Avaliação da alimentação de lactentes menores de um ano nascidos com baixo peso: estudo transversal em 64 municípios brasileiros
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6138/tde-10102018-075808/ |
Resumo: | Introdução: O baixo peso ao nascer (BPN) representa risco crucial para as crianças. Em contrapartida, a amamentação é considerada a estratégia de maior impacto na redução da mortalidade em crianças menores de cinco anos. O aleitamento materno exclusivo (AME) é recomendado até o sexto mês de vida, devendo ser complementado até dois anos de idade ou mais. Crianças com consumo alimentar inadequado desde a infância tendem ao desenvolvimento precoce de sobrepeso e obesidade, além de outras doenças crônicas associadas. Objetivo: Verificar o padrão de aleitamento materno (AM) e as práticas de alimentação complementar de lactentes menores de um ano nascidos com baixo peso e analisar a influência de determinantes individuais e contextuais. Métodos: Estudo transversal com dados de 64 municípios brasileiros (incluindo as capitais e Distrito Federal) que abrangeu 5115 lactentes menores de um ano com BPN da Pesquisa de Prevalência de Aleitamento Materno (PPAM) em Municípios Brasileiros, 2008. O questionário continha questões sobre a prática de AM e sobre o consumo de todos os grupos alimentares nas últimas 24 horas. A tese gerou três manuscritos: 1) Descreve as práticas de aleitamento materno, o consumo de líquidos e alimentos semi-sólidos nas últimas 24 horas e os indicadores de consumo alimentar de lactentes entre seis e 11,9 meses segundo estratos de BPN. 2) Avalia os determinantes individuais e contextuais do AME. 3) Analisa a influência de determinantes individuais e contextual sobre a dieta diversificada e sobre o consumo de alimentos ultraprocessados em lactentes de seis a 11,9 meses com BPN. Nos manuscritos 2 e 3, os determinantes individuais corresponderam às características socioeconômicas (representadas pela proxy escolaridade materna), dos lactentes (idade; sexo), maternas (faixa etária; situação de trabalho; paridade) e aos serviços de saúde (local de acompanhamento ambulatorial). No manuscrito 2 foi incluído também o \'nascimento em Hospital Amigo da Criança (HAC)\'. Os determinantes contextuais corresponderam às características dos municípios, representadas pelas variáveis \'número de Bancos de Leite Humano (BLH) por mil nascidos vivos\' e \'Índice de Desenvolvimento Humano do município\' no manuscrito 2, e \'prevalência estimada de desnutrição infantil\' como proxy de pobreza, no manuscrito 3. Para análise, utilizou-se regressão de Poisson com estrutura multinível e adotou-se nível de significância de 5%. Resultados: Descritos de acordo com cada manuscrito produzido: 1) No estrato de muito BPN o AME até 60 dias e 90 dias foi mais elevado do que nos demais, mas com intervalos de confiança superpostos. A prevalência de AME em menores de seis meses apresentou patamar semelhante nos três estratos de peso ao nascer. A prevalência de AM na primeira hora de vida e o AM foram mais prevalentes entre os nascidos com 2000 a 2499g. Observou-se consumo elevado de alimentos ultraprocessados (AUP) em lactentes de 6|-9 e de 9|-12 meses, sendo esta prevalência maior quanto maior o PN. As prevalências dos indicadores de consumo alimentar estão aquém do recomendado. 2) O AME foi mais prevalente entre lactentes cujas mães tinham de 20 a 35 anos (RP=1,35; IC95%=1,09-1,69), não trabalhavam fora (RP=1,36; IC95%=1,08-1,71) ou estavam em licença maternidade(RP=1,30; IC95%=1,06-1,59); lactentes que nasceram em HAC (RP=1,22; IC95%=1,09-1,37) e que residiam em municípios com maior número de BLH por mil nascidos vivos (RP=1,42; IC95%=1,14-1,76). 