Estudo da perviedade e do perfil sérico de marcadores inflamatórios com uso de stents impregnados de carbono no território vascular periférico
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17137/tde-25072018-103058/ |
Resumo: | Introdução: Um dos fatores mais comuns de falha do procedimento das angioplastias vasculares periféricas é a estenose recorrente (reestenose). A inflamação vascular após angioplastia e implante de stent desempenha papel importante na proliferação de células do músculo liso vascular e posterior crescimento de neoíntima hipertrófica. Diversos estudos têm sugerido que a superfície dos stents, quando impregnada com determinadas moléculas, pode limitar a reestenose de forma eficaz. O carbono diamante, polímero de hidrocarboneto amorfo, pode ser usado para essa finalidade, reduzindo liberação de íons metálicos e a trombogenicidade. Diversos mediadores têm sido implicados na resposta inflamatória vascular, como o sistema calicreína-cinina (SCC), as citocinas, proteína C reativa (PCR) e o óxido nítrico (NO). Portanto, estudos clínicos específicos correlacionando o implante do stent aos níveis séricos destes possíveis marcadores podem contribuir no entendimento desse processo. Objetivo: Estudar a perviedade do dispositivo e a evolução clínica de doentes submetidos a angioplastia com stents impregandos de carbono no território vascular periférico, assim como o comportamento de mediadores séricos envolvidos nas fases mais precoces do processo inflamatório pós angioplastia. População e Método: Estudo prospectivo envolvendo 32 pacientes submetidos à angioplastia com stent no segmento ilíacofêmoro-poplíteo, selecionados no Ambulatório de Cirurgia Vascular e Endovascular do HCFMRP/USP. Foram tratadas lesões estenosantes ou oclusivas com angioplastia e colocação de stents de nitinol, com superfície impregnada de carbono (Carbostent®). Foram estudados os seguintes marcadores: SCC - com quantificação dos substratos (cininogênio de alto e baixo peso molecular - CAPM / CBPM) e das enzimas calicreína plasmática e tecidual, além da quantificação da cininase II; a determinação dos níveis de nitrito e nitratos para a avaliação de óxido nítrico; dosagem sérica de PCR e citocinas (IL-1 beta, IL-6, IL-8, IL-10, TNF-alfa e TGFbeta). Também foi realizado a dosagem dos leucócitos. Amostras séricas foram coletadas antes, 24 horas e 6 meses após o implante do stent. Os pacientes foram seguidos por um ano, para avaliação da perviedade nesse período. Resultados: Dos 27 pacientes que completaram seis meses de estudo, houve apenas uma reestenose (3,7%) e nenhuma oclusão (96,3% de perviedade). No período de um ano, quatro pacientes perderam seguimento e todos os 23 doentes avaliados, mantiveram a perviedade dos stents, com exceção do paciente no qual houve reestenose no tempo seis meses. Houve redução significativa das concentrações das citocinas inflamatórias (IL-1 beta, IL-6, IL-8 e TNF-?) no tempo 24 horas e seis meses quando comparado com o pré-procedimento (p<0,05); exceto a IL-8 no tempo 24 horas. As citocinas anti-inflamatórias (IL10 e TGF-beta) comportaram-se de maneira antagônica, com elevação do TGF-beta no tempo 24 horas e elevação, tanto do TGF-beta quanto da IL-10, no tempo 6 meses versus pré-tratamento e 6 meses versus 24 horas (P<0,05). A PCR apresentou queda no tempo seis meses em relação ao tempo 24h (p<0,05). Os níveis de NO não se alteraram entre os tempos; os de leucócitos elevaram-se no tempo 24 horas e reduziram-se no tempo seis meses em relação ao tempo 24 horas (p<0,05). Conclusão: No presente estudo a taxa de reestenose precoce foi de 3,7% nos primeiros 6 meses e 5% em 12 meses de seguimento. O comportamento dos marcadores inflamatórios evidenciou sua correlação direta com o processo de angioplastia e implante de carbostent, em especial o SCC, as citocinas, PCR e os leucócitos. Contudo, não foi possível relacionar a variação dos seus níveis séricos com o processo de reestenose. |
