Psicologia Social da Práxis de Enrique Pichon-Rivière: migrações para a interseccionalidade e o esquizogrupo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-08092023-102507/ |
Resumo: | Este trabalho problematiza, a partir da obra de Enrique Pichon Rivière, os saberes, discursos e práticas construídas sobre os fundamentos da psicologia social em geral, os grupos em singular e o sujeito em suas particularidades. O objetivo é debater e criticar, metodológica e epistemologicamente, os princípios filosóficos e ideológicos que sustentam perspectivas teórico-práticas com ênfase nos aspectos reprodutivos da sociedade, instituições, grupos, vínculos e seres humanos. Para sustentar esta tarefa complexa foram relacionadas a aplicação do método do materialismo histórico e dialético e a afirmação da ontologia do ser social que orientam a base da produção conceitual de nosso autor de referência em seu processo de construção do Esquema Conceitual Referencial Operativo. Tal nível de análise delimitou a necessidade de compreender potências e limites da proposição da Epistemologia Convergente visando sua emergência através de um autor da América Latina. O esboço dos alcances e obstáculos decorrentes da correlação entre o ECRO pichioniano e a aparelhagem conceitual agenciada pela articulação de diversas regiões práxicas, definiram discussões sobre a necessidade, visando a construção de psicologias insurgentes, da reatualização das propostas de um dos introdutores da Psicanálise em nossas terras e a superação de limites decorrentes da ausência de problematizações críticas referidas as questões de raça e gênero. Essa nova delimitação estabelece, neste trabalho, diversos platôs interconectados que tensionam suas relações entre movimentos de reatualização da Psicologia Social da práxis com os de sua atualização que exige inovar suas bases epistêmicas surgidas de nossas intervenções como psicólogos sociais. Este desafio implicou polemizar com a própria obra do Enrique Pichon-Rivière, reafirmar variados conceitos de sua obra, aprofundar categorias assim como propor novas noções que permitam a atualização da Psicologia Social da Práxis. Ao interior dessa linha de trabalho debatemos, de modo transversal, a condição sócio-histórica das humanidades em situação, compreendendo o aparelho psíquico, a subjetividade, os processos de subjetivação como emergentes dessa característica central intensificando as elucidações sobre como são compreendidas as diferenças. As noções de vínculo, de ação, de experiencia da prática, de corpo, de temporalidades, de espaços, de contradições e movimentos, que aparecem elaboradas na obra de Enrique Pichon-Rivière, nos permitiram distinguir diversos modos de compreender a criação de diferenças. As diferenças relativas umas às outras são contempladas no dispositivo multidimensional do grupo operativo assim como existem elementos, na obra pichoniana, que possibilitam avançar na elucidação as singularidades, diferenças absolutas traçando o horizonte do agenciamento de uma Psicologia Social que não assimile o caráter multiplicitário das vidas ao Uno-racional-branco-binário/heteronormativo-proprietário. Esse propósito exigiu migrar para outras propostas filosóficas, não manifestamente pinçadas por Enrique Pichon-Rivière. Este movimento demarcou nossa aproximação à Filosofia da diferença e à esquizoanálise oferecendo a perspectiva de postular, inicial e introdutoriamente, o que denominamos esquizogrupo. |
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Psicologia Social da Práxis de Enrique Pichon-Rivière: migrações para a interseccionalidade e o esquizogrupoSocial Psychology of Praxis by Enrique Pichon-Rivière: migrations towards intersectionality and the schizogroupEsquizoanáliseEsquizogrupoEsquizogrupoGrupo operativoInterseccionalidadeIntersectionalityOperative groupPsicologia Social da práxisSchizoanalysisSocial psychology of praxisEste trabalho problematiza, a partir da obra de Enrique Pichon Rivière, os saberes, discursos e práticas construídas sobre os fundamentos da psicologia social em geral, os grupos em singular e o sujeito em suas particularidades. O objetivo é debater e criticar, metodológica e epistemologicamente, os princípios filosóficos e ideológicos que sustentam perspectivas teórico-práticas com ênfase nos aspectos reprodutivos da sociedade, instituições, grupos, vínculos e seres humanos. Para sustentar esta tarefa complexa foram relacionadas a aplicação do método do materialismo histórico e dialético e a afirmação da ontologia do ser social que orientam a base da produção conceitual de nosso autor de referência em seu processo de construção do Esquema Conceitual Referencial Operativo. Tal nível de análise delimitou a necessidade de compreender