3) Aproximadamente 59% dos lactentes consumiram alimentos ultraprocessados, enquanto 29% apresentaram dieta diversificada. Crianças cujas mães residiam em municípios com prevalência de desnutrição infantil inferior a 10% (RP=1,66; IC95%=1,23-2,24), tinham escolaridade superior (RP=1,37; IC95%=1,18-1,60) e trabalhavam fora de casa (RP=1,29; IC95%=1,12-1,49) foram mais propensas a oferecer uma alimentação diversificada. O consumo de alimentos ultraprocessados foi maior entre lactentes cujas mães residiam em municípios com prevalência de desnutrição infantil inferior a 10% (RP=1,17; IC95%=1,04-1,31), eram mais jovens (RP=1,30; IC95%=1,15-1,46) e multíparas (RP=1,16; IC95%=1,03-1,30). Conclusões: A tese evidenciou o efeito independente de estratégias que integram a Política Nacional de Aleitamento Materno. Nascer em HAC, residir em município com maior disponibilidade de BLH e o direito à licença maternidade remunerada exercem influência positiva sobre a prática de AME. Este resultado aponta para a necessidade de expansão da cobertura dessas estratégias com vistas ao cumprimento das metas de AM propostas pela OMS. Foi detectado impacto de fatores individuais e contextuais sobre a qualidade da dieta que demandam o desenvolvimento de estratégias eficazes para aumentar o consumo de alimentos in natura ou minimamente processados e diminuir o consumo de ultraprocessados nesta população vulnerável. |
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Avaliação da alimentação de lactentes menores de um ano nascidos com baixo peso: estudo transversal em 64 municípios brasileirosEvaluation of the feeding of infants under one year old born with low birth weight: a cross-sectional study in 64 Brazilian municipalitiesAleitamento MaternoAleitamento Materno ExclusivoAlimentação ComplementarAlimentos UltraprocessadosBaixo Peso ao NascerBreastfeedingComplementary FeedingDietary QualityExclusive BreastfeedingInfant NutritionLow Birth WeightNutrição InfantilQualidade da DietaUltraprocessed FoodsIntrodução: O baixo peso ao nascer (BPN) representa risco crucial para as crianças. Em contrapartida, a amamentação é considerada a estratégia de maior impacto na redução da mortalidade em crianças menores de cinco anos. O aleitamento materno exclusivo (AME) é recomendado até o sexto mês de vida, devendo ser complementado até dois anos de idade ou mais. Crianças com consumo alimentar inadequado desde a infância tendem ao desenvolvimento precoce de sobrepeso e obesidade, além de outras doenças crônicas associadas. Objetivo: Verificar o padrão de aleitamento materno (AM) e as práticas de alimentação complementar de lactentes menores de um ano nascidos com baixo peso e analisar a influência de determinantes individuais e contextuais. Métodos: Estudo transversal com dados de 64 municípios brasileiros (incluindo as capitais e Distrito Federal) que abrangeu 5115 lactentes menores de um ano com BPN da Pesquisa de Prevalência de Aleitamento Materno (PPAM) em Municípios Brasileiros, 2008. O questionário continha questões sobre a prática de AM e sobre o consumo de todos os grupos alimentares nas últimas 24 horas. A tese gerou três manuscritos: 1) Descreve as práticas de aleitamento materno, o consumo de líquidos e alimentos semi-sólidos nas últimas 24 horas e os indicadores de consumo alimentar de lactentes entre seis e 11,9 meses segundo estratos de BPN. 2) Avalia os determinantes individuais e contextuais do AME. 3) Analisa a influência de determinantes individuais e contextual sobre a dieta diversificada e sobre o consumo de alimentos ultraprocessados em lactentes de seis a 11,9 meses com BPN. Nos manuscritos 2 e 3, os determinantes individuais corresponderam às características socioeconômicas (representadas pela proxy escolaridade materna), dos lactentes (idade; sexo), maternas (faixa etária; situação de trabalho; paridade) e aos serviços de saúde (local de acompanhamento ambulatorial). No manuscrito 2 foi incluído também o \'nascimento em Hospital Amigo da Criança (HAC)\'. Os determinantes contextuais corresponderam às características dos municípios, representadas pelas variáveis \'número de Bancos de Leite Humano (BLH) por mil nascidos vivos\' e \'Índice de Desenvolvimento Humano do município\' no manuscrito 2, e \'prevalência estimada de desnutrição infantil\' como proxy de pobreza, no manuscrito 3. Para análise, utilizou-se regressão de Poisson com estrutura multinível e adotou-se nível de significância de 5%. Resultados: Descritos de acordo com cada manuscrito produzido: 1) No estrato de muito BPN o AME até 60 dias e 90 dias foi mais elevado do que nos demais, mas com intervalos de confiança superpostos. A prevalência de AME em menores de seis meses apresentou patamar semelhante nos três estratos de peso ao nascer. A prevalência de AM na primeira hora de vida e o AM foram mais prevalentes entre os nascidos com 2000 a 2499g. Observou-se consumo elevado de alimentos ultraprocessados (AUP) em lactentes de 6|-9 e de 9|-12 meses, sendo esta prevalência maior quanto maior o PN. As prevalências dos indicadores de consumo alimentar estão aquém do recomendado. 