Residência e burnout: um estudo longitudinal
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17165/tde-06122021-151208/ |
Resumo: | Este estudo busca mostrar a relação entre o processo de trabalho de residentes com foco na Atenção Primária à Saúde com o desenvolvimento da síndrome de burnout. Programas de treinamento em serviço, seja a residência médica ou multiprofissional podem favorecer ao desenvolvimento desta síndrome dada a pressão por conhecimento, necessidade de aprimoramento e resolutividade associado a programas com sobrecarga de trabalho. Essa síndrome pode ser definida como um conjunto de sinais e sintomas que caracterizam o sofrimento do trabalhador em seu ambiente de trabalho, podendo se manifestar através de perda de motivação e insatisfação profissional, sendo avaliada por três dimensões: Exaustão Emocional, Despersonalização e Realização Profissional. As consequências do Burnout são diversas e podem impactar individualmente e coletivamente, causando sintomas físicos, transtornos psiquiátricos e interferir nas relações interpessoais e na qualidade do serviço. Estudo longitudinal que entrevistou, em cinco momentos, todos os residentes matriculados no ano de 2018 em programas relacionados a Saúde da Família de um hospital público do interior paulista ao longo dos 2 anos de residência. Foram aplicados um questionário sociodemográfico, o Maslach Burnout Inventory, específico para análise da Síndrome de burnout e o Alcohol use disorders identification test (AUDIT) para avaliar o consumo de álcool. Os dados foram analisados de maneira descritiva e utilizando regressão ajustada pelo método de Poisson para analisar as associações, utilizando o intervalo de confiança de 95%. Foram entrevistados 33 residentes com idade entre 25 e 29 anos (48,5%), solteiros (90,9%), católicos (51,5%), advindos da região sudeste do Brasil (84,9%) e do sexo feminino (81,8%). Houve um aumento do número de residentes que realizavam psicoterapia e uso de ansiolíticos durante o período de residência. Os participantes apresentaram maiores índices de burnout no segundo semestre do segundo ano, tanto quando analisados os 3 índices (14,29%), como quando analisadas 2 ou 3 das subescalas (60,17%). Os residentes jovens apresentaram maiores índices de burnout para os dois critérios adotados, bem como os médicos. Além disso, houve associação do burnout com a sobrecarga de trabalho, a não realização de atividades de lazer e o tratamento psiquiátrico. Apesar de existir relações bem definidas na literatura, não foi observada relação entre o burnout e o consumo de álcool e drogas neste estudo. A identificação da Síndrome de burnout permite que os programas de residência possam elaborar medidas de prevenção organizacionais ou através das relações interpessoais ou mesmo através do perfil dos novos residentes. Tais medidas garantem melhor aproveitamento profissional, preparando, assim, de maneira digna e responsável, os egressos ao mercado de trabalho. |
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Residência e burnout: um estudo longitudinalResidence and burnout: a longitudinal studyEsgotamento profissionalEspecializaçãoFamily and community medicineInternato e residênciaInternship and residenceMedicina de família e comunidadeProfessional exhaustionSpecializationEste estudo busca mostrar a relação entre o processo de trabalho de residentes com foco na Atenção Primária à Saúde com o desenvolvimento da síndrome de burnout. Programas de treinamento em serviço, seja a residência médica ou multiprofissional podem favorecer ao desenvolvimento desta síndrome dada a pressão por conhecimento, necessidade de aprimoramento e resolutividade associado a programas com sobrecarga de trabalho. Essa síndrome pode ser definida como um conjunto de sinais e sintomas que caracterizam o sofrimento do trabalhador em seu ambiente de trabalho, podendo se manifestar através de perda de motivação e insatisfação profissional, sendo avaliada por três dimensões: Exaustão Emocional, Despersonalização e Realização Profissional. As consequências do Burnout são diversas e podem impactar individualmente e coletivamente, causando sintomas físicos, transtornos psiquiátricos e interferir nas relações interpessoais e na qualidade do serviço. Estudo longitudinal que entrevistou, em cinco momentos, todos os residentes matriculados no ano de 2018 em programas relacionados a Saúde da Família de um hospital público do interior paulista ao longo dos 2 anos de residência. Foram aplicados um questionário sociodemográfico, o Maslach Burnout Inventory, específico para análise da Síndrome de burnout e o Alcohol use disorders identification test (AUDIT) para