Estudo da microbiota conjuntival de cães portadores de Diabetes mellitus

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Shimamura, Graziele Massae
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10137/tde-23012009-165244/
Resumo: A microbiota normal exerce função protetora na superfície ocular, competindo por nutrientes e secretando substâncias com propriedades bactericidas, o que dificulta a invasão de patógenos. Animais diabéticos apresentam diferentes alterações ceratoconjuntivais, tais como maior concentração de glicose no filme lacrimal, menor quantidade e qualidade da lágrima e diminuição da sensibilidade corneal, diferenças clinicamente relevantes que podem alterar essa microbiota. Traumas oculares também podem apresentar tal alteração por promoverem a quebra da barreira de proteção da superfície ocular. A correta identificação do agente etiológico, além de proporcionar um tratamento eficiente em alterações oculares, direciona a antibioticoterapia profilática tópica nos casos cirúrgicos e evita o uso abusivo de antibióticos, o que pode levar a destruição da microbiota normal da superfície ocular, facilitando assim o crescimento de bactérias e fungos patogênicos. Com o intuito de minimizar as complicações pós-operatórias das cirurgias intra-oculares, como as facectomias, freqüentemente realizadas nos cães diabéticos por serem predispostos a apresentarem catarata, este estudo visou avaliar a prevalência dos principais microrganismos da microbiota conjuntival de cães diabéticos. Foram avaliadas as microbiotas conjuntivais de 29 cães diabéticos, atendidos no Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, totalizando 58 olhos. Estes, não estavam utilizando qualquer medicação tópica e não apresentavam alterações oculares ou doença sistêmica infecciosa que pudesse interferir nos resultados. As amostras foram colhidas do saco conjuntival com auxilio de zaragatoas, cuidando para que não houvesse contaminação pelo contato com pálpebras e cílios. As amostras foram inoculadas em meio enriquecedor Brain Heart Infusion (BHI) e caldo Sabouraud-dextrose e semeados em ágar sangue, MacConkey e Sabouraud-dextrose com cloranfenicol. Os microrganismos foram identificados por suas características morfológicas na bacterioscopia, pela coloração de gram e pelas características macro e microscópicas das colônias, além de testes bioquímicos. Houve maior prevalência de Staphylococcus (32,79%), principalmente coagulase negativos, que são os mais freqüentemente isolados nas infecções oculares: S. klosii, S. simulans, S. capitis, S. pasteuri, S. saprophyticus, S. haemolyticus. Também foram isolados Bacillus sp. (11,48%), S. intermedius (6,56%), Streptococcus sp (1,64%) e alguns fungos, como Cladosporium sp e Candida parapsilosis. Não houve crescimento de microrganismos gram negativos, anaeróbios estritos ou facultativos. Sugere-se que os resultados encontrados se relacionam diretamente às alterações ceratoconjuntivais dos animais analisados, local do exame, clima e diferentes raças. Sabendo-se que cães diabéticos são prováveis candidatos à facectomia, intervenção que promove quebra da barreira de proteção da superfície ocular e que existem microrganismos potencialmente patogênicos na conjuntiva destes animais, sugere-se análise da microbiota ocular antes da intervenção cirúrgica, para uso profilático de agentes antimicrobianos.