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Estudo da perviedade e do perfil sérico de marcadores inflamatórios com uso de stents impregnados de carbono no território vascular periféricoStudy of the patency and serum profile of inflammatory markers with the use of carbon impregnated stents in the peripheral vascular territoryAngioplastia periférica; Carbono; Hiperplasia intimal; Reestenose; StentCarbon; Intimal hyperplasia; Peripheral angioplasty; Restenosis; StentIntrodução: Um dos fatores mais comuns de falha do procedimento das angioplastias vasculares periféricas é a estenose recorrente (reestenose). A inflamação vascular após angioplastia e implante de stent desempenha papel importante na proliferação de células do músculo liso vascular e posterior crescimento de neoíntima hipertrófica. Diversos estudos têm sugerido que a superfície dos stents, quando impregnada com determinadas moléculas, pode limitar a reestenose de forma eficaz. O carbono diamante, polímero de hidrocarboneto amorfo, pode ser usado para essa finalidade, reduzindo liberação de íons metálicos e a trombogenicidade. Diversos mediadores têm sido implicados na resposta inflamatória vascular, como o sistema calicreína-cinina (SCC), as citocinas, proteína C reativa (PCR) e o óxido nítrico (NO). Portanto, estudos clínicos específicos correlacionando o implante do stent aos níveis séricos destes possíveis marcadores podem contribuir no entendimento desse processo. Objetivo: Estudar a perviedade do dispositivo e a evolução clínica de doentes submetidos a angioplastia com stents impregandos de carbono no território vascular periférico, assim como o comportamento de mediadores séricos envolvidos nas fases mais precoces do processo inflamatório pós angioplastia. População e Método: Estudo prospectivo envolvendo 32 pacientes submetidos à angioplastia com stent no segmento ilíacofêmoro-poplíteo, selecionados no Ambulatório de Cirurgia Vascular e Endovascular do HCFMRP/USP. Foram tratadas lesões estenosantes ou oclusivas com angioplastia e colocação de stents de nitinol, com superfície impregnada de carbono (Carbostent®). Foram estudados os seguintes marcadores: SCC - com quantificação dos substratos (cininogênio de alto e baixo peso molecular - CAPM / CBPM) e das enzimas calicreína plasmática e tecidual, além da quantificação da cininase II; a determinação dos níveis de nitrito e nitratos para a avaliação de óxido nítrico; dosagem sérica de PCR e citocinas (IL-1 beta, IL-6, IL-8, IL-10, TNF-alfa e TGFbeta). Também foi realizado a dosagem dos leucócitos. Amostras séricas foram coletadas antes, 24 horas e 6 meses após o implante do stent. Os pacientes foram seguidos por um ano, para avaliação da perviedade nesse período. Resultados: Dos 27 pacientes que completaram seis meses de estudo, houve apenas uma reestenose (3,7%) e nenhuma oclusão (96,3% de perviedade). No período de um ano, quatro pacientes perderam seguimento e todos os 23 doentes avaliados, mantiveram a perviedade dos stents, com exceção do paciente no qual houve reestenose no tempo seis meses. Houve redução significativa das concentrações das citocinas inflamatórias (IL-1 beta, IL-6, IL-8 e TNF-?) no tempo 24 horas e seis meses quando comparado com o pré-procedimento (p<0,05); exceto a IL-8 no tempo 24 horas. As citocinas anti-inflamatórias (IL10 e TGF-beta) comportaram-se de maneira antagônica, com elevação do TGF-beta no tempo 24 horas e elevação, tanto do TGF-beta quanto da IL-10, no tempo 6 meses versus pré-tratamento e 6 meses versus 24 horas (P<0,05). A PCR apresentou queda no tempo seis meses em relação ao tempo 24h (p<0,05). Os níveis de NO não se alteraram entre os tempos; os de leucócitos elevaram-se no tempo 24 horas e reduziram-se no tempo seis meses em relação ao tempo 24 horas (p<0,05). Conclusão: No presente estudo a taxa de reestenose precoce foi de 3,7% nos primeiros 6 meses e 5% em 12 meses de seguimento. O comportamento dos marcadores inflamatórios evidenciou sua correlação direta com o processo