Plasma rico em plaquetas e plasma para o tratamento da osteoartrite de joelhos: um ensaio clínico randomizado duplo-cego placebo-controlado

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Queiroz, Murillo Dório
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-05072020-162442/
Resumo: INTRODUÇÃO: A osteoartrite (OA) de joelhos apresenta alta prevalência, com grande impacto social e econômico. Porém, seu tratamento ainda é relativamente limitado porque as terapias existentes até o momento apresentam duração curta e tamanho de efeito apenas pequeno a moderado. Na busca por novas opções, o Plasma Rico em Plaquetas (PRP) tem mostrado eficácia em alguns ensaios. No entanto, esses estudos apresentam falhas metodológicas importantes, não existe padronização no preparo do PRP e apenas 3 deles usaram placebo como comparador. Já o plasma (sem as plaquetas) não foi testado como tratamento até o momento. O objetivo deste estudo foi avaliar se a infiltração intra-articular de plasma rico em plaquetas (PRP) ou plasma é superior ao placebo para melhorar a dor ou a função em participantes com OA de joelhos em 24 semanas. MÉTODO: ensaio clínico randomizado, duplo-cego, placebo-controlado com 3 grupos: PRP (n = 20), plasma (n = 21) e soro fisiológico (n = 21). Foram realizadas 2 infiltrações guiadas por ultrassom com intervalo de 2 semanas. O desfecho primário foi a dor geral no joelho estudado pela escala visual analógica 0-10 cm (EVA) avaliada na semana 24, com avaliações intermediárias nas semanas 6 e 12. Os desfechos secundários foram: EVA de dor em repouso e em movimento, avaliação global do paciente e do médico, escala likert de melhora, WOMAC (Western Ontario McMaster Universities Osteoarthritis Index), KOOS (Knee Injury and Osteoarthritis Outcome Score), critério OMERAC-OARSI e o TUGT (Timed Up and Go Test). RESULTADOS: Os grupos eram semelhantes na inclusão: 57 (92%) participantes eram do sexo feminino, com média de idade de 65 anos, média de índice de massa corporal de 28,0 kg/m2 e média da EVA para dor geral de 6,2 cm. Os deltas de melhora da dor geral na semana 24 foram -2,9 (DP 2,5), -2,4 (DP 2,5) e -3,5 (DP 3,3) cm para o PRP, o plasma e o soro fisiológico, respectivamente (p intergrupo = 0,499). Nas semanas 6 e 12 também não houve diferença entre os grupos. Da mesma forma, não houve diferença entre os grupos quanto aos desfechos secundários, exceto na escala likert para melhora, em que houve uma diferença significativa no grupo PRP entre as semanas 6 e 12, sugerindo melhores respostas na semana 12 (p = 0,003). Eventos adversos ocorreram em 13 (65%) participantes do grupo PRP, 5 (24%) do grupo plasma e 7 (33%) do grupo soro fisiológico (p = 0,02), sendo o mais comum a dor leve a moderada, com duração média de 2 dias, porém não houve diferença entre os grupos quanto ao tipo, intensidade e duração dos sintomas. CONCLUSÕES: o PRP e o plasma não foram superiores ao placebo para melhora da dor e função em participantes com OA de joelhos no período de 24 semanas. O grupo PRP apresentou maior frequência de eventos adversos, mas o tipo, a intensidade e a duração não foram diferentes entre os grupos
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No entanto, esses estudos apresentam falhas metodológicas importantes, não existe padronização no preparo do PRP e apenas 3 deles usaram placebo como comparador. Já o plasma (sem as plaquetas) não foi testado como tratamento até o momento. O objetivo deste estudo foi avaliar se a infiltração intra-articular de plasma rico em plaquetas (PRP) ou plasma é superior ao placebo para melhorar a dor ou a função em participantes com OA de joelhos em 24 semanas. MÉTODO: ensaio clínico randomizado, duplo-cego, placebo-controlado com 3 grupos: PRP (n = 20), plasma (n = 21) e soro fisiológico (n = 21). Foram realizadas 2 infiltrações guiadas por ultrassom com intervalo de 2 semanas. O desfecho primário foi a dor geral no joelho estudado pela escala visual analógica 0-10 cm (EVA) avaliada na semana 24, com avaliações intermediárias nas semanas 6 e 12. Os desfechos secundários foram: EVA de dor em repouso e em movimento, avaliação global do paciente e do médico, escala likert de melhora, WOMAC (Western Ontario McMaster Universities Osteoarthritis Index), KOOS (Knee Injury and Osteoarthritis Outcome Score), critério OMERAC-OARSI e o TUGT (Timed Up and Go Test). RESULTADOS: Os grupos eram semelhantes na inclusão: 