2) O AME foi mais prevalente entre lactentes cujas mães tinham de 20 a 35 anos (RP=1,35; IC95%=1,09-1,69), não trabalhavam fora (RP=1,36; IC95%=1,08-1,71) ou estavam em licença maternidade(RP=1,30; IC95%=1,06-1,59); lactentes que nasceram em HAC (RP=1,22; IC95%=1,09-1,37) e que residiam em municípios com maior número de BLH por mil nascidos vivos (RP=1,42; IC95%=1,14-1,76). 3) Aproximadamente 59% dos lactentes consumiram alimentos ultraprocessados, enquanto 29% apresentaram dieta diversificada. Crianças cujas mães residiam em municípios com prevalência de desnutrição infantil inferior a 10% (RP=1,66; IC95%=1,23-2,24), tinham escolaridade superior (RP=1,37; IC95%=1,18-1,60) e trabalhavam fora de casa (RP=1,29; IC95%=1,12-1,49) foram mais propensas a oferecer uma alimentação diversificada. O consumo de alimentos ultraprocessados foi maior entre lactentes cujas mães residiam em municípios com prevalência de desnutrição infantil inferior a 10% (RP=1,17; IC95%=1,04-1,31), eram mais jovens (RP=1,30; IC95%=1,15-1,46) e multíparas (RP=1,16; IC95%=1,03-1,30). Conclusões: A tese evidenciou o efeito independente de estratégias que integram a Política Nacional de Aleitamento Materno. Nascer em HAC, residir em município com maior disponibilidade de BLH e o direito à licença maternidade remunerada exercem influência positiva sobre a prática de AME. Este resultado aponta para a necessidade de expansão da cobertura dessas estratégias com vistas ao cumprimento das metas de AM propostas pela OMS. Foi detectado impacto de fatores individuais e contextuais sobre a qualidade da dieta que demandam o desenvolvimento de estratégias eficazes para aumentar o consumo de alimentos in natura ou minimamente processados e diminuir o consumo de ultraprocessados nesta população vulnerável.Introduction: Low birth weight (LBW) represents a major risk to children. On the other hand, breastfeeding is recognized as the strategy with the greatest impact on reducing childhood mortality. Thus, exclusive breastfeeding (EBF) is recommended up to the sixth month of the child\'s life and should be complemented up to two years of age or more. Inadequate nutrition during early childhood is associated with early development of overweight, obesity, and other chronic diseases. Objectives: 1) To verify the breastfeeding pattern and complementary feeding practices of infants under one year of age who were born with low weight and, 2) to assess the influence of its individual and contextual determinants. Methods: This cross-sectional analysis included 5,115 infants less than one year of age born with LBW from the Second National Survey of Breastfeeding Prevalence (IIPPAM). The survey evaluated the situation of breastfeeding and complementary feeding in 64 Brazilian municipalities (including capitals and the Federal District). Dietary data was collected using a questionnaire with dichotomous questions about breastfeeding practices and consumption of foods from all food groups in the previous 24 hours. The thesis generated three manuscripts as follows: 1) The first one describes breastfeeding practices, consumption of any liquids (including non-human milk) and semi-solid foods in the last 24 hours, and indicators of young child feeding practices of infants between six and 11.9 months according to birth weight strata. 2) The second manuscript evaluates individual and contextual determinants of exclusive breastfeeding. 