Análise comparativa de três técnicas de prostatectomia radical: prostatectomia radical retropúbica, prostatectomia radical robô assistida e prostatectomia radical laparoscópica
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5153/tde-26082024-153510/ |
Resumo: | CONTEXTO. O papel das três técnicas de prostatectomia radical no tratamento cirúrgico de pacientes com câncer de próstata (CaP) permanece controverso, principalmente pela falta de estudos comparando as três técnicas em instituições de qualidade equivalente e com cirurgiões com experiência em cada uma das técnicas. MÉTODOS. Este estudo prospectivo envolveu 450 pacientes divididos em três grupos: 150 à Prostatectomia Radical Robô-Assistida (PRRA), 150 à Prostatectomia Radical Laparoscópica (VLP) e 150 submetidos à Prostatectomia Radical Retropúbica (PRR). Os pacientes nos grupos PRR e PRRA foram randomizados, enquanto os do grupo VLP foram coletados prospectivamente, mas não foram incluídos na randomização devido a um atraso na criação do braço laparoscópico. Foram comparados os resultados perioperatórios, oncológicos e funcionais entre VLP e as outras duas técnicas. Os procedimentos cirúrgicos foram realizados por urologistas no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP). A coleta de dados para pacientes submetidos à PRR e PRRA ocorreu entre 2014 e 2023. O braço laparoscópico iniciouse em 2019, seguindo os mesmos critérios de inclusão e exclusão e mantendo rigor na avaliação oncológica e funcional. RESULTADOS. De 2014 a 2023, 480 pacientes foram submetidos à cirurgia (PRRA = 171; VLP = 153; PRR = 156). Os pacientes submetidos à PRRA, VLP e PRR tiveram média de sangramento diferentes (325 vs 276 ml vs 825; p <0.001). As médias dos escores EPIC urinários foram melhores para a PRRA e VLP ao longo de 36 meses, com maior taxa de continência aos 3 meses (81,8 vs 86,7 vs 74,2 ; p <0.001), 6 meses (87,5 vs 91,3 vs 81,5; p <0.001), 12 meses (89,4 vs 94,4 vs 84,9; p <0.001) e 18 meses (89,6 vs 94,2 vs 84,0; p <0.001). As médias do SHIM foram maiores na PRRA até 6 meses, enquanto a taxa de potência foi superior aos 3 meses (15,2% vs 6,1 vs 3,6%, p = 0.001) e 6 meses (18,0% vs 12,3 vs 6,7%, p 0.013). Os resultados oncológicos ao longo de 36 meses não foram significativamente diferentes entre os grupos. CONCLUSÕES. A potência sexual é superior na PRRA em relação às outras técnicas nos primeiros seis meses pósoperatório. No entanto, após 12 meses, tanto a VLP quanto a PRRA igualam-se e superam a PRR nesse aspecto. Quanto à continência urinária, tanto a PRRA quanto a VLP são equivalentes e superiores à PRR. Não foram observadas diferenças significativas entre as três técnicas em relação a complicações pós-operatórias, recorrência bioquímica e positividade de margem cirúrgica. Tanto a PRRA quanto a VLP demonstraram uma redução significativa no sangramento intraoperatório. Em termos de qualidade de vida, tanto a PRR quanto a PRRA demonstraram ser melhores do que a VLP |
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Análise comparativa de três técnicas de prostatectomia radical: prostatectomia radical retropúbica, prostatectomia radical robô assistida e prostatectomia radical laparoscópicaComparative analysis of three techniques of radical prostatectomy: retropubic radical prostatectomy, robot-assisted radical prostatectomy, and laparoscopic radical prostatectomyComplicações intraoperatóriasComplicações pós-operatóriasDisfunção erétilErectile disfunctionIncontinência urináriaIntraoperative complicationsNeoplasias da próstataPostoperative complicationsProstatectomiaProstatectomyProstatic neoplasmsRecidivaRecurrenceUrinary incontinenceCONTEXTO. O papel das três técnicas de prostatectomia radical no tratamento cirúrgico de pacientes com câncer de próstata (CaP) permanece controverso, principalmente pela falta de estudos comparando as três técnicas em instituições de qualidade equivalente e com cirurgiões com experiência em cada uma das técnicas. MÉTODOS. Este estudo prospectivo envolveu 450 pacientes divididos em três grupos: 150 à