Estrutura, litoestratigrafia e metamorfismo do Grupo Carrancas na frente orogênica da Faixa Brasília Meridional
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44143/tde-08032013-093219/ |
Resumo: | O Grupo Carrancas, neoproterozóico, é composto por uma pilha metassedimentar alóctone, com aproximadamente 400m de espessura, de quartzitos (metapsamitos) e xistos grafitosos (metapelitos), divididos em três formações: Fm. São Tomé das Letras, base da seqüência, composta por muscovita quartzitos, muscovita-quartzo xistos e subordinadamente muscovita xistos, ambos com muscovitas esverdeadas; Fm. Campestre, intermediária, caracterizada por uma intercalação de xistos grafitosos ± porfiroblásticos (Grt-St-Ky-Cld) e níveis expressivos de muscovita quartzitos com mica branca; Fm. Chapada das Perdizes, equivalente a Formação São Tomé das Letras, porém disposta no topo da sequência. A unidade do biotita xisto (metawacke), sempre com estrutura milonítica presente, se encontra tectonicamente sobre o Grupo Carrancas, dispondo-se no núcleo das estruturas sinformais D3, e sendo, portanto, uma unidade metassedimentar também alóctone.Os metassedimentos, assim como parte da infraestrutura gnáissica alóctone, estão estruturados em nappes sin-S2 com transporte tectônico para leste e sudeste, paralelo aos mullions e rods B2. Esse transporte, relacionado aos eventos contínuos progressivos D1 e D2, ocorreu a partir de zonas de cisalhamento ductil de baixo ângulo, sob regime de deformação não-coaxial, responsável pela geração de dobras isoclinais e intensa recristalização plano axial que constituí a foliação principal regional S2. O evento deformacional D3, produto da progressão da deformação em níveis crustais mais rasos, possuí caráter rúptil-ductil, onde foram geradas dobras assimétricas em diversas escalas, com espessamento de charneira, no geral homoaxiais a D2 (B2//B3). Também foram geradas em D3, importantes zonas de cisalhamento com movimentação lateral destral, como a Zona de Cisalhamento de Três Corações, de direção NE-SW e zonas de cisalhamento dispostas no norte da Serra da Estância. Nas proximidades dessas zonas de cisalhamento, a foliação se torna sub-vertical e as dobras D3 apertadas, ocorrendo transposição para S3 (S2//S3). Os dobramentos D4, com direção NE-SW e N-S, eixos com caimento para SW e S, e vergêntes para NW, foram responsáveis pela configuração da geometria em \"Z\" da Nappe Carrancas, redobrando e crenulando os elementos estruturais anteriormente formados. O metamorfismo registrado nos xistos grafitosos, aumenta de modo geral de NW para SE, com paragêneses que variam de Grt+Chl+Cld a Grt+Ky+St+Cld na Serra da Estância, Pombeiro e Galinheiro, evidenciando condições de fácie xisto verde na transição para o fácie anfibolito, considerando pressões intermediárias. Já para sul da Serra de Carrancas, a paragênese predominante é de Grt+St+Ky, típica da fácie anfibolito na zona da cianita. Contrastando com o Grupo Carrancas, a unidade do biotita xisto se encontra sempre em fácie xisto verde, marcada pela paragênese de Grt+Chl+Bt. |
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Estrutura, litoestratigrafia e metamorfismo do Grupo Carrancas na frente orogênica da Faixa Brasília MeridionalCarrancas GroupEstruturalGrupo CarrancasLithostratigraphyLitoestratigrafiaMetamorfismoMetamorphismNappeNappeStructuralO Grupo Carrancas, neoproterozóico, é composto por uma pilha metassedimentar alóctone, com aproximadamente 400m de espessura, de quartzitos (metapsamitos) e xistos grafitosos (metapelitos), divididos em três formações: Fm. São Tomé das Letras, base da seqüência, composta por muscovita quartzitos, muscovita-quartzo xistos e subordinadamente muscovita xistos, ambos com muscovitas esverdeadas; Fm. Campestre, intermediária, caracterizada por uma intercalação de xistos grafitosos ± porfiroblásticos (Grt-St-Ky-Cld) e níveis expressivos de muscovita quartzitos com mica branca; Fm. Chapada das Perdizes, equivalente a Formação São Tomé das Letras, porém disposta no topo da sequência. A unidade do biotita xisto (metawacke), sempre com estrutura milonítica