de angioplastia e implante de carbostent, em especial o SCC, as citocinas, PCR e os leucócitos. Contudo, não foi possível relacionar a variação dos seus níveis séricos com o processo de reestenose.Background: One of the most common factors of failure of the peripheral vascular angioplasty procedure is recurrent stenosis (restenosis). Vascular inflammation following angioplasty and stent implantation plays an important role in vascular smooth muscle cell proliferation and subsequent hypertrophic neointimal growth. Several studies have suggested that the surface of stents, when impregnated with certain molecules, can limit restenosis effectively. Diamond carbon, amorphous hydrocarbon polymer, can be used for this purpose, reducing release of metal ions and thrombogenicity. Several mediators have been implicated in the vascular inflammatory response, such as the kallikrein-kinin system (SCC), cytokines, C-reactive protein (CRP) and nitric oxide (NO). Therefore, specific clinical studies correlating stent implantation with serum levels of these possible markers may contribute to the understanding of this process. Objective: To study the patency of the device and the clinical evolution of patients undergoing angioplasty with carbon-impregnated stents in the peripheral vascular territory, as well as the behavior of serum mediators involved in the earlier stages of the inflammatory process after angioplasty. Population and Method: Prospective study involving 32 patients submitted to angioplasty with stent in the iliac-femoro-popliteal segment, selected at the HCFMRP / USP Outpatient Vascular and Endovascular Outpatient Clinic. Stenosis or occlusive lesions were treated with angioplasty and placement of nitinol stents with a carbon impregnated surface (Carbostent®). The following markers were studied: SCC - with quantification of substrates (high and low molecular weight cincinogens - HMWC / LMWC) and plasma and tissue kallikrein enzymes, besides quantification of kininase II; determination of nitrite and nitrate levels for the evaluation of nitric oxide; serum levels of CRP and cytokines (IL-1 beta, IL-6, IL-8, IL-10, TNF-a and TGF-b). Leucocytes were also dosed. Serum samples were collected before, 24 hours and 6 months after stent implantation. The patients were followed for one year to assess the patency in this period. Results: Of the 27 patients who completed six months of study, there was only one restenosis (3.7%) and no occlusion (96.3% of patency). In one year, four patients lost follow-up and all 23 patients evaluated, maintained stent patency, with the exception of the patient who had restenosis over time for six months. There was a significant reduction in the concentrations of inflammatory cytokines (IL-1 b, IL-6, IL-8 and TNF-a) in the time 24 hours and six months when compared with the pre-procedure (p <0.05); except for IL-8 in the 24 hour time. Anti-inflammatory cytokines (IL10 and TGF-b) behaved in an antagonistic manner, with TGF-b elevation in the 24 hour time and elevation of both TGF-b and IL-10, at 6 months versus pre- treatment and 6 months versus 24 hours (P <0.05). CRP showed a decrease in time six months in relation to time 24h (p <0.05). NO levels did not change between the times; the leukocytes increased in time 24 hours and reduced in time six months in relation to time 24 hours (p <0.05). Conclusion: In the present study, the rate of early restenosis was 3.7% in the first 6 months and 5% in 12 months of follow-up. The behavior of the inflammatory markers showed its direct correlation with the angioplasty and carbostent implantation process, especially SCC, cytokines, CRP and leukocytes. However, it was not possible to relate the variation of their serum levels to the restenosis process.