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A correta identificação do agente etiológico, além de proporcionar um tratamento eficiente em alterações oculares, direciona a antibioticoterapia profilática tópica nos casos cirúrgicos e evita o uso abusivo de antibióticos, o que pode levar a destruição da microbiota normal da superfície ocular, facilitando assim o crescimento de bactérias e fungos patogênicos. Com o intuito de minimizar as complicações pós-operatórias das cirurgias intra-oculares, como as facectomias, freqüentemente realizadas nos cães diabéticos por serem predispostos a apresentarem catarata, este estudo visou avaliar a prevalência dos principais microrganismos da microbiota conjuntival de cães diabéticos. Foram avaliadas as microbiotas conjuntivais de 29 cães diabéticos, atendidos no Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, totalizando 58 olhos. Estes, não estavam utilizando qualquer medicação tópica e não apresentavam alterações oculares ou doença sistêmica infecciosa que pudesse interferir nos resultados. As amostras foram colhidas do saco conjuntival com auxilio de zaragatoas, cuidando para que não houvesse contaminação pelo contato com pálpebras e cílios. As amostras foram inoculadas em meio enriquecedor Brain Heart Infusion (BHI) e caldo Sabouraud-dextrose e semeados em ágar sangue, MacConkey e Sabouraud-dextrose com cloranfenicol. Os microrganismos foram identificados por suas características morfológicas na bacterioscopia, pela coloração de gram e pelas características macro e microscópicas das colônias, além de testes bioquímicos. Houve maior prevalência de Staphylococcus (32,79%), principalmente coagulase negativos, que são os mais freqüentemente isolados nas infecções oculares: S. klosii, S. simulans, S. capitis, S. pasteuri, S. saprophyticus, S. haemolyticus. Também foram isolados Bacillus sp. (11,48%), S. intermedius (6,56%), Streptococcus sp (1,64%) e alguns fungos, como Cladosporium sp e Candida parapsilosis. Não houve crescimento de microrganismos gram negativos, anaeróbios estritos ou facultativos. Sugere-se que os resultados encontrados se relacionam diretamente às alterações ceratoconjuntivais dos animais analisados, local do exame, clima e diferentes raças. Sabendo-se que cães diabéticos são prováveis candidatos à facectomia, intervenção que promove quebra da barreira de proteção da superfície ocular e que existem microrganismos potencialmente patogênicos na conjuntiva destes animais, sugere-se análise da microbiota ocular antes da intervenção cirúrgica, para uso profilático de agentes antimicrobianos.Normal ocular flora avoids infection depriving investor microorganisms of nutrients and by the secretion of bactericidal substances. Diabetic animals usually develop keratoconjunctival abnormalities, such as the higher concentration of glucose in the tear film; qualitative and quantitative tear deficiency and a decrease of the cornea sensitivity, what probably changes their conjunctival flora either. The same alteration may happen after ocular traumas, when the ocular barrier of protection is discontinued. The identification of agent etiology allows the efficient treatment of ocular infections, the prophylactic prescription of antibiotics before surgery and avoids destruction of normal ocular flora or multiplication of pathogens. Aiming to minimize complications on intraocular surgeries, such as facectomies, frequently realized in DM dogs for its predisposition to develop cataract, this study evaluated the prevalence of microorganisms in their conjunctival flora. The conjunctival flora of 29 diabetic dogs (58 eyes), attended at the Ophthalmology Service, of the Veterinary Hospital of the Veterinary College University of São Paulo were evaluated. These dogs werent using any kind of eyedrops, didnt present any ocular or systemic disease other than diabetes mellitus, what could change the results. Samples were taken with sterile swabs from the conjunctival sac and inoculated on Brain Heart Infusion (BHI) and Sabouraud-dextrose broth, then sown in blood agar, MacConkey and Sabouraud-dextrose-cloranfenicol. Contamination was avoided during procedure not touching the swab on eyelid or eyelashes. Microorganisms were identified by their morphological aspects at bacterioscopy, gram staining, macro and microscopy characteristics of the colonies and by biochemical tests. Staphylococcus presented the higher prevalence (32,79%), mostly the coagulase negative ones (S. klosii, S. simulans, S. capitis, S. pasteuri, S. saprophyticus, S. haemolyticus), which are frequently isolated from ocular infections. Either isolated, were Bacillus sp. (11,48%), S. intermedius (6,56%), Streptococcus sp (1,64%) and some fungus, such as Cladosporium sp and Candida parapsilosis. Gram negative bacteria, anaerobic stricts or facultative were not identified during the study. We suppose that these results are strictly correlated to keratoconjunctival alterations in DM dogs, procedure, weather and breed. We conclude that, as DM dogs presents potential pathogens on its conjunctiva and are probable candidates to cataract surgery, which discontinues the ocular barrier of protection, we suggest the identification of the agent etiology before surgery and the proper use of antibiotic before and after any intraocular intervention.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPBarros, Paulo Sergio de MoraesShimamura, Graziele Massae2008-12-16info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10137/tde-23012009-165244/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:57Zoai:teses.usp.br:tde-23012009-165244Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:57Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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