57 (92%) participantes eram do sexo feminino, com média de idade de 65 anos, média de índice de massa corporal de 28,0 kg/m2 e média da EVA para dor geral de 6,2 cm. Os deltas de melhora da dor geral na semana 24 foram -2,9 (DP 2,5), -2,4 (DP 2,5) e -3,5 (DP 3,3) cm para o PRP, o plasma e o soro fisiológico, respectivamente (p intergrupo = 0,499). Nas semanas 6 e 12 também não houve diferença entre os grupos. Da mesma forma, não houve diferença entre os grupos quanto aos desfechos secundários, exceto na escala likert para melhora, em que houve uma diferença significativa no grupo PRP entre as semanas 6 e 12, sugerindo melhores respostas na semana 12 (p = 0,003). Eventos adversos ocorreram em 13 (65%) participantes do grupo PRP, 5 (24%) do grupo plasma e 7 (33%) do grupo soro fisiológico (p = 0,02), sendo o mais comum a dor leve a moderada, com duração média de 2 dias, porém não houve diferença entre os grupos quanto ao tipo, intensidade e duração dos sintomas. CONCLUSÕES: o PRP e o plasma não foram superiores ao placebo para melhora da dor e função em participantes com OA de joelhos no período de 24 semanas. O grupo PRP apresentou maior frequência de eventos adversos, mas o tipo, a intensidade e a duração não foram diferentes entre os gruposINTRODUCTION: Knee osteoarthritis (OA) has a high prevalence, with great social and economic impact. Nevertheless, its treatment is still relatively limited because existing therapies are of short duration and have small to moderate effect sizes at best. In the search for new options, Platelet Rich Plasma (PRP) has shown efficacy in some trials. However, these studies have major methodological flaws, there is no standardization in PRP preparation and only 3 of them used placebo as comparator. On the other hand, the plasma (without platelets) has not been tested as a treatment so far. The aim of this study was to evaluate whether intra-articular platelet-rich plasma (PRP) or plasma are superior to placebo to improve pain or function in participants with knee OA over 24 weeks. METHOD: Randomized, double-blind, placebo-controlled clinical trial with 3 groups: PRP (n = 20), plasma (n = 21) and saline (n = 21). Two ultrasound-guided knee injections were performed with a 2-week interval. The primary outcome was visual analog scale 0-10 cm (VAS) for overall pain at week 24, with intermediate assessments at weeks 6 and 12. Secondary outcomes were: pain at rest, pain at movement, physician and patient\'s global assessment, likert scale for improvement, WOMAC (Western Ontario McMaster Universities Osteoarthritis Index), KOOS (Knee Injury and Osteoarthritis Outcome Score), OMERACTOARSI criteria and Timed Up and Go Test. RESULTS: Baseline characteristics were similar between groups: 57 (92%) of participants were female, with a mean age of 65 years, mean body mass index of 28.0 Kg/m2 and mean VAS for overall pain at baseline of 6.2 cm. Changes from baseline for VAS for overall pain at week 24 were -2.9 (SD 2.5), -2.4 (SD 2.5) and -3.5 (SD 3.3) cm for PRP, plasma and saline, respectively (p intergroup = 0.499). At weeks 6 and 12 there was also no difference between the groups. Similarly, there was no difference between groups regarding secondary outcomes, except for the likert scale for improvement, in which there was a significant difference in the PRP group between weeks 6 and 12, suggesting better responses at week 12 (p = 0.003). Adverse events occurred in 13 (65%) participants in the PRP group, 5 (24%) in the plasma group and 7 (33%) in the saline group (p = 0.02), most common mild to moderate pain with a mean duration of 2 days, but without difference between groups regarding type, intensity and duration of symptoms. CONCLUSIONS: PRP and plasma were not superior to placebo for pain and function improvement in participants with knee OA over 24 weeks. The PRP group had a higher frequency of adverse events, but type, intensity and duration were not different between groupsBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPFuller, RicardoQueiroz, Murillo Dório2020-01-16info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-05072020-162442/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-08-02T22:00:02Zoai:teses.usp.br:tde-05072020-162442Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-08-02T22:00:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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