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPJoviliano, Edwaldo EdnerCampos, César Presto2018-05-07info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17137/tde-25072018-103058/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-10-03T01:45:28Zoai:teses.usp.br:tde-25072018-103058Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-10-03T01:45:28Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Introdução: Um dos fatores mais comuns de falha do procedimento das angioplastias vasculares periféricas é a estenose recorrente (reestenose). A inflamação vascular após angioplastia e implante de stent desempenha papel importante na proliferação de células do músculo liso vascular e posterior crescimento de neoíntima hipertrófica. Diversos estudos têm sugerido que a superfície dos stents, quando impregnada com determinadas moléculas, pode limitar a reestenose de forma eficaz. O carbono diamante, polímero de hidrocarboneto amorfo, pode ser usado para essa finalidade, reduzindo liberação de íons metálicos e a trombogenicidade. Diversos mediadores têm sido implicados na resposta inflamatória vascular, como o sistema calicreína-cinina (SCC), as citocinas, proteína C reativa (PCR) e o óxido nítrico (NO). Portanto, estudos clínicos específicos correlacionando o implante do stent aos níveis séricos destes possíveis marcadores podem contribuir no entendimento desse processo. Objetivo: Estudar a perviedade do dispositivo e a evolução clínica de doentes submetidos a angioplastia com stents impregandos de carbono no território vascular periférico, assim como o comportamento de mediadores séricos envolvidos nas fases mais precoces do processo inflamatório pós angioplastia. População e Método: Estudo prospectivo envolvendo 32 pacientes submetidos à angioplastia com stent no segmento ilíacofêmoro-poplíteo, selecionados no Ambulatório de Cirurgia Vascular e Endovascular do HCFMRP/USP. Foram tratadas lesões estenosantes ou oclusivas com angioplastia e colocação de stents de nitinol, com superfície impregnada de carbono (Carbostent®). Foram estudados os seguintes marcadores: SCC - com quantificação dos substratos (cininogênio de alto e baixo peso molecular - CAPM / CBPM) e das enzimas calicreína plasmática e tecidual, além da quantificação da cininase II; a determinação dos níveis de nitrito e nitratos para a avaliação de óxido nítrico; dosagem sérica de PCR e citocinas (IL-1 beta, IL-6, IL-8, IL-10, TNF-alfa e TGFbeta). Também foi realizado a dosagem dos leucócitos. Amostras séricas foram coletadas antes, 24 horas e 6 meses após o implante do stent. Os pacientes foram seguidos por um ano, para avaliação da perviedade nesse período. Resultados: Dos 27 pacientes que completaram seis meses de estudo, houve apenas uma reestenose (3,7%) e nenhuma oclusão (96,3% de perviedade). No período de um ano, quatro pacientes perderam seguimento e todos os 23 doentes avaliados, mantiveram a perviedade dos stents, com exceção do paciente no qual houve reestenose no tempo seis meses. Houve redução significativa das concentrações das citocinas inflamatórias (IL-1 beta, IL-6, IL-8 e TNF-?) no tempo 24 horas e seis meses quando comparado com o pré-procedimento (p<0,05); exceto a IL-8 no tempo 24 horas. As citocinas anti-inflamatórias (IL10 e TGF-beta) comportaram-se de maneira antagônica, com elevação do TGF-beta no tempo 24 horas e elevação, tanto do TGF-beta quanto da IL-10, no tempo 6 meses versus pré-tratamento e 6 meses versus 24 horas (P<0,05). A PCR apresentou queda no tempo seis meses em relação ao tempo 24h (p<0,05). Os níveis de NO não se alteraram entre os tempos; os de leucócitos elevaram-se no tempo 24 horas e reduziram-se no tempo seis meses em relação ao tempo 24 horas (p<0,05). Conclusão: No presente estudo a taxa de reestenose precoce foi de 3,7% nos primeiros 6 meses e 5% em 12 meses de seguimento. O comportamento dos marcadores inflamatórios evidenciou sua correlação direta com o processo de angioplastia e implante de carbostent, em especial o SCC, as citocinas, PCR e os leucócitos. Contudo, não foi possível relacionar a variação dos seus níveis séricos com o processo de reestenose. |
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