potências e limites da proposição da Epistemologia Convergente visando sua emergência através de um autor da América Latina. O esboço dos alcances e obstáculos decorrentes da correlação entre o ECRO pichioniano e a aparelhagem conceitual agenciada pela articulação de diversas regiões práxicas, definiram discussões sobre a necessidade, visando a construção de psicologias insurgentes, da reatualização das propostas de um dos introdutores da Psicanálise em nossas terras e a superação de limites decorrentes da ausência de problematizações críticas referidas as questões de raça e gênero. Essa nova delimitação estabelece, neste trabalho, diversos platôs interconectados que tensionam suas relações entre movimentos de reatualização da Psicologia Social da práxis com os de sua atualização que exige inovar suas bases epistêmicas surgidas de nossas intervenções como psicólogos sociais. Este desafio implicou polemizar com a própria obra do Enrique Pichon-Rivière, reafirmar variados conceitos de sua obra, aprofundar categorias assim como propor novas noções que permitam a atualização da Psicologia Social da Práxis. Ao interior dessa linha de trabalho debatemos, de modo transversal, a condição sócio-histórica das humanidades em situação, compreendendo o aparelho psíquico, a subjetividade, os processos de subjetivação como emergentes dessa característica central intensificando as elucidações sobre como são compreendidas as diferenças. As noções de vínculo, de ação, de experiencia da prática, de corpo, de temporalidades, de espaços, de contradições e movimentos, que aparecem elaboradas na obra de Enrique Pichon-Rivière, nos permitiram distinguir diversos modos de compreender a criação de diferenças. As diferenças relativas umas às outras são contempladas no dispositivo multidimensional do grupo operativo assim como existem elementos, na obra pichoniana, que possibilitam avançar na elucidação as singularidades, diferenças absolutas traçando o horizonte do agenciamento de uma Psicologia Social que não assimile o caráter multiplicitário das vidas ao Uno-racional-branco-binário/heteronormativo-proprietário. Esse propósito exigiu migrar para outras propostas filosóficas, não manifestamente pinçadas por Enrique Pichon-Rivière. Este movimento demarcou nossa aproximação à Filosofia da diferença e à esquizoanálise oferecendo a perspectiva de postular, inicial e introdutoriamente, o que denominamos esquizogrupo.Based on the work of Enrique Pichon Rivière, this paper discusses the knowledge, discourses and practices built on the foundations of social psychology in general, groups in singular and the subject in its particularities. The goal is to debate and criticize, methodologically and epistemologically, the philosophical and ideological principles that sustain theoretical and practical perspectives with emphasis on the reproductive aspects of society, institutions, groups, bonds, and human beings. To sustain this complex task, the application of the method of historical and dialectical materialism and the affirmation of the ontology of social being were related, which guide the basis of the conceptual production of our reference author in his process of building the Operative Conceptual Referential Scheme. This level of analysis delimited the need to understand the potentials and limits of the Convergent Epistemology proposition aiming at its emergence through a Latin American author. The outline of the reaches and obstacles resulting from the correlation between the Pichionian ECRO and the conceptual apparatus agencied by the articulation of several praxis regions, defined discussions about the need, aiming at the construction of insurgent psychologies, to re-update the proposals of one of the introducers of Psychoanalysis in our lands as well as to overcome limits resulting from the absence of critical problematizations related to race and gender issues. This new delimitation establishes, in this paper, several interconnected plateaus that tension their relations among movements of re-updating the Social Psychology of praxis seeking to discern its actuality and of updating that required innovating its epistemic bases arising from our interventions as social psychologists. This challenge implied polemicizing with Enrique Pichon-Rivière\'s own work, reaffirming several concepts of his work, deepening categories as well as proposing new notions that would allow the Social Psychology of Praxis to be updated. Within this line of work, we have debated, in a transversal way, the socio-historical condition of humanities in situation, understanding the psychic apparatus, the subjectivity, the processes of subjectivation as emerging from this central characteristic, intensifying the elucidations about how