e 60 idosos) foram igualmente divididos em quatro grupos. Metade dos participantes concluiu a tarefa de estimativa verbal, em que eles respondiam se pisariam ou não dentro do buraco. A outra metade realizou a tarefa de caminhar e escolher entre pisar ou não no buraco. Nas duas tarefas, oito buracos com comprimento variando entre 18 e 60 cm foram usados. Os resultados revelaram que não houve diferença no ponto crítico entre os grupos e entre as tarefas. Os participantes preferiram evitar pisar no buraco quando ele era menor que 1,3 vezes o comprimento do pé. No Estudo 2 investigou-se as adaptações no andar ao pisar com os membros dominante e não dominante dentro de um buraco durante a locomoção de adultos jovens. Vinte adultos jovens caminharam por uma passarela que possuía um buraco no meio do caminho. Eles pisaram ora com o membro dominante, ora com o não dominante no buraco. Para a perna de suporte (que não pisa no buraco), os impulsos não foram afetados pela dominância do membro inferior. Porém, para a perna de abordagem (que pisa no buraco), o membro não dominante aumentou os impulsos de frenagem e propulsão. A velocidade da retirada do pé aumentou quando o membro não dominante foi usado como pernas de suporte e de abordagem. A velocidade da passada foi maior para a perna não dominante do que para a perna dominante para a perna de suporte. Estes resultados foram consistentes com o comportamento assimétrico entre os membros dominantes e não dominantes, apesar de não afetaram o sucesso da tarefa. No Estudo 3 investigou-se as adaptações no andar ao pisar com um os membros no buraco com dimensão do ponto crítico durante a locomoção de adultos jovens e idosos. Quinze jovens e quinze idosos caminharam nas seguintes condições: buraco com comprimento de 60 cm, buraco com o comprimento equivalente ao ponto crítico (comprimento do pé x 1,3) e sem buraco. Os idosos apresentaram uma maior frenagem na perna de abordagem para a condição de ponto crítico quando comparado aos jovens, além dessa frenagem ser maior do que na condição sem buraco. Para os idosos, a velocidade da passada foi menor nas duas condições de buraco, enquanto que para os jovens somente na condição de ponto crítico em comparação a condição sem buraco. Na direção AP, os jovens apresentaram uma menor margem de estabilidade dinâmica para a perna de abordagem e maior para perna de suporte após o buraco. Enquanto os idosos apresentaram maior margem de estabilidade dinâmica na perna de suporte antes do buraco e uma menor margem de estabilidade dinâmica na perna de abordagem no buraco. Em síntese, as estratégias que os idosos utilizaram foram mais cautelosas e permitiram uma maior estabilidade na marcha para realizar a ação de pisar com um dos membros dentro do buraco, garantindo a exatidão da tarefa e a progressão da marcha.When walking in the presence of an obstacle, people can use two strategies: avoidance or accommodation. In the first, they may deviate from regions, people, and objects that are in the way of locomotion. In the second, they adapt to the terrain characteristics. In choosing the strategy, people take into account safety/stability and action efficiency. In the present study, we examined in young and older adults the choice between avoidance and accommodation on an uneven surface (hole in the ground), the adaptations needed to deal with this surface, and the adjustments dependent on lower limb dominance. Thus, Study 1 investigated the transition point between avoidance and accommodation strategies when dealing with a hole in the ground in young and older adults. One hundred and twenty participants (60 young and 60 elderly) were equally divided into four groups. Half of the participants completed the verbal estimation task, in which they answered whether or not they would step into a hole. The other half performed the task of walking and choosing whether or not to step into a hole. In both tasks, eight holes with length ranging from 18 to 60 cm were used. The results revealed that there was no difference in the critical point between the groups and between the tasks. Participants preferred to avoid stepping into the hole when it was less than 1.3 times the foot length. In Study 2, we investigated gait adaptations by stepping with dominant and non-dominant limbs into a hole during young adults\' locomotion. Twenty young adults walked in a walkway with a hole in the middle of it. They stepped with the dominant and non-dominant limbs into the hole. For the trailing limb (which does not step into the hole), the impulses were not affected by lower limb dominance. However, for the leading limb (which steps in the hole), the non-dominant limb increased the braking and propulsion impulses. Foot withdrawal velocity increased when the non-dominant limb was used as either trailing or leading limbs. Stride speed was higher for the non-dominant leg than for the dominant leg for the trailing limb. These results were consistent with the asymmetric behavior between dominant and non-dominant limbs, although they did not affect the success of the task. In Study 3, the adaptations in walking by stepping with one limb into the hole with critical point dimension in young and older adults were investigated. Fifteen young and fifteen older adults walked in the following conditions: a 60-cm long hole, a hole equivalent to the critical point (foot length x 1.3), and no-hole. The older adults presented higher braking impulse on the leading limb for the critical point condition when compared to the young adults, and this braking impulse was higher than in the no-hole condition. For the older adults, stride speed was lower in both hole conditions, while for young adults only at the critical point condition compared to the no-hole condition. In the AP direction, the young adults had a lower margin of dynamic stability for the leading limb and greater for the trailing limb after the hole. Older adults showed a higher margin of dynamic stability in the trailing limb before the hole and a lower margin of dynamic stability in the leading limb into the hole. In summary, the strategies used by older adults were more cautious and allowed greater gait stability to perform the action of stepping with one limb into the hole, ensuring the accuracy of the task and gait progression.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMoraes, Renato deSantos, Luciana Oliveira dos2019-12-18info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17152/tde-01082024-160730/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-08-01T19:13:02Zoai:teses.usp.br:tde-01082024-160730Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-08-01T19:13:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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