3) The third one assesses the influence of individual and contextual factors on dietary diversity and on consumption of ultraprocessed foods in LBW infants between six and 11.9 months of age. The individual-level-factors studied on manuscripts 2 and 3 were: socioeconomic (represented by the proxy maternal education), infants (age, sex), maternal (age range, work situation, parity), and health services (type of outpatient follow-up). The individual-level-factor \'being born in a Baby-Friendly Hospital (BFH)\' was also studied on manuscript 2. The community-level factors studied at the second level in the manuscript 2 included municipalities\' characteristics (number of Human Milk Banks (HMB) per thousand live births in each municipality in 2007, and Human Development Index of the municipality, used as proxy of poverty). The community-level factor studied at the second level in manuscript 3 was municipal prevalence of childhood malnutrition, used as a proxy for poverty. The individualized effect of the study factors on the outcome was evaluated using multilevel Poisson regression analysis. For all manuscripts, a significance level of 5% was adopted. Results: Summary of the findings of each manuscript produced: 1) In the stratum of very LBW, the rates EBF up to 60 and 90 days were higher among very LBW infants compared to others, however with overlapping confidence intervals. The overall prevalence of breastfeeding in infants under six months was similar among the groups. The rates of breastfeeding in the first hour of life and total breastfeeding were both higher among those born with weight between 2000 and 2499g. A high consumption of ultraprocessed foods was observed among infants aged 6|-9 and 9|-12 months, and it was noted that the higher the birth weight the higher was the prevalence of consumption. The prevalence of food groups consumption indicators are below the recommended. 2) EBF was more prevalent among infants born with LBW whose mothers were 20-35 years old, those who did not work outside the home or were on paid maternity leave; those born in a BFH; and those who lived in municipalities with the highest number of HMB per thousand live births. 3) Approximately 59% of infants consumed ultraprocessed foods, while 29% achieved dietary diversity. Mothers with the highest education level, those who worked outside the home, and who lived in municipalities with a prevalence of child malnutrition below 10% were more likely to offer a diverse diet. Consumption of ultra-processed foods was higher among infants whose mothers were younger, multiparous, and who lived in municipalities with a prevalence of child malnutrition below 10%. Conclusions: The thesis augments the evidence that integrated actions of the National Breastfeeding Program already implemented in Brazil - BFH Initiative, Brazilian Network of HMB, and adoption of labor laws for paid maternity leave - are associated with EBF even in the vulnerable population of infants born with LBW. Our results also suggest the need to expand and intensify the coverage of these strategies in order to meet the goals of breastfeeding proposed by the World Health Organization. Our findings also indicate the effects of individual and community-level factors on the dietary quality of this population, suggesting a need for developing effective strategies to increase consumption of unprocessed or minimally processed foods, while decreasing the ultra-processed counterpart for this vulnerable population.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPBenicio, Maria Helena D AquinoOrtelan, Naiá2018-09-26info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6138/tde-10102018-075808/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2019-06-07T17:58:19Zoai:teses.usp.br:tde-10102018-075808Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212019-06-07T17:58:19Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Introdução: O baixo peso ao nascer (BPN) representa risco crucial para as crianças. Em contrapartida, a amamentação é considerada a estratégia de maior impacto na redução da mortalidade em crianças menores de cinco anos. O aleitamento materno exclusivo (AME) é recomendado até o sexto mês de vida, devendo ser complementado até dois anos de idade ou mais. Crianças com consumo alimentar inadequado desde a infância tendem ao desenvolvimento precoce de sobrepeso e obesidade, além de outras doenças crônicas associadas. Objetivo: Verificar o padrão de aleitamento materno (AM) e as práticas de alimentação complementar de lactentes menores de um ano nascidos com baixo peso e analisar a influência de determinantes individuais