Adsorção de boro em podzólico e latossolos paulista

• Autor(a) principal: Alleoni, Luís Reynaldo Ferracciú
• Data de Publicação: 1996
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11140/tde-20191220-124000/
• topic: ADSORÇÃO; BORO; LATOSSOLOS; PODZÓLICO

Este trabalho teve por objetivo estudar a adsorção de boro em cinco solos representativos do Estado de São Paulo: latossolo roxo distrófico textura argilosa; latossolo vermelho-escuro álico textura média; latossolo vermelho-amarelo álico textura média; latossolo vermelho-escuro álico textura argilosa, e podzólico vermelho-amarelo eutrófico textura arenosa/média. Avaliou-se, através de correlações lineares simples e análises de regressão múltipla, o efeito dos atributos químicos do solo fornecidos pela análise de rotina para fins de fertilidade, dos teores totais, livres e mal cristalizados de óxidos de ferro e de alumínio, e dos atributos físicos dos solos (areia, silte, argila e superfície específica) nos teores de boro solúvel extraído com CaCl2 0,01mol/L a quente, e de boro adsorvido ao solo. Foi também quantificada a influência da correção da acidez do solo, via carbonato de cálcio, na adsorção do elemento. Estudou-se, finalmente, a adequação das isotermas de Langmuir e Freundlich no estudo da adsorção do boro. O boro solúvel em CaCl2 0,01mol/L a quente apresentou alta correlação com a superfície específica e com os teores de areia e de argila dos solos. As correlações com os atributos químicos foram mais baixas, sendo estatisticamente significativas somente com a CTC e o teor total de óxido de alumínio dos cinco solos e com o teor de carbono orgânico dos latossolos. Na análise conjunta, alumínio total, cálcio trocável e alumínio trocável foram as variáveis que se correlacionaram significativamente com boro solúvel, explicando 85% de sua variação. A adição de carbonato de cálcio promoveu aumento na quantidade de boro adsorvido por todos os solos, sendo mais pronunciado o efeito nos latossolos de textura média. Os mais altos coeficientes de correlação entre boro adsorvido e os atributos químicos foram com os teores totais e mal cristalizados de alumínio. Analogamente ao que ocorreu com o boro solúvel, as correlações com areia, argila e superfície específica foram altamente significativas. Na regressão múltipla, os teores de argila, de óxido de alumínio livre e de boro solúvel correlacionaram-se significativamente com o boro adsorvido pelos solos, com alto coeficiente de determinação (0,93). As isotermas de Langmuir e de Freundlich ajustaram-se bem à adsorção de boro aos solos, com somatórios de desvios um pouco menores para o modelo de Freundlich. Os maiores desvios entre os valores obtidos em laboratório e os estimados pelos modelos aparecem nos solos de textura argilosa. Nesses solos foram encontradas as maiores estimativas de adsorção máxima pelo modelo de Langmuir, cujos valores estavam altamente correlacionados com os teores de ferro e de alumínio totais, livres e amorfos, e com todos os atributos físicos, inclusive o teor de silte. Na análise conjunta, o teor de óxido de ferro livre foi o principal responsável pela variação nos valores de adsorção máxima, respondendo por 94% do modelo. No caso da capacidade tampão máxima (CTM), resultado do produto das constantes K e b de Langmuir, os óxidos de alumínio, nas formas totais, livres e mal cristalizadas, representaram 95% da variação de seus valores na análise de regressão múltipla.