Prostatectomia Radical Robô-Assistida (PRRA), 150 à Prostatectomia Radical Laparoscópica (VLP) e 150 submetidos à Prostatectomia Radical Retropúbica (PRR). Os pacientes nos grupos PRR e PRRA foram randomizados, enquanto os do grupo VLP foram coletados prospectivamente, mas não foram incluídos na randomização devido a um atraso na criação do braço laparoscópico. Foram comparados os resultados perioperatórios, oncológicos e funcionais entre VLP e as outras duas técnicas. Os procedimentos cirúrgicos foram realizados por urologistas no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP). A coleta de dados para pacientes submetidos à PRR e PRRA ocorreu entre 2014 e 2023. O braço laparoscópico iniciouse em 2019, seguindo os mesmos critérios de inclusão e exclusão e mantendo rigor na avaliação oncológica e funcional. RESULTADOS. De 2014 a 2023, 480 pacientes foram submetidos à cirurgia (PRRA = 171; VLP = 153; PRR = 156). Os pacientes submetidos à PRRA, VLP e PRR tiveram média de sangramento diferentes (325 vs 276 ml vs 825; p <0.001). As médias dos escores EPIC urinários foram melhores para a PRRA e VLP ao longo de 36 meses, com maior taxa de continência aos 3 meses (81,8 vs 86,7 vs 74,2 ; p <0.001), 6 meses (87,5 vs 91,3 vs 81,5; p <0.001), 12 meses (89,4 vs 94,4 vs 84,9; p <0.001) e 18 meses (89,6 vs 94,2 vs 84,0; p <0.001). As médias do SHIM foram maiores na PRRA até 6 meses, enquanto a taxa de potência foi superior aos 3 meses (15,2% vs 6,1 vs 3,6%, p = 0.001) e 6 meses (18,0% vs 12,3 vs 6,7%, p 0.013). Os resultados oncológicos ao longo de 36 meses não foram significativamente diferentes entre os grupos. CONCLUSÕES. A potência sexual é superior na PRRA em relação às outras técnicas nos primeiros seis meses pósoperatório. No entanto, após 12 meses, tanto a VLP quanto a PRRA igualam-se e superam a PRR nesse aspecto. Quanto à continência urinária, tanto a PRRA quanto a VLP são equivalentes e superiores à PRR. Não foram observadas diferenças significativas entre as três técnicas em relação a complicações pós-operatórias, recorrência bioquímica e positividade de margem cirúrgica. Tanto a PRRA quanto a VLP demonstraram uma redução significativa no sangramento intraoperatório. Em termos de qualidade de vida, tanto a PRR quanto a PRRA demonstraram ser melhores do que a VLPBackground: The role of the three techniques of radical prostatectomy in the surgical treatment of patients with prostate cancer (PCa) remains controversial, mainly due to the lack of studies comparing the three techniques in institutions of equivalent quality and with surgeons experienced in each of the techniques. Methods: This is a prospective study involving 450 patients divided into three groups: 150 undergoing Robot-Assisted Radical Prostatectomy (RARP), 150 undergoing Laparoscopic Radical Prostatectomy (LRP), and 150 undergoing Retropubic Radical Prostatectomy (RRP). Patients in the RRP and RARP groups were randomized, while those in the LRP group were prospectively collected but initially not included in randomization due to a delay in creating the laparoscopic arm. Perioperative, oncological, and functional outcomes were compared between LRP and the other two techniques. The surgical procedures were performed by urologists at the São Paulo State Cancer Institute (ICESP). Data collection for patients undergoing RRP and RARP occurred between 2014 and 2023. The laparoscopic arm started in 2019, following the same inclusion and exclusion criteria and maintaining rigor in oncological and functional evaluation. Findings: From 2014 to 2023, 480 patients underwent surgery (RARP = 171; LRP = 153; RRP = 156). Patients undergoing RARP, LRP, and RRP had different mean bleeding volumes (325 vs 276 ml vs 825; p <0.001). Median EPIC urinary scores were better for RARP and LRP at 36 months, with a higher continence rate at 3 months (81.8 vs 86.7 vs 74.2; p <0.001), 6 months (87.5 vs 91.3 vs 81.5; p <0.001), 12 months (89.4 vs 94.4 vs 84.9; p <0.001), and 18 months (89.6 vs 94.2 vs 84.0; p <0.001). SHIM means were higher with RARP up to 6 