Análise química da clorexidina misturada ou não ao hidróxido de cálcio

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Barbin, Eduardo Luiz
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/58/58133/tde-30062008-115416/
Resumo: O sucesso da terapia endodôntica depende da limpeza, anti-sepsia, escultura e obturação hermética dos canais radiculares, no entanto, o preparo biomecânico não gera redução microbiana suficiente na totalidade dos casos. Devido à inconfiabilidade inerente ao tratamento, parte dos casos ainda resulta em insucesso. As pastas de hidróxido de cálcio vêm sendo empregadas com a finalidade de ampliar a eficiência anti-séptica do tratamento dos canais radiculares além de estimular a recuperação dos tecidos afetados pela infecção endodôntica. O digluconato de clorexidina tem sido empregado na endodontia devido ao amplo espectro de ação principalmente contra \"Enterococcus faecalis\" e \"Candida albicans\" e vem sendo adicionado às pastas de hidróxido de cálcio uma vez que as virtudes de um complementam as deficiências do outro. No entanto, devido à estrutura molecular da clorexidina e aos níveis elevados de pH promovidos pelo hidróxido de cálcio, há indícios de risco sistêmico na sua utilização por causa da provável decomposição da clorexidina em radicais livres e para-cloroanilina que está classificada como possível agente carcinogênico em humanos pela IARC. O presente estudo teve como objetivo investigar quimicamente, por meio da Espectrometria de Massas (ESI-TOF-MS) e Cromatografia Líquida (HPLC), a solução de digluconato de clorexidina a 0,2% isolada ou misturada ao hidróxido de cálcio. As análises foram realizadas logo em seguida ao preparo das amostras e após os períodos de 7 e 14 dias de armazenamento à temperatura de 36,5 ºC. Constatou-se que a solução de digluconato de clorexidina isolada foi decomposta em diferentes subprodutos, inclusive em para-cloroanilina oferecendo riscos sistêmicos. Em contato com o hidróxido de cálcio, a decomposição da clorexidina é total com formação de diferentes compostos. Apesar de não ter sido demonstrada a presença de para-cloroanilina na pasta medicamentosa, o elevado número de espécies reativas possui alto potencial de dano sobre o material genético das células do paciente afetadas pela medicação intracanal. É imperativo estabelecer vínculos diagnóstico-terapêuticos precisos por meio do desenvolvimento de protocolos clínicos que restrinjam o uso dessas medicações intracanais a quadros clínicos com infecção endodôntica disseminada e periodontites apicais persistentes. É necessário desenvolver estratégias mais eficientes que utilizem processos biomecânicos de maior eficácia e medicações intracanais efetivas que não ofereçam riscos locais e sistêmicos para que se contemplem os objetivos do tratamento dos canais radiculares com previsibilidade e segurança.
id USP_03c68e2b78eb3c490ff9e32fe3760709
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-30062008-115416
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str 2721
spelling Análise química da clorexidina misturada ou não ao hidróxido de cálcioChemical analysis of chlorhexidine mixed or not with calcium hydroxideCalcium hydroxideChlorhexidineClorexidinaCromatografia líqüidaEspectrometria de massasHidróxido de cálcioIntracanal medicationLiquid chromatographyMass spectrometryMedicação intracanalO sucesso da terapia endodôntica depende da limpeza, anti-sepsia, escultura e obturação hermética dos canais radiculares, no entanto, o preparo biomecânico não gera redução microbiana suficiente na totalidade dos casos. Devido à inconfiabilidade inerente ao tratamento, parte dos casos ainda resulta em insucesso. As pastas de hidróxido de cálcio vêm sendo empregadas com a finalidade de ampliar a eficiência anti-séptica do tratamento dos canais radiculares além de estimular a recuperação dos tecidos afetados pela infecção endodôntica. O digluconato de clorexidina tem sido empregado na endodontia devido ao amplo espectro de ação principalmente contra \"Enterococcus faecalis\" e \"Candida albicans\" e vem sendo adicionado às pastas de hidróxido de cálcio uma vez que as virtudes de um complementam as deficiências do outro. No entanto, devido à estrutura molecular da clorexidina e aos níveis elevados de pH promovidos pelo hidróxido de cálcio, há indícios de risco sistêmico na sua utilização por causa da provável decomposição da clorexidina em radicais livres e para-cloroanilina que está classificada como possível agente carcinogênico em