Sepse experimental aumenta a ação anti-contrátil do tecido adiposo perivascular em aortas de ratos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Awata, Wanessa Mayumi Carvalho
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17133/tde-05082019-125007/
Resumo: A sepse é uma disfunção orgânica causada por uma resposta do hospedeiro à infecção desregulada, com risco de morte. Quando o tratamento da sepse não é efetivo, o quadro pode progredir para hipotensão severa. O tecido adiposo perivascular (perivascular adipose tissue - PVAT) é reconhecido como um elemento regulador na biologia vascular, com implicações na fisiopatologia de doenças cardiovasculares. No entanto, em relação à sepse, pouco se sabe acerca dos efeitos desta sobre a ação modulatória que o PVAT exerce no tônus vascular. Dessa maneira a hipótese do presente trabalho foi a de que a sepse poderia aumentar o efeito anti-contrátil do PVAT. Portanto, o objetivo do trabalho foi avaliar o efeito da sepse experimental na ação modulatória que o PVAT exerce sobre tônus vascular e os possíveis mecanismos envolvidos nessa resposta. Para isso foram utilizados ratos Wistar Hannover com idade entre 60 e 70 dias (270 a 300g). Os ratos foram distribuídos aleatoriamente em 2 grupos: 1) Grupo Sham: foi realizada apenas uma laparotomia sem os procedimentos de ligadura e punção do ceco; 2) Grupo CLP (Cecal Ligation and Puncture) : a sepse letal foi induzida utilizando o modelo CLP no qual foi realizada uma laparotomia para exposição do ceco, onde foi feito uma ligadura e 20 punções intermediárias entre a ligadura e a ponta do ceco com agulha de calibre 18 gauge (G). Os animais foram anestesiados com quetamina/xilasina (80/10 mg/kg, i.p.) e mortos 6 h após a indução da sepse. A aorta torácica foi coletada para realização das análises bioquímicas e funcionais. A sepse letal reduziu a taxa de sobrevida, a pressão arterial média (PAM), não alterou os níveis de leucócitos e neutrófilos, mas aumentou a contagem de bactérias no sangue e no lavado peritoneal, aumentou os níveis plasmáticos de nitrato, uréia e CK-MB. A sepse diminuiu a contração induzida pela fenilefrina e serotonina nas aortas PVAT(-)/Endo(+) ou Endo (-) do grupo CLP, quando comparada ao Sham. Porém nas artérias PVAT(+)/Endo(+) ou Endo (-), o CLP induziu redução mais pronunciada da contração induzida tanto pela fenilefrina, quanto pela serotonina. O aumento do efeito anti-contrátil do PVAT na condição séptica não foi encontrado nas artérias após a incubação com L-NAME, 7-nitroindazol, 1400W, A779, carboxy-PTIO, ODQ, apamina, RO11384552 e indometacina. Tiron, catalase, 4-aminopiridina, glibenclamida e caribdotoxina não alteraram a contração induzida pela fenilefrina no grupo CLP. A sepse aumentou a concentração de H2O2 na aorta, mas não afetou a concentração no PVAT. Aumento dos níveis de ânion superóxido (O2-) e prostaglandina (PG)I2 foram detectados tanto na aorta, quanto no PVAT do grupo CLP. A sepse não alterou os níveis de PGE2 ou angiotensina (1-7) na aorta ou PVAT. Portanto, a sepse letal induzida por CLP aumenta a ação anti-contrátil do PVAT por um mecanismo que envolve a produção de NO pelas enzimas iNOS e nNOS, a participação de canais para KCa de baixa condutância e ativação da enzima guanilato ciclase solúvel. Além disso, sugere-se o envolvimento da PGI2 e angiotensina (1-7) na hiporresponsividade vascular mediada pelo PVAT durante a sepse
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Portanto, o objetivo do trabalho foi avaliar o efeito da sepse experimental na ação modulatória que o PVAT exerce sobre tônus vascular e os possíveis mecanismos envolvidos nessa resposta. Para isso foram utilizados ratos Wistar Hannover com idade entre 60 e 70 dias (270 a 300g). Os ratos foram distribuídos aleatoriamente em 2 grupos: 1) Grupo Sham: foi realizada apenas uma laparotomia sem os procedimentos de ligadura e punção do ceco; 2) Grupo CLP (Cecal Ligation and Puncture) : a sepse letal foi induzida utilizando o modelo CLP no qual foi realizada uma laparotomia para exposição do ceco, onde foi feito uma ligadura e 20 punções intermediárias entre a ligadura e a ponta do ceco com agulha de calibre 18 gauge (G). Os animais foram anestesiados com quetamina/xilasina (80/10 mg/kg, i.p.) e mortos 6 h após a indução da sepse. A aorta torácica foi coletada para realização das análises bioquímicas e funcionais. A sepse letal reduziu a taxa de sobrevida, a pressão arterial média (PAM), não alterou os níveis de leucócitos e neutrófilos, mas aumentou a contagem de bactérias no