Do squiggle da consulta terapêutica ao desenho coletivo na intervenção institucional

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pezo, Maria Antonieta
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-11122009-111235/
Resumo: O desenho coletivo é utilizado como objeto mediador da intervenção institucional, de maneira semelhante ao squiggle game da consulta terapêutica, o desenho produzido pelo grupo facilita a comunicação entre os membros, promove associações livres verbais e gráficas, apresenta fantasmas, desejos e medos, comuns e compartilhados; informa sobre aspectos individuais e da instituição na associação discursiva e na produção pictográfica. A hipótese norteadora é que o desenho coletivo quando usado em um contexto de intervenção institucional, seja de diagnostico ou de tratamento, é um objeto mediador do diálogo no grupo. Devido ao acesso à representação e projeção de conteúdos inconscientes, o desenho manifesta conteúdos recalcados, aparentemente desconhecidos. Apresenta-se um histórico do desenho como linguagem nos primórdios da humanidade e a utilização e reflexão desde a medicina, pedagogia e psicologia. Valorizado para conhecer a alma infantil, posteriormente à psicanálise considera-o substituto da associação livre. Freud não aprofunda sobre o desenho como recurso terapêutico, mas mostra como usar o método psicanalítico na presença da imagem. De maneira semelhante ao sonho analisa o que se reitera, se condensa e desloca na imagem pictográfica. O primeiro desenho produzido no contexto vincular é descrito na Analise de uma fobia de uma criança de 5 anos, quando, da mesma maneira como Winnicott faz na brincadeira do squigglel game, Hans o pequeno paciente- introduz um traço para completar a idéia que deseja transmitir a respeito do tamanho do pênis da girafa. Na psicanálise de crianças, Winnicott e Dolto mostram caminhos para usar o desenho no processo terapêutico. Em contextos vinculares, poucos autores empregam o desenho no grupo como um recurso mediador do diálogo e do trabalho psicanalítico. Apresentam-se as contribuições teóricas para a psicanálise de grupo e instituição de autores como J. Bleger, E. Pichon Rivière, D. Anzieu e René Kaës. Identifica-se que no desenho é figurada a queixa, o inédito; detectam-se o aparecimento de traços, formas que enunciam e denunciam aspectos a serem destacados, trabalhados e elaborados pelo grupo no primeiro encontro. Um dos grupos apresentados era uma instituição que vivia várias queixas entre elas a equipe dividida, no encontro enquanto desenham surge uma ponte que une o que estava separado por um grande tronco: a equipe técnica da instituição de um lado e de outro o grupo de crianças e seus cuidadores. Outro caso descreve a intervenção da equipe de manutenção de uma empresa, que desenha um campo de futebol e no meio uma caveira, simbolizando o perigo de morte; o diálogo com os membros remete ao medo a serem demitidos. Os desenhos coletivos permitem que o psicólogo conduza e aborde, com facilidade, aspectos silenciados a partir de apontamentos de aspectos díspares, estranhos, repetitivos.