avaliar o consumo de álcool. Os dados foram analisados de maneira descritiva e utilizando regressão ajustada pelo método de Poisson para analisar as associações, utilizando o intervalo de confiança de 95%. Foram entrevistados 33 residentes com idade entre 25 e 29 anos (48,5%), solteiros (90,9%), católicos (51,5%), advindos da região sudeste do Brasil (84,9%) e do sexo feminino (81,8%). Houve um aumento do número de residentes que realizavam psicoterapia e uso de ansiolíticos durante o período de residência. Os participantes apresentaram maiores índices de burnout no segundo semestre do segundo ano, tanto quando analisados os 3 índices (14,29%), como quando analisadas 2 ou 3 das subescalas (60,17%). Os residentes jovens apresentaram maiores índices de burnout para os dois critérios adotados, bem como os médicos. Além disso, houve associação do burnout com a sobrecarga de trabalho, a não realização de atividades de lazer e o tratamento psiquiátrico. Apesar de existir relações bem definidas na literatura, não foi observada relação entre o burnout e o consumo de álcool e drogas neste estudo. A identificação da Síndrome de burnout permite que os programas de residência possam elaborar medidas de prevenção organizacionais ou através das relações interpessoais ou mesmo através do perfil dos novos residentes. Tais medidas garantem melhor aproveitamento profissional, preparando, assim, de maneira digna e responsável, os egressos ao mercado de trabalho.This study seeks to link the relationship between the work process of residents with a focus on Primary Health Care and the development of burnout syndrome. In-service training programs, whether medical or multi-professional, can favor the development of this syndrome given the pressure for knowledge, the need for improvement and resolvability associated with programs with work overload. This syndrome can be defined as a set of signs and symptoms that characterize the suffering of the worker in his work environment, and can manifest itself through loss of motivation and professional dissatisfaction, being evaluated by three dimensions: Emotional Exhaustion, Depersonalization and Professional Accomplishment. The consequences of Burnout are diverse and can impact individually and collectively, causing physical symptoms, psychiatric disorders and interfering in interpersonal relationships and quality of service. Longitudinal study that interviewed, in five moments, all residents enrolled in the year 2018 in Family Health related programs of a public hospital in the interior of São Paulo over the 2 years of residence. A sociodemographic questionnaire was applied, the Maslach Burnout Inventory, specific for analysis of the Burnout Syndrome and the Alcohol use disorders identification test (AUDIT) to assess alcohol consumption. The data were analyzed in a descriptive manner and using regression adjusted by the Poisson method to analyze the associations, using the 95% confidence interval. 33 residents were interviewed, aged between 25 and 29 years (48.5%), single (90.9%), catholic (51.5%), coming from the southeastern region of Brazil (84.9%) and female (81.8%). There was an increase in the number of residents who underwent psychotherapy and use of anxiolytics during the period of residence. The participants had higher burnout rates in the second semester of the second year, both when analyzing the 3 indexes (14.29%), and when analyzing 2 or 3 of the subscales (60.17%). Young residents had higher burnout rates for the two criteria adopted, as well as doctors. In addition, there was an association between burnout and work overload, non-performance of leisure activities and psychiatric treatment. Although there are well-defined relationships in the literature, there was no relationship between burnout and alcohol and drug consumption in this study. The identification of the Burnout Syndrome allows the residency programs to elaborate organizational prevention measures either through interpersonal relationships or even through the profile of new residents. Such measures guarantee better professional use, thus preparing, in a dignified and responsible manner, those graduating to the labor market.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSantos, Luciane Loures dosLoyola Netto, Luciano de Paula2021-09-20info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17165/tde-06122021-151208/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-08-22T22:05:03Zoai:teses.usp.br:tde-06122021-151208Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-08-22T22:05:03Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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