humanos pela IARC. O presente estudo teve como objetivo investigar quimicamente, por meio da Espectrometria de Massas (ESI-TOF-MS) e Cromatografia Líquida (HPLC), a solução de digluconato de clorexidina a 0,2% isolada ou misturada ao hidróxido de cálcio. As análises foram realizadas logo em seguida ao preparo das amostras e após os períodos de 7 e 14 dias de armazenamento à temperatura de 36,5 ºC. Constatou-se que a solução de digluconato de clorexidina isolada foi decomposta em diferentes subprodutos, inclusive em para-cloroanilina oferecendo riscos sistêmicos. Em contato com o hidróxido de cálcio, a decomposição da clorexidina é total com formação de diferentes compostos. Apesar de não ter sido demonstrada a presença de para-cloroanilina na pasta medicamentosa, o elevado número de espécies reativas possui alto potencial de dano sobre o material genético das células do paciente afetadas pela medicação intracanal. É imperativo estabelecer vínculos diagnóstico-terapêuticos precisos por meio do desenvolvimento de protocolos clínicos que restrinjam o uso dessas medicações intracanais a quadros clínicos com infecção endodôntica disseminada e periodontites apicais persistentes. É necessário desenvolver estratégias mais eficientes que utilizem processos biomecânicos de maior eficácia e medicações intracanais efetivas que não ofereçam riscos locais e sistêmicos para que se contemplem os objetivos do tratamento dos canais radiculares com previsibilidade e segurança.The success of endodontic therapy depends upon root canal cleanliness, antisepsis, sculpture, and hermetic obturation. However, biomechanical preparation does not always provide an adequate microbial reduction. Due to the inherent unreliability of the treatment, some cases still are unsuccessful. Calcium hydroxide pastes have been used with the aim to improve antisepsis effectiveness in root canal treatments, in addition to stimulating the recovery of tissues affected by endodontic infection. Chlorhexidine digluconate has been used in endodontics due to its broad action spectrum, mainly against \"Enterococcus faecalis\" and \"Candida albicans\", and has been added to calcium hydroxide pastes so that the advantages of one would compensate for the other\'s deficiencies. However, the structure of the chlorhexidine molecule in addition to the high pH values promoted by calcium hydroxide pose a systemic risk in its use due to the likely decomposition of chlorhexidine into free radicals and para-chloroaniline, which International Agency for Research on Cancer (IARC) has classified as a possible carcinogenic agents in humans. The purpose of the present study was to perform a chemical analysis of chlorhexidine digluconate at 0.2%, isolated or mixed to calcium hydroxide, using Mass Spectrometry and High- Efficiency Liquid Chromatography. The analyses were performed shortly after the samples were prepared, and after 7 and 14 days of storage at 36.5 ºC. It was found that the isolated chlorhexidine digluconate solution formed different byproducts, including para-chloroaniline, posing systemic risks. In contact with calcium hydroxide, chlorhexidine decomposes completely and forms different compounds. Though the study did not demonstrate the presence of para-chloroaniline in the medication paste, the high number of reactive species poses a high risk over the genetic material of the host cells affected by intracanal medication. It is mandatory to establish a precise diagnostic-therapeutic relation by developing clinical protocols that would restrict the use of these intracanal medications to clinical conditions with disseminated endodontic infection and persistent apical periodontitis. There is a need for more efficient strategies that use more effective biomechanical processes and intracanal medications that do not offer any local or systemic risk so root canal treatment goals can be considered with predictability and safety.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSaquy, Paulo CesarBarbin, Eduardo Luiz2008-02-15info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/58/58133/tde-30062008-115416/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:56Zoai:teses.usp.br:tde-30062008-115416Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:56Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Análise química da clorexidina misturada ou não ao hidróxido de cálcio
Chemical analysis of chlorhexidine mixed or not with calcium hydroxide
title Análise química da clorexidina misturada ou não ao hidróxido de cálcio