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A hipótese norteadora é que o desenho coletivo quando usado em um contexto de intervenção institucional, seja de diagnostico ou de tratamento, é um objeto mediador do diálogo no grupo. Devido ao acesso à representação e projeção de conteúdos inconscientes, o desenho manifesta conteúdos recalcados, aparentemente desconhecidos. Apresenta-se um histórico do desenho como linguagem nos primórdios da humanidade e a utilização e reflexão desde a medicina, pedagogia e psicologia. Valorizado para conhecer a alma infantil, posteriormente à psicanálise considera-o substituto da associação livre. Freud não aprofunda sobre o desenho como recurso terapêutico, mas mostra como usar o método psicanalítico na presença da imagem. De maneira semelhante ao sonho analisa o que se reitera, se condensa e desloca na imagem pictográfica. O primeiro desenho produzido no contexto vincular é descrito na Analise de uma fobia de uma criança de 5 anos, quando, da mesma maneira como Winnicott faz na brincadeira do squigglel game, Hans o pequeno paciente- introduz um traço para completar a idéia que deseja transmitir a respeito do tamanho do pênis da girafa. Na psicanálise de crianças, Winnicott e Dolto mostram caminhos para usar o desenho no processo terapêutico. Em contextos vinculares, poucos autores empregam o desenho no grupo como um recurso mediador do diálogo e do trabalho psicanalítico. Apresentam-se as contribuições teóricas para a psicanálise de grupo e instituição de autores como J. Bleger, E. Pichon Rivière, D. Anzieu e René Kaës. Identifica-se que no desenho é figurada a queixa, o inédito; detectam-se o aparecimento de traços, formas que enunciam e denunciam aspectos a serem destacados, trabalhados e elaborados pelo grupo no primeiro encontro. Um dos grupos apresentados era uma instituição que vivia várias queixas entre elas a equipe dividida, no encontro enquanto desenham surge uma ponte que une o que estava separado por um grande tronco: a equipe técnica da instituição de um lado e de outro o grupo de crianças e seus cuidadores. Outro caso descreve a intervenção da equipe de manutenção de uma empresa, que desenha um campo de futebol e no meio uma caveira, simbolizando o perigo de morte; o diálogo com os membros remete ao medo a serem demitidos. Os desenhos coletivos permitem que o psicólogo conduza e aborde, com facilidade, aspectos silenciados a partir de apontamentos de aspectos díspares, estranhos, repetitivos.The collective drawing is used as the institutional interventions mediating object, in a similar way as the squiggle game of the therapeutic consultations; the drawing produced by the group facilitates communication among the members, improves free verbal and graphic associations, shows common and shared phantoms, desires and fears; informs about the individual and institutional aspects in the discourse association and in the pictographic production. The guiding hypothesis is that the collective drawing when used in a context of institutional intervention, whereas of diagnosis or treatment, it is a mediating object of the dialog in the group. Because of the access to the representation and projection of unconscious contents, the drawing expresses repressed contents, apparently unknown. We show a historical record of the drawing like the language in the beginnings of humanity, its used and thinking from Medicine, Pedagogy and Psychology. Initially Psychoanalysis valued it to know the childs psyche, after it considered a substitute of the free association. Freud doesnt deeper on the drawing as a therapeutic resource, but He shows how to use the psychoanalytic method with the image. As in a similar way like in a dream, Freud analyses what comes again, condenses and dislocates in the pictographic image. The first drawing produced in a bind context is describe in Analysis of a phobia of a child under 5 years, when, as in the same way like Winnicott does in the squiggle game, Hans the young patient- introduces a trace to complete the idea he wants to transmit in relation to the size of the giraffe\'s penis. In children psychoanalysis, Winnicott and Dolto show paths to use the drawing in the therapeutic process. In binding contexts, few authors utilize the drawing in the group like a mediating resource of the dialog and the psychoanalytic work. We show theoretical contributions for group and institutional psychoanalysis from authors like J. Bleger, E. Pichon Rivière, D. Anzieu and René Kaës. We identify that the complaint is figured in the drawing, the novel; we detect the emerging of traces, forms that enounce and denounce aspects to be underline, worked and elaborated by the group in the first encounter. One of the groups shown was an institution that experienced different complaints, among them the divided team, in the encounter while they draw it emerges a bridge that joins with a big trunk what was separated: the institutions technical team, by one side and a group of children and their care takers by the other. Another case describes an intervention in a companys maintenance team, that draws a football field with a skull in the middle of it, symbolizing the danger of death; the dialog with the members remits to the fear of being dismissed. The collective drawings permit that the psychologist lead and address in an easy way, silenced aspects by the pointing of despair, strange and repetitive aspects.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPFernandes, Maria Inês AssumpçãoPezo, Maria Antonieta2009-06-26info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-11122009-111235/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-11-16T16:54:47Zoai:teses.usp.br:tde-11122009-111235Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-11-16T16:54:47Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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