months, while the potency rate was higher at 3 months 15.2% vs 6.1 vs 3.6% (p = 0.001) and 6 months 18.0% vs 12.3 vs 6.7% (p 0.013). Oncological outcomes over 36 months were not significantly different between the groups. Conclusions: Sexual potency is superior in RARP compared to other techniques in the first six postoperative months. However, after 12 months, both LRP and RARP are equal and superior to RRP in this aspect. Regarding urinary continence, both RARP and LRP are equivalent and superior to RRP. No significant differences were observed between the three techniques regarding postoperative complications, biochemical recurrence, and surgical margin positivity. Both RARP and LRP demonstrated a significant reduction in intraoperative bleeding. In terms of quality of life, both RRP and RARP were shown to be better than LRPBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMitre, Anuar IbrahimBarbosa Neto, Cristovão Machado2024-05-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5153/tde-26082024-153510/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-09-06T16:34:02Zoai:teses.usp.br:tde-26082024-153510Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-09-06T16:34:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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CONTEXTO. O papel das três técnicas de prostatectomia radical no tratamento cirúrgico de pacientes com câncer de próstata (CaP) permanece controverso, principalmente pela falta de estudos comparando as três técnicas em instituições de qualidade equivalente e com cirurgiões com experiência em cada uma das técnicas. MÉTODOS. Este estudo prospectivo envolveu 450 pacientes divididos em três grupos: 150 à Prostatectomia Radical Robô-Assistida (PRRA), 150 à Prostatectomia Radical Laparoscópica (VLP) e 150 submetidos à Prostatectomia Radical Retropúbica (PRR). Os pacientes nos grupos PRR e PRRA foram randomizados, enquanto os do grupo VLP foram coletados prospectivamente, mas não foram incluídos na randomização devido a um atraso na criação do braço laparoscópico. Foram comparados os resultados perioperatórios, oncológicos e funcionais entre VLP e as outras duas técnicas. Os procedimentos cirúrgicos foram realizados por urologistas no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP). A coleta de dados para pacientes submetidos à PRR e PRRA ocorreu entre 2014 e 2023. O braço laparoscópico iniciouse em 2019, seguindo os mesmos critérios de inclusão e exclusão e mantendo rigor na avaliação oncológica e funcional. RESULTADOS. De 2014 a 2023, 480 pacientes foram submetidos à cirurgia (PRRA = 171; VLP = 153; PRR = 156). Os pacientes submetidos à PRRA, VLP e PRR tiveram média de sangramento diferentes (325 vs 276 ml vs 825; p <0.001). As médias dos escores EPIC urinários foram melhores para a PRRA e VLP ao longo de 36 meses, com maior taxa de continência aos 3 meses (81,8 vs 86,7 vs 74,2 ; p <0.001), 6 meses (87,5 vs 91,3 vs 81,5; p <0.001), 12 meses (89,4 vs 94,4 vs 84,9; p <0.001) e 18 meses (89,6 vs 94,2 vs 84,0; p <0.001). As médias do SHIM foram maiores na PRRA até 6 meses, enquanto a taxa de potência foi superior aos 3 meses (15,2% vs 6,1 vs 3,6%, p = 0.001) e 6 meses (18,0% vs 12,3 vs 6,7%, p 0.013). Os resultados oncológicos ao longo de 36 meses não foram significativamente diferentes entre os grupos. CONCLUSÕES. A potência sexual é superior na PRRA em relação às outras técnicas nos primeiros seis meses pósoperatório. No entanto, após 12 meses, tanto a VLP quanto a PRRA igualam-se e superam a PRR nesse aspecto. Quanto à continência urinária, tanto a PRRA quanto a VLP são equivalentes e superiores à PRR. Não foram observadas diferenças significativas entre as três técnicas em relação a complicações pós-operatórias, recorrência bioquímica e positividade de margem cirúrgica. Tanto a PRRA quanto a VLP demonstraram uma redução significativa no sangramento intraoperatório. Em termos de qualidade de vida, tanto a PRR quanto a PRRA demonstraram ser melhores do que a VLP |
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