sangue e no lavado peritoneal, aumentou os níveis plasmáticos de nitrato, uréia e CK-MB. A sepse diminuiu a contração induzida pela fenilefrina e serotonina nas aortas PVAT(-)/Endo(+) ou Endo (-) do grupo CLP, quando comparada ao Sham. Porém nas artérias PVAT(+)/Endo(+) ou Endo (-), o CLP induziu redução mais pronunciada da contração induzida tanto pela fenilefrina, quanto pela serotonina. O aumento do efeito anti-contrátil do PVAT na condição séptica não foi encontrado nas artérias após a incubação com L-NAME, 7-nitroindazol, 1400W, A779, carboxy-PTIO, ODQ, apamina, RO11384552 e indometacina. Tiron, catalase, 4-aminopiridina, glibenclamida e caribdotoxina não alteraram a contração induzida pela fenilefrina no grupo CLP. A sepse aumentou a concentração de H2O2 na aorta, mas não afetou a concentração no PVAT. Aumento dos níveis de ânion superóxido (O2-) e prostaglandina (PG)I2 foram detectados tanto na aorta, quanto no PVAT do grupo CLP. A sepse não alterou os níveis de PGE2 ou angiotensina (1-7) na aorta ou PVAT. Portanto, a sepse letal induzida por CLP aumenta a ação anti-contrátil do PVAT por um mecanismo que envolve a produção de NO pelas enzimas iNOS e nNOS, a participação de canais para KCa de baixa condutância e ativação da enzima guanilato ciclase solúvel. Além disso, sugere-se o envolvimento da PGI2 e angiotensina (1-7) na hiporresponsividade vascular mediada pelo PVAT durante a sepseSepsis is an organic dysfunction caused by an unregulated host response to lifethreatening infection. When treatment of sepsis is ineffective, the condition may progress to severe hypotension that is drug-irresponsive. Perivascular adipose tissue (PVAT) is recognized as a regulatory element in vascular biology that is implicated in the pathophysiology of cardiovascular diseases. However, little is known about the effects of sepsis in the modulatory action of PVAT. Thus, the hypothesis of the present study was that sepsis could increase the anti-contractile effect of PVAT. Therefore, the objective of the study was to evaluate the effect of experimental (lethal) sepsis in the modulatory action that PVAT exerts on vascular tone and the possible mechanisms underlying this response. With this purpose, male Wistar Hannover rats (250-300g) were divided in 2 groups: 1) Sham: the cecum was exteriorized without ligation and puncture; 2) CLP: lethal sepsis was induced using the cecal ligation and puncture (CLP) model. The thoracic aorta was isolated 6 h after sepsis for functional and biochemical assays. Lethal sepsis reduced survival rate, mean arterial pressure (MAP), did not alter leukocytes and neutrophils migration, but increased bacterial count in the blood and peritoneal cavity, increased plasma levels of nitrate, urea and CK-MB. We found that in aortas PVAT(-)/Endo(+) or Endo(-), sepsis decreased the contraction induced by phenylephrine or serotonin, when compared to sham. In PVAT(+)/Endo(+) or Endo (-) arteries sepsis induced a more pronounced reduction of phenylephrine-induced contraction. Sepsis-induced increase of anti-contractile action of PVAT was not found after incubation of arteries with L-NAME, 7-nitroindazole, 1400W, A779, carboxyPTIO , ODQ, apamin, indomethacin and RO1138452. Tiron, catalase, charybdotoxin, 4- aminopyridine and glibenclamide did not alter phenylephrine-induced contraction in the CLP group. Sepsis increased H2O2 concentration in the aorta, but did not affect H2O2 concentration in PVAT. Increased levels of superoxide anion (O2-) and prostaglandin (PG) I2 were detected in both aorta and PVAT. Sepsis did not alter the levels of PGE2 or angiotensin (1-7) in the aorta or PVAT. Conclusion: Lethal sepsis increases the anticontractile action of PVAT by a mechanism that involves the production of nitric oxide (NO) by iNOS and nNOS, the participation of calcium-dependent K+ channel of low conductance and activation of the enzyme soluble guanylate cyclase. Angiotensin (1-7) and PGI2 also contribute to the increased anti-contractile effect displayed by PVAT during sepsis. Financial Support: CAPESBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPTirapelli, Carlos RenatoAwata, Wanessa Mayumi Carvalho2019-02-12info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17133/tde-05082019-125007/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2019-11-08T20:42:46Zoai:teses.usp.br:tde-05082019-125007Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212019-11-08T20:42:46Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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