A prática docente Guarani Mbya: liderança, engajamento e luta

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Janaina Aline dos Santos e Souza
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://doi.org/10.11606/D.48.2019.tde-14122018-092436
Resumo: A presente dissertação de mestrado é sobre como as professoras e professores indígenas guarani mbya entendem sua prática docente. Parte do pressuposto de que a educação escolar indígena começa a ser ressignificada a partir de 1990, quando o Estado reconhece e dá maior respaldo às demandas dos movimentos e organizações indígenas. Assim, reestrutura-se uma instituição tipicamente não-indígena, norteada até então por princípios de catequização, civilização, integração e preservação. Ao se reconstruir junto aos projetos de futuro de cada etnia, a escola indígena se constitui como inovação educacional. A pesquisa de campo verificou qual a visão que docentes indígenas têm de suas práticas, considerando a hipótese de que estas se centram no modo de transmissão dos saberes tradicionais de sua cultura ou na mera reprodução do modelo de ensino escolar predominante, originalmente não-indígena, ainda que se trate oficialmente de uma escola diferenciada. As observações centraram-se na Escola Estadual Indígena Guarani Gwyra Pepo, situada na aldeia Tenonde Porã, em Parelheiros, capital de São Paulo. Foram feitas entrevistas com as professoras e professores guarani. As informações recolhidas foram analisadas com bases teóricas das pesquisas antropológicas sobre a etnia Guarani e sociológicas sobre inovação educacional, bem como pelo recurso às produções da etnologia ameríndia sobre educação escolar indígena. Conclui-se que a prática docente das professoras e professores guarani é entendida como forma de luta, favorecida pelos espaços de discussão sobre educação escolar indígena e pela própria atuação como liderança. Para elas e eles, a prática docente é vista tanto como valorização do nhandereko quanto como subsídio para compreender e enfrentar a sociedade não-indígena dominante, sendo modelo de engajamento e luta para reconceituação da educação pública de modo geral.
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spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis A prática docente Guarani Mbya: liderança, engajamento e luta The Guarani Mbya teaching practice: leadership, engagement and fight 2018-03-09Elie George Guimaraes Ghanem JuniorAdriana Queiroz TestaAline de Alcântara ValentiniJanaina Aline dos Santos e SouzaUniversidade de São PauloEducaçãoUSPBR Educação escolar indígena Educational innovation Guarani Mbya Guarani Mbya Indigenous school education Inovação educacional Prática docente Teaching practice A presente dissertação de mestrado é sobre como as professoras e professores indígenas guarani mbya entendem sua prática docente. Parte do pressuposto de que a educação escolar indígena começa a ser ressignificada a partir de 1990, quando o Estado reconhece e dá maior respaldo às demandas dos movimentos e organizações indígenas. Assim, reestrutura-se uma instituição tipicamente não-indígena, norteada até então por princípios de catequização, civilização, integração e preservação. Ao se reconstruir junto aos projetos de futuro de cada etnia, a escola indígena se constitui como inovação educacional. A pesquisa de campo verificou qual a visão que docentes indígenas têm de suas práticas, considerando a hipótese de que estas se centram no modo de transmissão dos saberes tradicionais de sua cultura ou na mera reprodução do modelo de ensino escolar predominante, originalmente não-indígena, ainda que se trate oficialmente de uma escola diferenciada. As observações centraram-se na Escola Estadual Indígena Guarani Gwyra Pepo, situada na aldeia Tenonde Porã, em Parelheiros, capital de São Paulo. Foram feitas entrevistas com as professoras e professores guarani. As informações recolhidas foram analisadas com bases teóricas das pesquisas antropológicas sobre a etnia Guarani e sociológicas sobre inovação educacional, bem como pelo recurso às produções da etnologia ameríndia sobre educação escolar indígena. Conclui-se que a prática docente das professoras e professores guarani é entendida como forma de luta, favorecida pelos espaços de discussão sobre educação escolar indígena e pela própria atuação como liderança. Para elas e eles, a prática docente é vista tanto como valorização do nhandereko quanto como subsídio para compreender e enfrentar a sociedade não-indígena dominante, sendo modelo de engajamento e luta para reconceituação da educação pública de modo geral. This masters dissertation focuses on how Guarani Mbya indigenous teachers understand their teaching practice. It starts from the assumption that indigenous school education begins to be redefined after 1990, when the State recognizes and gives greater support to the demands of indigenous movements and organizations. Thus, a typically non-indigenous institution has been restructured, guided until then by principles of catechesis, civilization, integration and preservation. While the ethnics projects for the future are rebuilt with each ethnicity, the indigenous school constitutes an educational innovation. The field research verified how indigenous teachers view their practices, considering the hypothesis that their focus is on the way of transmitting the traditional knowledge of their culture or on the mere reproduction of the predominantly non-indigenous school teaching model, although it is officially a differentiated school. The observations focus on the Guarani Gwyra Pepo State Indigenous School, located in the village Tenonde Porã, in Parelheiros, capital of São Paulo. Interviews were conducted with Guarani teachers and the collected information was analyzed with theoretical bases of the anthropological research on the Guarani ethnic group and sociological research on educational innovation, as well as by the productions of Amerindian ethnology on indigenous school education. It is concluded that the teaching practice of Guaraní teachers is understood as a form of struggle, favoured by the spaces of discussion about indigenous school education and by the very act as leadership. For them, their teaching practice is seen both as valorization of the nhandereko and as a subsidy to understand and confront of the dominant non-indigenous society, being a model of engagement and struggle for the reconceptualization of public education in general. https://doi.org/10.11606/D.48.2019.tde-14122018-092436info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T18:59:11Zoai:teses.usp.br:tde-14122018-092436Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-12-22T12:40:46.370811Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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