Encontros e desencontros entre o saber popular e o conhecimento acadêmico: a permanência e a inclusão epistêmica em uma Universidade Suleada

• Autor(a) principal: Romão, Tatiana Alves
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-03102022-155425/
• topic: Epistemic Inclusion; Inclusão Epistêmica; Inner Sociodrama; Permanence; Permanência; Popular University and Southed University; Sociodrama Interno; Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB); Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB); Universidade Popular e Universidade Suleada

Na perspectiva do Sociodrama, abrem-se as cortinas: o palco é a Educação Superior brasileira no século XXI. Objetiva-se refletir sobre a permanência de grupos/comunidades, antes à margem, na Universidade pública. Olha-se para a inclusão epistêmica, representada pelos Encontros entre o saber popular e o conhecimento acadêmico. O cenário é composto pelas políticas públicas que fomentam os setores público e privado. Surge uma diversidade de instituições voltadas à Educação Superior vestidas com suas missões e propostas políticopedagógicas. O número crescente de concluintes do ensino médio, os coletivos organizados, os territórios invisibilizados, o mercado requerendo profissionais à engrenagem e os defensores do papel estratégico que as Universidades possuem no caminho da nação requerem a democratização deste palco. Algumas vozes reverberam, outras emudecem. Estas instituições, munidas de rituais vestibular e Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) , permitem o acesso, mas não garantem a permanência no palco. E, para ficar, há que se despir de práticas, crenças e referências culturais para assumir a beca acadêmica, que foi costurada ao norte nos moldes do hegemônico. Nos caminhos entre o privilégio do saber para elites e a formação profissional da grande massa, há na plateia quem observa à margem e vê pontes em processo de construção, elas ligam a Universidade e o povo. Algumas dessas instituições se suleiam para abrigar o popular e não o pasteurizar em massa. Elege-se como território protagônico a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), inaugurada em 2014 e que se autonomeia com vocação inclusiva. O referencial teórico pautado pelos pensamentos de Moreno, Freire, Pichon-Rivière, Quijano e Mignolo permite, com as lentes da colonialidade, entender os dramas das comunidades que adentram a Universidade. O Sociodrama interno torna-se um instrumento investigativo a partir do qual constrói-se cenas via narrativas de experiências da pesquisadora nos entornos da UFSB. Reflete-se a respeito da permanência, inicialmente olha-se os estudantes, mas emerge o drama da própria instituição, porta-voz de muitos outros dramas, como aqueles das universidades públicas e gratuitas, que insistem em permanecer. Por fim, a permanência protagônica deixa de ser a dos saberes dos povos para ser a sua existência. Conclui-se que a fome, as doloridades, os afetos e os cuidados encontrados no território estudado apontam para a necessidade de cuidar para que permaneça a Universidade Suleada