Representação e afeto no segundo modelo tópico e pulsional freudiano
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2009 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47132/tde-04122009-140125/ |
Resumo: | Este trabalho tem como objetivo analisar os conceitos de representação e afeto frente à reformulação ocorrida na metapsicologia freudiana a partir dos anos vinte. É um trabalho de pesquisa teórico-conceitual da psicanálise freudiana, por meio de uma metodologia de análise histórica e epistemológica dos textos de Freud, apoiada em seus comentadores. A metapsicologia freudiana fundamenta-se em uma teoria das pulsões que, por sua vez, é tributária dos princípios de uma teoria da representação que se organiza já no princípio da investigação psicanalítica. A hipótese freudiana de um mecanismo de defesa que separa a representação ideativa da energia que o investe é um marco conceitual importante na circunscrição da Psicanálise como campo de saber independente. Essa concepção de uma intensidade afetiva que pode se deslocar e condensar em diferentes tramas associativas de traços de memória do aparelho psíquico torna-se mais complexa na medida em que Freud avança na elaboração de seus conceitos. Esse percurso se consolida na teoria pulsional apresentada nos chamados artigos de metapsicologia, em 1915. As pulsões buscam a descarga segundo o princípio da constância, tendo como destino a inervação somática ou o investimento em seus representantes psíquicos: as representações e os afetos. Dentre as representações, Freud irá discriminar componentes imagético-conceituais, as representações de coisa, e componentes semântico-lingüísticos, as representações de palavra, que juntos formariam a representação de objeto. Já dentre os afetos, Freud irá dar atenção especial à angústia, entendida como expressão de uma intensidade psíquica livre que ocasiona desprazer. As alterações exigidas pela introdução dos conceitos de narcisismo e de identificação, além do reconhecimento da compulsão à repetição como algo além do princípio do prazer levaram a uma remodelação da teoria das pulsões, a uma nova descrição tópica e a uma reformulação na teoria da angústia, culminando em um novo arcabouço para a metapsicologia freudiana. O caráter irrepresentável da pulsão de morte, as identificações como modelos constituintes do aparelho psíquico e o sinal de angústia como repetição do desamparo original implicam uma reconsideração do modelo representacional anterior. Desse modo, delineia-se o seguinte problema teórico como objeto de pesquisa: a limitação da concepção freudiana de representação psíquica frente à trama conceitual centrada na constituição do aparelho psíquico pelas identificações e pela ligação da pulsão de morte. A hipótese de trabalho é que a teoria representacional encontra limites em duas direções distintas: a identificação e a impossibilidade de representação como, respectivamente, um além e um aquém da metapsicologia freudiana. Essas duas linhas de desenvolvimento da metapsicologia abertas a partir da virada dos anos vinte circunscrevem um campo de hipóteses, conceitos e proposições que não encontrará uma sistematização definitiva na obra de Freud. Contudo, os fios dessa trama serão os pontos de partida para uma série de concepções metapsicológicas posteriores. Nesse sentido, a problemática assim circunscrita é de interesse fundamental não apenas para os estudos teórico-conceituais e históricos do pensamento freudiano, mas, também, para a fundamentação epistemológica dos desdobramentos teóricos da psicanálise pós-freudiana. |
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Representação e afeto no segundo modelo tópico e pulsional freudianoPresentation and Affect in Freuds Second Topography and Drive ModelFreud Sigmund (1856-1939)Freud Sigmund (1856-1939)Identificação (psicanálise)Identification (Psychoanalysis)Mental RepresentationMetapsicologiaMetapsychologyPsicanálisePsychoanalysisRepresentação MentalEste trabalho tem como objetivo analisar os conceitos de representação e afeto frente à reformulação ocorrida na metapsicologia freudiana a partir dos anos vinte. É um trabalho de pesquisa teórico-conceitual da psicanálise freudiana, por meio de uma metodologia de análise histórica e epistemológica dos textos de Freud, apoiada em seus comentadores. A metapsicologia freudiana fundamenta-se em uma teoria das pulsões que, por sua vez, é tributária dos princípios de uma teoria da representação que se organiza já no princípio da investigação psicanalítica. A hipótese freudiana de um mecanismo de defesa que separa a representação ideativa da energia que o investe é um marco conceitual importante na circunscrição da Psicanálise como campo de saber independente. Essa concepção de uma intensidade afetiva que pode se deslocar e condensar em diferentes tramas associativas de traços de memória do aparelho psíquico torna-se mais complexa na medida em que Freud avança na elaboração de seus conceitos. Esse percurso se consolida na teoria pulsional apresentada nos chamados artigos de metapsicologia, em 1915. As pulsões buscam a descarga segundo o princípio da constância, tendo como destino a inervação somática ou o investimento em seus representantes psíquicos: as representações e os afetos. Dentre as representações, Freud irá discriminar componentes imagético-conceituais, as representações de coisa, e componentes semântico-lingüísticos, as representações