presente, se encontra tectonicamente sobre o Grupo Carrancas, dispondo-se no núcleo das estruturas sinformais D3, e sendo, portanto, uma unidade metassedimentar também alóctone.Os metassedimentos, assim como parte da infraestrutura gnáissica alóctone, estão estruturados em nappes sin-S2 com transporte tectônico para leste e sudeste, paralelo aos mullions e rods B2. Esse transporte, relacionado aos eventos contínuos progressivos D1 e D2, ocorreu a partir de zonas de cisalhamento ductil de baixo ângulo, sob regime de deformação não-coaxial, responsável pela geração de dobras isoclinais e intensa recristalização plano axial que constituí a foliação principal regional S2. O evento deformacional D3, produto da progressão da deformação em níveis crustais mais rasos, possuí caráter rúptil-ductil, onde foram geradas dobras assimétricas em diversas escalas, com espessamento de charneira, no geral homoaxiais a D2 (B2//B3). Também foram geradas em D3, importantes zonas de cisalhamento com movimentação lateral destral, como a Zona de Cisalhamento de Três Corações, de direção NE-SW e zonas de cisalhamento dispostas no norte da Serra da Estância. Nas proximidades dessas zonas de cisalhamento, a foliação se torna sub-vertical e as dobras D3 apertadas, ocorrendo transposição para S3 (S2//S3). Os dobramentos D4, com direção NE-SW e N-S, eixos com caimento para SW e S, e vergêntes para NW, foram responsáveis pela configuração da geometria em \"Z\" da Nappe Carrancas, redobrando e crenulando os elementos estruturais anteriormente formados. O metamorfismo registrado nos xistos grafitosos, aumenta de modo geral de NW para SE, com paragêneses que variam de Grt+Chl+Cld a Grt+Ky+St+Cld na Serra da Estância, Pombeiro e Galinheiro, evidenciando condições de fácie xisto verde na transição para o fácie anfibolito, considerando pressões intermediárias. Já para sul da Serra de Carrancas, a paragênese predominante é de Grt+St+Ky, típica da fácie anfibolito na zona da cianita. Contrastando com o Grupo Carrancas, a unidade do biotita xisto se encontra sempre em fácie xisto verde, marcada pela paragênese de Grt+Chl+Bt.The Carrancas Group, Neoproterozoic, is composed by an allochthonous sedimentary pile, about 400m thick of quartzite (metapsamites) and graphitic schists (metapelites),divided into three formations: São Tomé das Letras Formation, the base of the sequence, composed of muscovite quartzite, quartz-muscovite schist and subordinate muscovite schists, both with greenish muscovites; Campestre Formation, intermediate, characterized by an intercalation of graphitic schists ± porfiroblastics (Grt-St-Cld-Ky) and significant levels of muscovite quartzites with white mica; Chapada das Perdizes Formation, equivalent to São Tomé das Letras Formation, but arranged on top of the sequence. The biotite schist, always with mylonitic structure present, is tectonically localized above of Carrancas Group, in the core of D3 sinformals structures, and is therefore also a sedimentary allochthonous unit. The metasediments, as part of the allochthonous gneiss infrastructure, are structured in sin-S2 nappes, with tectonic transport to the east and southeast, parallel to the mullions and rods B2. This transport, related to continuous and progressive events D1 and D2, occurred from ductile shear zones of low angle, under the regime of non-coaxial deformation, responsible for the generation of isoclinals folds and intense recrystallization axial plane that constitutes the main S2 regional foliation. The D3 deformational event, a product of progressive deformation in shallow crustal levels, possess character brittle-ductile, which were generated by asymmetric folds in several scales, with thickening of the hinge, usually homoaxials to D2 (B2 / / B3). Major shear zones with dextral lateral movement, such as the Três Corações Shear Zone, NE-SW direction and shear zones arranged in the northern Serra da Estância, were also generated in D3. Near these shear zone, the foliation becomes sub-vertical and D3 bends tight, occurring transposition to S3 (S2 / / S3). The D4 folds with NE-SW and N-S axis with trim to