Morfometria de Calcidiscus leptoporus em resposta à dinâmica oceanográfica do Atlântico Sudoeste nos últimos 135 mil anos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/21/21136/tde-10032022-090202/ |
Resumo: | A espécie Calcidiscus leptoporus apresenta diferenças em sua morfologia e tamanho, geralmente dividida em três morfótipos: Pequeno (< 5 μm), Médio (5-8 μm) e Grande (> 8 μm). A fim de entender a dinâmica dos morfótipos de C. leptoporus, este trabalho pretende comparar os dados morfométricos com proxies de produtividade, temperatura (TSM) e salinidade da superfície do mar (SSM). Medidas de 50 cocólitos foram realizadas em 42 amostras do testemunho marinho GL-1090, coletado no talude continental da Bacia de Santos, a uma profundidade de 2.225 m. O morfótipo Pequeno apresentou correlação estatisticamente significativa com proxy de produtividade, indicada pela correlação de Spearman. Nenhuma correlação entre os morfótipos Médio e Grande e os fatores ambientais foi encontrada. O morfótipo Pequeno exibiu preferência por águas mais quentes e ricas em nutrientes. O C. leptoporus Médio dominou o intervalo de tempo estudado, apresentando abundâncias maiores que 40% e ampla tolerância às diferentes condições ambientais. No entanto, em períodos de temperatura superficial do mar (TSM) mais baixas e com menor produtividade, sua abundância foi maior. As máximas abundâncias do morfótipo Grande ocorreram durante o MIS 5e e MIS 4, indicando afinidade com o aumento da disponibilidade de nutrientes e TSM. Nenhum táxon apresentou relação com a salinidade. A dissolução no MIS 4 teve forte influência na distribuição do morfótipo Pequeno, que pode ter contribuído também para a diminuição de espécies menores e mais sensíveis como Emiliania huxleyi e Gephyrocapsa spp., e assim favoreceu maior abundância de espécimes mais robustas e resistentes à dissolução, como o morfótipo Grande e Florisphaera profunda. Entretanto, torna-se necessário análises morfométricas de C. leptoporus em outros testemunhos da região da Bacia de Santos, além de amostras de plâncton, a fim de obter informações mais confiáveis e confirmar as tolerâncias ecológicas regionais específicas, como informações potenciais para reconstruções paleoceanográficas. |
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Morfometria de Calcidiscus leptoporus em resposta à dinâmica oceanográfica do Atlântico Sudoeste nos últimos 135 mil anosCalcidiscus leptoporus morphometry in response of the Southwestern Atlantic oceanographic dynamics in the last 135 kyrCalcidiscus leptoporusCalcidiscus leptoporusAtlântico SudoestecoccolithophorescocolitoforídeosmorfometriamorphometrySouthwestern AtlanticA espécie Calcidiscus leptoporus apresenta diferenças em sua morfologia e tamanho, geralmente dividida em três morfótipos: Pequeno (< 5 μm), Médio (5-8 μm) e Grande (> 8 μm). A fim de entender a dinâmica dos morfótipos de C. leptoporus, este trabalho pretende comparar os dados morfométricos com proxies de produtividade, temperatura (TSM) e salinidade da superfície do mar (SSM). Medidas de 50 cocólitos foram realizadas em 42 amostras do testemunho marinho GL-1090, coletado no talude continental da Bacia de Santos, a uma profundidade de 2.225 m. O morfótipo Pequeno apresentou correlação estatisticamente significativa com proxy de produtividade, indicada pela correlação de Spearman. Nenhuma correlação entre os morfótipos Médio e Grande e os fatores ambientais foi encontrada. O morfótipo Pequeno exibiu preferência por águas mais quentes e ricas em nutrientes. O C. leptoporus Médio dominou o intervalo de tempo estudado, apresentando abundâncias maiores que 40% e ampla tolerância às diferentes condições ambientais. No entanto, em períodos de temperatura superficial do mar (TSM) mais baixas e com menor produtividade, sua abundância foi maior. As máximas abundâncias do morfótipo Grande ocorreram durante o MIS 5e e MIS 4, indicando afinidade com o aumento da disponibilidade de nutrientes e TSM. Nenhum táxon apresentou relação com a salinidade. A dissolução no MIS 4 teve forte influência na distribuição do morfótipo Pequeno, que pode ter contribuído também para a diminuição de espécies menores e mais sensíveis como Emiliania huxleyi e Gephyrocapsa spp., e assim favoreceu maior abundância de espécimes mais robustas e resistentes à dissolução, como o morfótipo Grande e Florisphaera profunda. Entretanto, torna-se necessário análises morfométricas de C. leptoporus em outros testemunhos da região da Bacia de Santos, além de amostras de plâncton, a fim de obter informações mais confiáveis e confirmar as tolerâncias ecológicas regionais específicas, como informações potenciais para reconstruções paleoceanográficas.Calcidiscus leptoporus species presents differences in morphology and size, generally divided into three morphotypes: Small (< 5 μm), Intermediate (5-8 μm) and Large (> 8 μm). In order to understand the dynamics of C. leptoporus morphotypes, this work aims to compare the morphometric data with productivity, sea surface temperature (SST) and salinity (SSS) proxies. Measurements of 50 coccoliths were carried out from 42 samples of the sediment core GL-1090, collected on the Santos Basin continental slope, at a depth of 2,225 m. Small morphotype showed a significant correlation with productivity proxy, indicated by Spearman\'s correlation. None correlation was found between both Intermediate and Large morphotypes, and environmental parameters. Small morphotype showed a preference for warmer and nutrient-enriched waters. Intermediate C. leptoporus dominated the studied time interval, exhibited abundances higher than 40%, and thus, wide tolerance to different environmental conditions. However, in periods of lower SST and productivity, its abundance has increased. Large morphotype reaches its maximum abundance during MIS 5e and MIS 4, indicating affinity with the increase of nutrients availability and SST. None morphotype was correlated to SSS. Small morphotype was influenced by dissolution during MIS 4, since it may also have contributed to the decrease of smaller and more sensitive species such as Emiliania huxleyi and Gephyrocapsa spp., and thus allowed higher abundances of dissolution-resistant specimens, as Large morphotype and Florisphaera profunda. However, it is necessary to perform morphometric analyzes of C. leptoporus in sediment cores in the Santos Basin region, in addition to plankton samples, in order to obtain more reliable information and confirm specific regional ecological tolerances, as potential information for paleoceanographic reconstructions.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPToledo, Felipe Antonio de LimaMolina, Giulia Silveira2021-03-02info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/21/21136/tde-10032022-090202/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2022-03-25T13:37:02Zoai:teses.usp.br:tde-10032022-090202Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212022-03-25T13:37:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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