de palavra, que juntos formariam a representação de objeto. Já dentre os afetos, Freud irá dar atenção especial à angústia, entendida como expressão de uma intensidade psíquica livre que ocasiona desprazer. As alterações exigidas pela introdução dos conceitos de narcisismo e de identificação, além do reconhecimento da compulsão à repetição como algo além do princípio do prazer levaram a uma remodelação da teoria das pulsões, a uma nova descrição tópica e a uma reformulação na teoria da angústia, culminando em um novo arcabouço para a metapsicologia freudiana. O caráter irrepresentável da pulsão de morte, as identificações como modelos constituintes do aparelho psíquico e o sinal de angústia como repetição do desamparo original implicam uma reconsideração do modelo representacional anterior. Desse modo, delineia-se o seguinte problema teórico como objeto de pesquisa: a limitação da concepção freudiana de representação psíquica frente à trama conceitual centrada na constituição do aparelho psíquico pelas identificações e pela ligação da pulsão de morte. A hipótese de trabalho é que a teoria representacional encontra limites em duas direções distintas: a identificação e a impossibilidade de representação como, respectivamente, um além e um aquém da metapsicologia freudiana. Essas duas linhas de desenvolvimento da metapsicologia abertas a partir da virada dos anos vinte circunscrevem um campo de hipóteses, conceitos e proposições que não encontrará uma sistematização definitiva na obra de Freud. Contudo, os fios dessa trama serão os pontos de partida para uma série de concepções metapsicológicas posteriores. Nesse sentido, a problemática assim circunscrita é de interesse fundamental não apenas para os estudos teórico-conceituais e históricos do pensamento freudiano, mas, também, para a fundamentação epistemológica dos desdobramentos teóricos da psicanálise pós-freudiana.The aim of this study is to analyze the representation and affect concepts in concern of metapsychology reformulation during the 20th decade of the XX century. It is a theoretical-conceptual research of Freudian psychoanalysis based on a method of historical and epistemological analysis of Freuds articles as well as their investigators. Freuds metapsychology defines a drive theory which is based on principles of a representation theory which is established on early stages of Psychoanalytical investigation. Freuds hypothesis of a defense mechanism dividing the ideational representative from the energy invested in it is an important conceptual mark of Psychoanalysis delimitation as an independent knowledge field. This conception of affects intensity which may displace and condense in different associative paths of memory traces in the psychic apparatus becomes more complex as Freud advances on his concepts elaboration. This trajectory was consolidated on drive theory presented in 1915 at his metapsychology articles. Drives search discharge based on constancy principle and intends somatic innervation or investment in its psychic representatives: representations and affects. Among representation, Freud discriminates image-conceptual components as thing representation, and linguistic-semantical components as word representation. Together these representations lead to the object representation. Among affects, Freud gives special attention to anxiety, which is understood as expression of free psychic intensity providing displeasure. Alterations imposed by introduction of the concepts of narcissism and identification, as well as the acknowledgment of compulsion to repeat as something beyond the pleasure principle lead to transmutation of drive theory, to a new topographical description and to a anxiety theory reformulation, culminating on a new framework to Freuds metapsychology. Death drive irrepresentable character, the identifications as constitutive models of psychic apparatus and the signal of anxiety as repetition of primal helplessness lead to a reconsideration of the previous representational model. Therefore, the following theoretical question becomes object of this research: the limitation of Freuds psychic representative conception against the conceptual network based on psychic apparatus constitution trough identifications and trough the death drive binding. The hypothesis used in this research is that representative theory limits itself in two different ways: the identification and the impossibility of representation as beyond and beneath Freuds metapsychology. These two developmental lines opened on this theoretical turn figure a field of hypotheses, conceptions and propositions which will not find a conclusive systematization on Freuds work. Despite this, these different lines may be the starting point to further metapsychological conceptions. In this way, these questions exert fundamental interest not only to historical and theoretical-conceptual study of Freuds thought but also on epistemological fundaments of theoretical developments in post-Freudian Psychoanalysis.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCoelho Junior, Nelson ErnestoCampos, Érico Bruno Viana2009-05-15info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47132/tde-04122009-140125/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:00Zoai:teses.usp.br:tde-04122009-140125Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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