Formação sócio-econômica de Alagoas: o período Holandês (1630-1654) - uma mudança de rumo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2002 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8137/tde-03012023-164120/ |
Resumo: | Ao definir nosso objeto de pesquisa tomamos como referenciais os conceitos fundamentais do materialismo histórico, que são os de modo de produção e de formação econômico-social. Adotando essa opção teórico-metodológica, objetivamos analisar a ocupação holandesa de 1630-1654 e os processos econômico-sociais por ela desencadeados, procurando contribuir para uma teoria da formação social alagoana demonstrando, se possível, a mudança de rumo no desenvolvimento de nossas forças produtivas naquele período. É ponto recorrente na nossa historiografia considerar a formação e o desenvolvimento de estruturas a partir de uma premissa que julgamos falsa: a vocação de Alagoas para o açúcar. Nossos pesquisadores, talvez sem exceção, não atentaram devidamente para o fato de que Alagoas, até a ocupação holandesa, era a fonte abastecedora da colônia de produtos variados (feijão, milho, mandioca, batatas, carne, couro, fumo, algodão...), possuindo poucos engenhos (15, a maioria, 9, na região de Porto Calvo). Já em fins do século XVII, o território contava com 72 engenhos. A explicação para esta inversão está na própria lógica do sistema de colonização português, voltado para o mercado externo do açúcar, mas também devido à interferência de um fator estranho ao processo histórico local de formação das estruturas sociais e econômicas. Talvez, por sua localização geográfica mais distante da sede da Capitania, Recife, Alagoas teria sido condenada ao isolamento, o que favoreceu a formação de estruturas sociais mais rígidas e, também, o desenvolvimento de atividades econômicas mais diversificadas, cujas tendências estavam delineadas antes da invasão. Podemos considerar a invasão holandesa um fato histórico de primeira ordem, pois (no caso de Alagoas, pelo menos) provocou uma mudança de rumo radical, cujas consequências repercutem até hoje, como procuraremos demonstrar em nossa tese |
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Formação sócio-econômica de Alagoas: o período Holandês (1630-1654) - uma mudança de rumoSocioeconomic formation of Alagoas: the Dutch period (1630-1654), a change of directionAlagoasAlagoasColonizaçãoColonizationDiversificação econômicaDutch periodEconomical diversificationForças produtivasPeríodo holandêsProductive forcesAo definir nosso objeto de pesquisa tomamos como referenciais os conceitos fundamentais do materialismo histórico, que são os de modo de produção e de formação econômico-social. Adotando essa opção teórico-metodológica, objetivamos analisar a ocupação holandesa de 1630-1654 e os processos econômico-sociais por ela desencadeados, procurando contribuir para uma teoria da formação social alagoana demonstrando, se possível, a mudança de rumo no desenvolvimento de nossas forças produtivas naquele período. É ponto recorrente na nossa historiografia considerar a formação e o desenvolvimento de estruturas a partir de uma premissa que julgamos falsa: a vocação de Alagoas para o açúcar. Nossos pesquisadores, talvez sem exceção, não atentaram devidamente para o fato de que Alagoas, até a ocupação holandesa, era a fonte abastecedora da colônia de produtos variados (feijão, milho, mandioca, batatas, carne, couro, fumo, algodão...), possuindo poucos engenhos (15, a maioria, 9, na região de Porto Calvo). Já em fins do século XVII, o território contava com 72 engenhos. A explicação para esta inversão está na própria lógica do sistema de colonização português, voltado para o mercado externo do açúcar, mas também devido à interferência de um fator estranho ao processo histórico local de formação das estruturas sociais e econômicas. Talvez, por sua localização geográfica mais distante da sede da Capitania, Recife, Alagoas teria sido condenada ao isolamento, o que favoreceu a formação de estruturas sociais mais rígidas e, também, o desenvolvimento de atividades econômicas mais diversificadas, cujas tendências estavam delineadas antes da invasão. Podemos considerar a invasão holandesa um fato histórico de primeira ordem, pois (no caso de Alagoas, pelo menos) provocou uma mudança de rumo radical, cujas consequências repercutem até hoje, como procuraremos demonstrar em nossa teseIn defining our research object we took as reference the fundamental concepts of historical materialism, which are the means of production and the socio-economic formation. By adopting this theoretical-methodological option, we aim to analyze the Dutch occupation of 1630-1654 and the socio-economic processes triggered by this occupation, trying to contribute to a theory of the social formation of Alagoas showing, if possible, the change of direction in the development of our productive forces in that period. It is a recurring point in our historiography to consider the formation and the development of structures based on a premise which we judge false: the vocation of Alagoas for the production of sugar. Our researchers, maybe without exception, did not take into consideration the fact that Alagoas, until the Dutch occupation, was the colony supplier of varied products (bean, corn, cassava, potatoes, meat, leather, tobacco, cotton...), possessing few mills (15, most of which, 9, were located in the area of Porto Calvo). In the end of the 17th century, there were 72 mills. The explanation for this inversion lies in the very logic of the Portuguese colonization system, interested in the external market of sugar, but also due to the interference of a strange factor to the local historical process of formation of the social and economic structures. Perhaps, because of its far geographical location from the quarters of the Captaincy, in Recife, Alagoas would have been condemned to isolation, which favoured the formation of rigid social structures and also the development of diversified economical activities, whose tendencies were delineated before the invasion. We can consider the Dutch invasion a historical fact of first order, because (in the case of Alagoas, at least) it provoked a radical change of directionBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPGarcia, Emanoel Soares VeigaAzevêdo, José Ferreira2002-07-30info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8137/tde-03012023-164120/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-01-03T18:51:37Zoai:teses.usp.br:tde-03012023-164120Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-01-03T18:51:37Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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