Caracterização funcional de cepas de T. gondii.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2009 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42133/tde-07102009-163451/ |
Resumo: | Mais de 2 bilhões de pessoas em todo o mundo encontram-se infectadas com Toxoplasma gondii. Na região endêmica de Erechim, RS, cerca de 90% da população é soropositiva e cerca de 18% destes indivíduos apresentam lesões oculares com manifestações clínicas. A estrutura genética das populações do T. gondii tem sido bastante investigada, a despeito da infecção ter se espalhado pelo mundo, do grande número de hospedeiros intermediários e da capacidade do parasita de se reproduzir sexualmente. Linhagens de T. gondii com atípica ou nova combinação de alelos têm sido isoladas de animais não domésticos ou em outros continentes, como América do Sul e África, e de pacientes com apresentações clínicas incomuns. Em modelos murinos, as linhagens com o genótipo tipo I são altamente virulentas, em contraste às cepas tipo II e tipo III que são menos virulentas. Este trabalho propõe a caracterização fenotípica da resposta imune do hospedeiro frente a infecção por diferentes cepas de T. gondii, bem como o isolamento e a caracterização genotípica das linhagens de T. gondii que infectam indivíduos de Erechim no Rio Grande do Sul. Para a caracterização fenotípica utilizamos duas cepas de T. gondii já bem estabelecidas, a cepa RH (tipo I) e a ME49 (tipo II), e uma cepa isolada a partir de gatos domésticos do Brasil, chamada TgCatBr71. Sendo assim, através da fenotipagem das células dendríticas de camundongos C57Bl/6 infectados com as cepas citadas, foi possível observar que essas cepas induzem expressão das moléculas de superfície CD40, CD80, CD86 e MHC classe II em DCs CD11c+, porém sem significativa diferença entre as cepas. Com relação as células CD4+ e células CD8+, observamos o aumento das células CD8+ no decorrer da infecção pelas cepas RH e ME49, indicando a importância deste tipo celular na resposta protetora contra T. gondii. Avaliamos também a produção de citocinas IL-12, IFN-g e IL-10 em células esplênicas de camundongos infectados pelas três cepas no decorrer da infecção e detectamos que camundongos infectados pela cepa tipo II (ME49) apresentam síntese maior dessas citocinas do que camundongos infectados pela cepa tipo I (RH) e pela cepa TgCatBr71. Assim, concluímos que esta cepa TgCatBr71 se assemelha bastante a cepa do tipo I (RH), tanto em relação a evolução da doença no camundongos como nos padrões da resposta imune do hospedeiro. E que apesar dessas duas cepas diferirem da cepa tipo II (ME49), resultando em graus diferentes de patologia em camundongos C57Bl/6, todas a três cepas parecem produzir semelhante resposta imune protetora do hospedeiro. |
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Caracterização funcional de cepas de T. gondii.Functional characterization of Toxoplasma gondii strains.T. gondii strainsToxoplasma gondiiToxoplasma gondiiC57B1/6 micesCamundongos C57B1/6CD4+ cellsCélulas CD4+Células dentríticasCepas de T. gondiiCitocinasCitocynesDentritic cellsImmunologyImunologiaMais de 2 bilhões de pessoas em todo o mundo encontram-se infectadas com Toxoplasma gondii. Na região endêmica de Erechim, RS, cerca de 90% da população é soropositiva e cerca de 18% destes indivíduos apresentam lesões oculares com manifestações clínicas. A estrutura genética das populações do T. gondii tem sido bastante investigada, a despeito da infecção ter se espalhado pelo mundo, do grande número de hospedeiros intermediários e da capacidade do parasita de se reproduzir sexualmente. Linhagens de T. gondii com atípica ou nova combinação de alelos têm sido isoladas de animais não domésticos ou em outros continentes, como América do Sul e África, e de pacientes com apresentações clínicas incomuns. Em modelos murinos, as linhagens com o genótipo tipo I são altamente virulentas, em contraste às cepas tipo II e tipo III que são menos virulentas. Este trabalho propõe a caracterização fenotípica da resposta imune do hospedeiro frente a infecção por diferentes cepas de T. gondii, bem como o isolamento e a caracterização genotípica das linhagens de T. gondii que infectam indivíduos de Erechim no Rio Grande do Sul. Para a caracterização fenotípica utilizamos duas cepas de T. gondii já bem estabelecidas, a cepa RH (tipo I) e a ME49 (tipo II), e uma cepa isolada a partir de gatos domésticos do Brasil, chamada TgCatBr71. Sendo assim, através da fenotipagem das células dendríticas de camundongos C57Bl/6 infectados com as cepas citadas, foi possível observar que essas cepas induzem expressão das moléculas de superfície CD40, CD80, CD86 e MHC classe II em DCs CD11c+, porém sem significativa diferença entre as cepas. Com relação as células CD4+ e células CD8+, observamos o aumento das células CD8+ no decorrer da infecção pelas cepas RH e ME49, indicando a importância deste tipo celular na resposta protetora contra T. gondii. Avaliamos também a produção de citocinas IL-12, IFN-g e IL-10 em células esplênicas de camundongos infectados pelas três cepas no decorrer da infecção e detectamos que camundongos infectados pela cepa tipo II (ME49) apresentam síntese maior dessas citocinas do que camundongos infectados pela cepa tipo I (RH) e pela cepa TgCatBr71. Assim, concluímos que esta cepa TgCatBr71 se assemelha bastante a cepa do tipo I (RH), tanto em relação a evolução da doença no camundongos como nos padrões da resposta imune do hospedeiro. E que apesar dessas duas cepas diferirem da cepa tipo II (ME49), resultando em graus diferentes de patologia em camundongos C57Bl/6, todas a três cepas parecem produzir semelhante resposta imune protetora do hospedeiro.More than 2 billion people are infected with Toxoplasma gondii around the world. In the endemic region of Erechim, RS, Brazil, about 90% of the population is soropositive and about 18% of these individuals have ocular lesions with clinical manifestations. The genetic structure of strains of T. gondii has been investigated, despite the infection has spread throughout the world, the large number of intermediate hosts and the ability to reproduce sexually. Strains of T. gondii with atypical or new combination of alleles have been isolated from wild animals and other continents, such as South America and Africa, and also from patients with unusual clinical presentations. In murine models, the type I genetic lineage are highly virulent, in contrast to strains type II and type III.Our work proposes the phenotypic characterization of the host immune response against the infection by different strains of T. gondii, and the isolation and genetic strains characterization of T. gondii that infect individuals of Erechim in RS, Brazil. In the phenotypic characterization were used two strains of T. gondii already well established, the strain RH (type I) and ME49 (type II), and a strain isolated from domestic cats from Brazil, called TgCatBr71 (type BrI). Thus, by phenotyping dendritic cells of C57BL/ 6 mice infected with the strains mentioned, we observed that these strains upregulated the expression of surface molecules such as CD40, CD80, CD86 and MHC class II in DC CD11c+ although with no significant difference between the strains. With respect to the CD4+ and CD8+ cells, the observed increase in CD8+ T cells during the infection by strains RH and ME49, indicating the importance of this cell type in the protective response against T. gondii. We also evaluated the production of cytokines IL-12, IFN-g and IL-10 from spleen cells and found that mice infected by the strain type II (ME49) have increased synthesis of these cytokines than mice infected by the strain type I (RH) and the strain type BrI (TgCatBr71). Thus, we concluded that type BrI (TgCatBr71) strain is similar to type I (RH) strain, both for the evolution of the disease and also concerning the immunological parameters evaluated. Besides, despite these two strains differ from the strain type II (ME49), resulting in different degrees of pathology in mice C57BL / 6, all three strains seem to produce similar protective immune response of the host.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPRizzo, Luiz VicenteOliveira, Natalia Nepomuceno de2009-05-26info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42133/tde-07102009-163451/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:00Zoai:teses.usp.br:tde-07102009-163451Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Mais de 2 bilhões de pessoas em todo o mundo encontram-se infectadas com Toxoplasma gondii. Na região endêmica de Erechim, RS, cerca de 90% da população é soropositiva e cerca de 18% destes indivíduos apresentam lesões oculares com manifestações clínicas. A estrutura genética das populações do T. gondii tem sido bastante investigada, a despeito da infecção ter se espalhado pelo mundo, do grande número de hospedeiros intermediários e da capacidade do parasita de se reproduzir sexualmente. Linhagens de T. gondii com atípica ou nova combinação de alelos têm sido isoladas de animais não domésticos ou em outros continentes, como América do Sul e África, e de pacientes com apresentações clínicas incomuns. Em modelos murinos, as linhagens com o genótipo tipo I são altamente virulentas, em contraste às cepas tipo II e tipo III que são menos virulentas. Este trabalho propõe a caracterização fenotípica da resposta imune do hospedeiro frente a infecção por diferentes cepas de T. gondii, bem como o isolamento e a caracterização genotípica das linhagens de T. gondii que infectam indivíduos de Erechim no Rio Grande do Sul. Para a caracterização fenotípica utilizamos duas cepas de T. gondii já bem estabelecidas, a cepa RH (tipo I) e a ME49 (tipo II), e uma cepa isolada a partir de gatos domésticos do Brasil, chamada TgCatBr71. Sendo assim, através da fenotipagem das células dendríticas de camundongos C57Bl/6 infectados com as cepas citadas, foi possível observar que essas cepas induzem expressão das moléculas de superfície CD40, CD80, CD86 e MHC classe II em DCs CD11c+, porém sem significativa diferença entre as cepas. Com relação as células CD4+ e células CD8+, observamos o aumento das células CD8+ no decorrer da infecção pelas cepas RH e ME49, indicando a importância deste tipo celular na resposta protetora contra T. gondii. Avaliamos também a produção de citocinas IL-12, IFN-g e IL-10 em células esplênicas de camundongos infectados pelas três cepas no decorrer da infecção e detectamos que camundongos infectados pela cepa tipo II (ME49) apresentam síntese maior dessas citocinas do que camundongos infectados pela cepa tipo I (RH) e pela cepa TgCatBr71. Assim, concluímos que esta cepa TgCatBr71 se assemelha bastante a cepa do tipo I (RH), tanto em relação a evolução da doença no camundongos como nos padrões da resposta imune do hospedeiro. E que apesar dessas duas cepas diferirem da cepa tipo II (ME49), resultando em graus diferentes de patologia em camundongos C57Bl/6, todas a três cepas parecem produzir semelhante resposta imune protetora do hospedeiro. |
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