spellingShingle Análise química da clorexidina misturada ou não ao hidróxido de cálcio
Barbin, Eduardo Luiz
Calcium hydroxide
Chlorhexidine
Clorexidina
Cromatografia líqüida
Espectrometria de massas
Hidróxido de cálcio
Intracanal medication
Liquid chromatography
Mass spectrometry
Medicação intracanal
title_short Análise química da clorexidina misturada ou não ao hidróxido de cálcio
title_full Análise química da clorexidina misturada ou não ao hidróxido de cálcio
title_fullStr Análise química da clorexidina misturada ou não ao hidróxido de cálcio
title_full_unstemmed Análise química da clorexidina misturada ou não ao hidróxido de cálcio
title_sort Análise química da clorexidina misturada ou não ao hidróxido de cálcio
author Barbin, Eduardo Luiz
author_facet Barbin, Eduardo Luiz
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Saquy, Paulo Cesar
dc.contributor.author.fl_str_mv Barbin, Eduardo Luiz
dc.subject.por.fl_str_mv Calcium hydroxide
Chlorhexidine
Clorexidina
Cromatografia líqüida
Espectrometria de massas
Hidróxido de cálcio
Intracanal medication
Liquid chromatography
Mass spectrometry
Medicação intracanal
topic Calcium hydroxide
Chlorhexidine
Clorexidina
Cromatografia líqüida
Espectrometria de massas
Hidróxido de cálcio
Intracanal medication
Liquid chromatography
Mass spectrometry
Medicação intracanal
description O sucesso da terapia endodôntica depende da limpeza, anti-sepsia, escultura e obturação hermética dos canais radiculares, no entanto, o preparo biomecânico não gera redução microbiana suficiente na totalidade dos casos. Devido à inconfiabilidade inerente ao tratamento, parte dos casos ainda resulta em insucesso. As pastas de hidróxido de cálcio vêm sendo empregadas com a finalidade de ampliar a eficiência anti-séptica do tratamento dos canais radiculares além de estimular a recuperação dos tecidos afetados pela infecção endodôntica. O digluconato de clorexidina tem sido empregado na endodontia devido ao amplo espectro de ação principalmente contra \"Enterococcus faecalis\" e \"Candida albicans\" e vem sendo adicionado às pastas de hidróxido de cálcio uma vez que as virtudes de um complementam as deficiências do outro. No entanto, devido à estrutura molecular da clorexidina e aos níveis elevados de pH promovidos pelo hidróxido de cálcio, há indícios de risco sistêmico na sua utilização por causa da provável decomposição da clorexidina em radicais livres e para-cloroanilina que está classificada como possível agente carcinogênico em humanos pela IARC. O presente estudo teve como objetivo investigar quimicamente, por meio da Espectrometria de Massas (ESI-TOF-MS) e Cromatografia Líquida (HPLC), a solução de digluconato de clorexidina a 0,2% isolada ou misturada ao hidróxido de cálcio. As análises foram realizadas logo em seguida ao preparo das amostras e após os períodos de 7 e 14 dias de armazenamento à temperatura de 36,5 ºC. Constatou-se que a solução de digluconato de clorexidina isolada foi decomposta em diferentes subprodutos, inclusive em para-cloroanilina oferecendo riscos sistêmicos. Em contato com o hidróxido de cálcio, a decomposição da clorexidina é total com formação de diferentes compostos. Apesar de não ter sido demonstrada a presença de para-cloroanilina na pasta medicamentosa, o elevado número de espécies reativas possui alto potencial de dano sobre o material genético das células do paciente afetadas pela medicação intracanal. É imperativo estabelecer vínculos diagnóstico-terapêuticos precisos por meio do desenvolvimento de protocolos clínicos que restrinjam o uso dessas medicações intracanais a quadros clínicos com infecção endodôntica disseminada e periodontites apicais persistentes. É necessário desenvolver estratégias mais eficientes que utilizem processos biomecânicos de maior eficácia e medicações intracanais efetivas que não ofereçam riscos locais e sistêmicos para que se contemplem os objetivos do tratamento dos canais radiculares com previsibilidade e segurança.
publishDate 2008
dc.date.none.fl_str_mv 2008-02-15
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/58/58133/tde-30062008-115416/
url http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/58/58133/tde-30062008-115416/
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv
dc.rights.driver.fl_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.coverage.none.fl_str_mv
dc.publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
dc.source.none.fl_str_mv
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1809091200272039936