e contextuais. Métodos: Estudo transversal com dados de 64 municípios brasileiros (incluindo as capitais e Distrito Federal) que abrangeu 5115 lactentes menores de um ano com BPN da Pesquisa de Prevalência de Aleitamento Materno (PPAM) em Municípios Brasileiros, 2008. O questionário continha questões sobre a prática de AM e sobre o consumo de todos os grupos alimentares nas últimas 24 horas. A tese gerou três manuscritos: 1) Descreve as práticas de aleitamento materno, o consumo de líquidos e alimentos semi-sólidos nas últimas 24 horas e os indicadores de consumo alimentar de lactentes entre seis e 11,9 meses segundo estratos de BPN. 2) Avalia os determinantes individuais e contextuais do AME. 3) Analisa a influência de determinantes individuais e contextual sobre a dieta diversificada e sobre o consumo de alimentos ultraprocessados em lactentes de seis a 11,9 meses com BPN. Nos manuscritos 2 e 3, os determinantes individuais corresponderam às características socioeconômicas (representadas pela proxy escolaridade materna), dos lactentes (idade; sexo), maternas (faixa etária; situação de trabalho; paridade) e aos serviços de saúde (local de acompanhamento ambulatorial). No manuscrito 2 foi incluído também o \'nascimento em Hospital Amigo da Criança (HAC)\'. Os determinantes contextuais corresponderam às características dos municípios, representadas pelas variáveis \'número de Bancos de Leite Humano (BLH) por mil nascidos vivos\' e \'Índice de Desenvolvimento Humano do município\' no manuscrito 2, e \'prevalência estimada de desnutrição infantil\' como proxy de pobreza, no manuscrito 3. Para análise, utilizou-se regressão de Poisson com estrutura multinível e adotou-se nível de significância de 5%. Resultados: Descritos de acordo com cada manuscrito produzido: 1) No estrato de muito BPN o AME até 60 dias e 90 dias foi mais elevado do que nos demais, mas com intervalos de confiança superpostos. A prevalência de AME em menores de seis meses apresentou patamar semelhante nos três estratos de peso ao nascer. A prevalência de AM na primeira hora de vida e o AM foram mais prevalentes entre os nascidos com 2000 a 2499g. Observou-se consumo elevado de alimentos ultraprocessados (AUP) em lactentes de 6|-9 e de 9|-12 meses, sendo esta prevalência maior quanto maior o PN. As prevalências dos indicadores de consumo alimentar estão aquém do recomendado. 2) O AME foi mais prevalente entre lactentes cujas mães tinham de 20 a 35 anos (RP=1,35; IC95%=1,09-1,69), não trabalhavam fora (RP=1,36; IC95%=1,08-1,71) ou estavam em licença maternidade(RP=1,30; IC95%=1,06-1,59); lactentes que nasceram em HAC (RP=1,22; IC95%=1,09-1,37) e que residiam em municípios com maior número de BLH por mil nascidos vivos (RP=1,42; IC95%=1,14-1,76). 3) Aproximadamente 59% dos lactentes consumiram alimentos ultraprocessados, enquanto 29% apresentaram dieta diversificada. Crianças cujas mães residiam em municípios com prevalência de desnutrição infantil inferior a 10% (RP=1,66; IC95%=1,23-2,24), tinham escolaridade superior (RP=1,37; IC95%=1,18-1,60) e trabalhavam fora de casa (RP=1,29; IC95%=1,12-1,49) foram mais propensas a oferecer uma alimentação diversificada. O consumo de alimentos ultraprocessados foi maior entre lactentes cujas mães residiam em municípios com prevalência de desnutrição infantil inferior a 10% (RP=1,17; IC95%=1,04-1,31), eram mais jovens (RP=1,30; IC95%=1,15-1,46) e multíparas (RP=1,16; IC95%=1,03-1,30). Conclusões: A tese evidenciou o efeito independente de estratégias que integram a Política Nacional de Aleitamento Materno. Nascer em HAC, residir em município com maior disponibilidade de BLH e o direito à licença maternidade remunerada exercem influência positiva sobre a prática de AME. Este resultado aponta para a necessidade de expansão da cobertura dessas estratégias com vistas ao cumprimento das metas de AM propostas pela OMS. Foi detectado impacto de fatores individuais e contextuais sobre a qualidade da dieta que demandam o desenvolvimento de estratégias eficazes para aumentar o consumo de alimentos in natura ou minimamente processados e diminuir o consumo de ultraprocessados nesta população vulnerável. |
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