SW and NW vergence, were responsible for setting up the \"Z\" geometry of Carrancas Nappe, redoubling and crinkling structural elements previously formed. The metamorphism recorded in the graphitic schists, generally increases from NW to SE, which vary with paragenesis Grt + Chl + Cld the Grt + Ky + St + Cld at Serra da Estância, Galinheiro and Pombeiro, showing conditions of the greenschist facie transition to the amphibolite facie, considering intermediate pressures. As for the southern Serra das Carrancas, the predominant paragenesis of Grt + St + Ky, typical of amphibolite facie in the kyanite zone. In contrast to the Carrancas Group, a unit of biotite schist is always in greenschist facie, marked by the paragenesis of Grt + Chl + Bt.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCampos Neto, Mario da CostaCoutinho, Leandro2012-06-06info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44143/tde-08032013-093219/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:35Zoai:teses.usp.br:tde-08032013-093219Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:35Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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O Grupo Carrancas, neoproterozóico, é composto por uma pilha metassedimentar alóctone, com aproximadamente 400m de espessura, de quartzitos (metapsamitos) e xistos grafitosos (metapelitos), divididos em três formações: Fm. São Tomé das Letras, base da seqüência, composta por muscovita quartzitos, muscovita-quartzo xistos e subordinadamente muscovita xistos, ambos com muscovitas esverdeadas; Fm. Campestre, intermediária, caracterizada por uma intercalação de xistos grafitosos ± porfiroblásticos (Grt-St-Ky-Cld) e níveis expressivos de muscovita quartzitos com mica branca; Fm. Chapada das Perdizes, equivalente a Formação São Tomé das Letras, porém disposta no topo da sequência. A unidade do biotita xisto (metawacke), sempre com estrutura milonítica presente, se encontra tectonicamente sobre o Grupo Carrancas, dispondo-se no núcleo das estruturas sinformais D3, e sendo, portanto, uma unidade metassedimentar também alóctone.Os metassedimentos, assim como parte da infraestrutura gnáissica alóctone, estão estruturados em nappes sin-S2 com transporte tectônico para leste e sudeste, paralelo aos mullions e rods B2. Esse transporte, relacionado aos eventos contínuos progressivos D1 e D2, ocorreu a partir de zonas de cisalhamento ductil de baixo ângulo, sob regime de deformação não-coaxial, responsável pela geração de dobras isoclinais e intensa recristalização plano axial que constituí a foliação principal regional S2. O evento deformacional D3, produto da progressão da deformação em níveis crustais mais rasos, possuí caráter rúptil-ductil, onde foram geradas dobras assimétricas em diversas escalas, com espessamento de charneira, no geral homoaxiais a D2 (B2//B3). Também foram geradas em D3, importantes zonas de cisalhamento com movimentação lateral destral, como a Zona de Cisalhamento de Três Corações, de direção NE-SW e zonas de cisalhamento dispostas no norte da Serra da Estância. Nas proximidades dessas zonas de cisalhamento, a foliação se torna sub-vertical e as dobras D3 apertadas, ocorrendo transposição para S3 (S2//S3). Os dobramentos D4, com direção NE-SW e N-S, eixos com caimento para SW e S, e vergêntes para NW, foram responsáveis pela configuração da geometria em \"Z\" da Nappe Carrancas, redobrando e crenulando os elementos estruturais anteriormente formados. O metamorfismo registrado nos xistos grafitosos, aumenta de modo geral de NW para SE, com paragêneses que variam de Grt+Chl+Cld a Grt+Ky+St+Cld na Serra da Estância, Pombeiro e Galinheiro, evidenciando condições de fácie xisto verde na transição para o fácie anfibolito, considerando pressões intermediárias. Já para sul da Serra de Carrancas, a paragênese predominante é de Grt+St+Ky, típica da fácie anfibolito na zona da cianita. Contrastando com o Grupo Carrancas, a unidade do biotita xisto se encontra sempre em fácie xisto verde, marcada pela paragênese de Grt+Chl+Bt. |
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