differences are understood. The notions of bond, action, experience of practice, body, temporalities, spaces, contradictions, and movements, which appear elaborated in the work of Enrique Pichon-Rivière, allowed us to distinguish several ways of understanding the creation of differences. The differences relative to each other are contemplated in the multidimensional device of the operative group, just as there are elements in the Pichonian work that make it possible to advance in the elucidation of singularities, absolute differences, tracing the horizon of the agency of a Social Psychology that does not assimilate the multiplicitarian character of lives to the rational-white-binary/heteronormative-proprietary One. This purpose required migrating to other philosophical proposals, not overtly pinned by Enrique Pichon-Rivière. This movement demarcated our approach to the Philosophy of Difference and schizoanalysis by offering the perspective of postulating, initially and introductively, what we call esquizogrupo.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPScarcelli, Ianni RegiaKazi, Gregorio Esteban2023-03-31info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-08092023-102507/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-09-15T20:18:02Zoai:teses.usp.br:tde-08092023-102507Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-09-15T20:18:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Este trabalho problematiza, a partir da obra de Enrique Pichon Rivière, os saberes, discursos e práticas construídas sobre os fundamentos da psicologia social em geral, os grupos em singular e o sujeito em suas particularidades. O objetivo é debater e criticar, metodológica e epistemologicamente, os princípios filosóficos e ideológicos que sustentam perspectivas teórico-práticas com ênfase nos aspectos reprodutivos da sociedade, instituições, grupos, vínculos e seres humanos. Para sustentar esta tarefa complexa foram relacionadas a aplicação do método do materialismo histórico e dialético e a afirmação da ontologia do ser social que orientam a base da produção conceitual de nosso autor de referência em seu processo de construção do Esquema Conceitual Referencial Operativo. Tal nível de análise delimitou a necessidade de compreender potências e limites da proposição da Epistemologia Convergente visando sua emergência através de um autor da América Latina. O esboço dos alcances e obstáculos decorrentes da correlação entre o ECRO pichioniano e a aparelhagem conceitual agenciada pela articulação de diversas regiões práxicas, definiram discussões sobre a necessidade, visando a construção de psicologias insurgentes, da reatualização das propostas de um dos introdutores da Psicanálise em nossas terras e a superação de limites decorrentes da ausência de problematizações críticas referidas as questões de raça e gênero. Essa nova delimitação estabelece, neste trabalho, diversos platôs interconectados que tensionam suas relações entre movimentos de reatualização da Psicologia Social da práxis com os de sua atualização que exige inovar suas bases epistêmicas surgidas de nossas intervenções como psicólogos sociais. Este desafio implicou polemizar com a própria obra do Enrique Pichon-Rivière, reafirmar variados conceitos de sua obra, aprofundar categorias assim como propor novas noções que permitam a atualização da Psicologia Social da Práxis. Ao interior dessa linha de trabalho debatemos, de modo transversal, a condição sócio-histórica das humanidades em situação, compreendendo o aparelho psíquico, a subjetividade, os processos de subjetivação como emergentes dessa característica central intensificando as elucidações sobre como são compreendidas as diferenças. As noções de vínculo, de ação, de experiencia da prática, de corpo, de temporalidades, de espaços, de contradições e movimentos, que aparecem elaboradas na obra de Enrique Pichon-Rivière, nos permitiram distinguir diversos modos de compreender a criação de diferenças. As diferenças relativas umas às outras são contempladas no dispositivo multidimensional do grupo operativo assim como existem elementos, na obra pichoniana, que possibilitam avançar na elucidação as singularidades, diferenças absolutas traçando o horizonte do agenciamento de uma Psicologia Social que não assimile o caráter multiplicitário das vidas ao Uno-racional-branco-binário/heteronormativo-proprietário. Esse propósito exigiu migrar para outras propostas filosóficas, não manifestamente pinçadas por Enrique Pichon-Rivière. Este movimento demarcou nossa aproximação à Filosofia da diferença e à esquizoanálise oferecendo a perspectiva de postular, inicial e introdutoriamente, o que denominamos esquizogrupo. |
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